03. O TERROR DA NOITE

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Eram quase sete horas e Mei se arrependia amargamente de ter saído tão cedo de casa

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Eram quase sete horas e Mei se arrependia amargamente de ter saído tão cedo de casa. Olhou para os lados na esperança de encontrar An, mas o que conseguiu, foi envolver-se em uma onda de sensação estranha. Seus pelos estavam arrepiados, zumbidos estranhos irritavam a sua orelha, o som, se assemelhava a um toque agudo irritante que parecia ser ensurdecedor. Além dos arrepios, a pele de Mei também sentia a sensação de ser observada. Nada de amedronto tinha no olhar. Era mais de aconchego e proteção, do que de perigo ou apuro, mas ainda sim, era estranho.

Mei logo fingiu ignorância e tratou de pegar um livro para ler. Folheou as páginas até encontrar o lugar exato de sua parada anterior e se surpreendeu ao verificar que os números da página davam 65. Era claro que os números lhe perseguiam, estava tão óbvio quanto a luz que sai do brilho da lua. Mei só tentava entender que espécie de código era esse que esses dois números tentavam lhe dizer. Pensou um pouco no que cada número seria. Pensou primeiramente no seu aniversário, que caia em cinco de julho. Mas não fez sentido algum, já que seu aniversário era os números cinco e sete, não cinco e seis. Pensou em combinar os seus com o de An, indo de forma totalmente aleatória como vinha em sua mente, mas desistiu, já que o seu aniversário e o de An davam cinco e cinco e não em cinco e seis. Pensou depois em ser apenas o de An, já que o dela dava exatamente em cinco e seis, e talvez essa, seria a conclusão.

"Ora! Pare de pensar em besteira! Pensa que está em um filme de códigos ou espionagem? Nada de sentido faz nessas minhas idiotices, é tão absurda que fica claro que é coisa da cabeça." Pensou Mei. Deixando então de lado as correntes incertas que flutuavam em sua cabeça e dando início a sua leitura. Passou os olhos em algumas páginas, mas nada lhe tinha a atenção. A sensação de ser observada ainda estava presente. Os olhos incertos que lhe seguia estavam tão intensos quanto o sol que batia em sua cabeça, pensava agora até, que o olhar que lhe seguia era até conhecido por seu corpo. A sensação já foi um dia passada pelas tuas correntes sanguíneas, não era de assombro. Demorou alguns minutos daquele intenso olhar indiscreto e Mei já se distraia com a leitura de seu livro e mastigava algum chocolate meio amargo de seu gosto. O sossego já começava a flutuar pelos ventos e o corpo esbelto da menina já se arrepiava de novo, e dessa vez, parecia ser o universo que queria lhe tentar por um tempo, pois sua atenção na leitura se passou, assim que cenas de um antigo sonho atravessou de repente em sua cabeça. Não era estranho, Mei sempre se pegava pensativa sobre sua vida e principalmente sobre os macabros e curiosos sonhos que começou a ter desde seus sete anos. Agora então, pensava em um dos macabros que teve ainda pequena. Naquela noite, a chuva era intensa durante a madrugada de inverno. A lua, não mostrava o seu lindo brilho e o corpo de Mei parecia estar sendo perfurado por espinhos bastantes dolorosos.

A Mei criança foi levada para um outro lugar para além de sua imaginação. Ela estava escondida na espreita de uma entrada de pedras de gelos lustrosos. A mulher de grito fino e forte — a mesma que por muito assustou Mei com seus gritos — apareceu de repente bastante exaltada. Um vulto másculo com ombros largos e essência hostil apareceu logo depois, transformou o ar que já não era bom, em uma catástrofe de sentimentos agonizantes e perturbou mais ainda a criança de quase doze anos. Eles discutiam severamente, o homem de voz grossa que tanto lhe causa arrepios passou sobre a voz fina. Discutiam, discutiam sobre algo que Mei nunca pode saber o que era, mas que parecia ser extremamente grave e sério.

Alchemy Of A Villain ( Volume 01)Onde histórias criam vida. Descubra agora