Na parede, um relógio em formato de cocar⁹ de cor totalmente extravagante, que se misturava na cor vermelha, amarela e marrom, tendo os seus ponteiros de textura amadeirada que marcava em uma e quinze da tarde, fez Mei tomar consciência do tempo que passou e ironizar em sua cabeça como havia sentido falta da maresia relaxante que a lojinha lhe levava. Sorriu discreta por lembranças, onde, em sua cabeça, passava momentos contentes de suas idas a Araras e de todas as vezes que sentia paz interior pelas suas leituras ou pela presença enfática do agradável senhor.
Retornou em consciência quando voltava a ouvir a discussão imparável de An e Akin, onde discutiam com euforia — sendo Akin de maneira elegante e An de uma maneira mais bruta — o porquê dos humanos ainda insistir em acabar com os ambientes naturais.
— Deveriam ter-lhes a cabeça cortada como punição! Por que ele, o Deus que tudo vê, não faz uma dizimação dessa raça estragada?
— Hahaha. Minha querida, não seja tão bárbara. Bem, já foi feito algo semelhante por aqui, de maneira em que cada um possa contar a sua versão. Mas pense, nem todos são tão ruins assim, e ele ama tanto a sua criação, que não é tão fácil assim apenas dizimar como um dia fez. Concorda que alguns daqui tem direito a salvação? Me diga, lá também não tem em grande maioria pertencentes deste acervo? Olhe bem para aqueles que te acalmam, eles não merecem o livramento?
— Sim, eles merecem — An disse de modo arrastado, como se algo tinido tivesse passado por seus ouvidos atentos e manhosos. Mei, que nada entendia das falas trocadas entre o mais velho e a mais nova, apenas curtia o momento, aproveitando a calmaria de An e a não tentativa de homicídio que a menina planejava a tempos atrás.
— Então, é nisso que digo. Pensando ainda mais além, não julgas que lá, para além dos cosmos, não têm pessoas tão más quanto as daqui? Infelizmente não importa as circunstâncias, minha cara An, os humanos serão sempre humanos, mesmo que neles tenham um pouco mais de esplendor. Você entende o que quero dizer com as minhas falas?
— Hm, eu entendo.
— Você mais que ninguém sabe, que não são aves, coelhos ou girafas que são dizimadas lá, mas ainda sim, a crueldade desumana habita nos muros daquele âmbito.
An parecia pensar. Pensou que de tudo o senhor de rosto brilhante, cabelos grisalhos e barba feita, tinha a total razão. Aquietou-se em seu canto e isolada em seu mundo ficou, sem mais nenhuma alegação. Mei, que de nada entendia, resolveu que com a falta de fala de An, era agora a sua vez de ter respostas. Não se preocupou ela em tentar adivinhar ou perguntar sobre as narrativas dos dois seres presentes no recinto, apenas deu lugar ao seu interesse exordial e fez a sua voz ser altamente percebida.
— A serpente... Ainda posso encontrar a serpente?
— Oh! Céus! Como eu pude esquecer a serpente! Esperem aí, trarei-a o mais rápido possível se as minhas pernas idosas puderem permitir — Mei se animou. Queria ver tão de perto quanto antes a estátua que fascinou o seu ser tão abruptamente. Akin, com a dificuldade de um senhor de idade, levantou-se da poltrona amarronzada e sumiu entre o vão da pequena loja de gessos divinal. An, que quieta e pensativa em seu canto estava, tomou-lhe em curiosidade que nem guardou para si a tamanha diligência, segundo após o sumiço de Akin, não esperou muito para perguntar:
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Alchemy Of A Villain ( Volume 01)
FantasyCom uma imensa mistura cultural, Alchemy of a Villain descreve a passagem de Mei de Susano por um mundo totalmente diferente do comum e repleto de grandes mistérios e emoções. Para além de tudo, o passado tão presente de seu pai é a grande chave par...