Capítulo 5

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Julie

Penso muito na possibilidade da situação melhorar agora que somos, oficialmente, namorados. Porém, os pais do Luke (meus sogros) não são as pessoas mais fáceis desse mundo. Inclusive, quero ver a mágica que a Carrie fará para acalmar Emily, pois parece algo impossível. Quem diria que a ex do meu namorado seria minha maior salvadora no Canadá...um amor de pessoa.

Não estou nada preparada para como minha sogra reagirá ao entrar no carro e descobrir que ela não vai passear apenas com a nora dos seus sonhos, mas também comigo, a nora que ela deseja distância.

Carrie foi perfeita em me distrair durante o caminho até a casa da família Patterson. Mas, assim que vejo Emily e Luke parados em frente à porta, meu estômago revira. Eles param de discutir ao notarem nossa presença. Nem o enorme sorriso estampado no rosto do meu namorado consegue me acalmar, pois sua mãe não está com cara de bons amigos. Ambos se aproximam do carro e a cena parece estar em câmera lenta.

Wilson conversa com Emily um pouco distante. Eu permaneço dentro do carro, em desespero, em pânico. Patterson bate levemente no vidro, me assustando. Eu abro a porta e ele me convida para sair. Digo que não, mas o canadense insiste.

- Oi, carioquinha...vai dar tudo certo - Luke diz enquanto me abraça. Acho que nem precisa de muito para notar que estou a um passo de surtar e sair correndo daqui. O abraço de volta e sinto meu corpo mais leve.

- Eles já sabem que estamos namorando de verdade? - pergunto com receio.

- Sim...não reagiram muito bem. Acham que você me forçou - ele me abraça mais forte - Mas o Jim amou a notícia - mesmo sem olhar, sei que Luke está sorrindo.

- Bom saber que sou querida por alguém dessa família - falo, dando uma risada nervosa logo depois.

- Ei! Esqueceu que sou louco por você, Julieta? - nos distancia um pouco e franze a testa, também cruzando os braços.

- Sua cara de emburrado é fofa - uma risada escapa.

- É essa a Julie que eu gosto de ver! A sorridente, feliz, leve e sempre goxtosa - sussurra a última palavra. Me pegando de surpresa, segura minha cintura e me beija lentamente.

Os dedos de Patterson apertam minha pele. Estou enlouquecendo e sedenta. O fogo me consome. Porém, preciso agir naturalmente para Emily não achar que sou uma sem vergonha (eu sou! aquela tardezinha de sexo foi incrível! só que ela não precisa saber)

- Bom passeio, carioquinha. Confia na Carrie! - ele finaliza o beijo com um selinho demorado - Mais tarde, a gente se encontra - dá uma piscadela. Estou me esforçando bastante para não demonstrar nem 0,0000001% do tesão que sinto por esse gringo.

Entro no carro sem olhar para ninguém. Tenho quase certeza que minhas bochechas estão vermelhas devido ao calor que senti com esse homem me agarrando. Não quero me entregar assim. Preciso conquistar a sogrinha ao invés de deixar óbvio que, no momento, queria estar na cama com ele.

- Boa tarde - Emily diz ao entrar no carro e fechar a porta. Olho para trás e digo o mesmo, com um sorriso simpático - Soube que você e meu filho estão namorando. Aquela ideia idiota de cidadania brasileira já estava confirmada por meio do casamento falso. Dessa vez, o que prometeu dar em troca para ele? - a mulher dá uma risada debochada.

- Nós gostamos um do outro. Prometi nada em troca, mas ele com certeza terá meu carinho, apoio e amor. Eu sou apaixonada pelo seu filho - respondo educadamente. Porém, o silêncio me faz pensar se fui grossa em algum momento. Discretamente, olho para Carrie e ela lança uma piscadela. Ok...acho que me saí bem.

I Do, I Do, I Do, I Do, I Do ∞ Juke - JATPOnde histórias criam vida. Descubra agora