A Última Chance dos Yeagers. Levi Ackerman. Shingeki no Kyojin.

12

Foi uma viagem extremamente cansativa. Cavalgamos por toda Muralha Maria até chegar à uma floresta de pinheiros altos. Durante a noite este lugar é extremamente pacífico, titãs não podem andar sobre a noite, isso faz com que ganhemos uma vantagem. Como os titãs não podem comer animais, amarramos Scarlett e Maximus em uma pequena cerca, enquanto usamos o DMT para chegar ao topo.

Por sorte, havia uma pequena plataforma no topo da árvore. Conseguimos sentar no amplo chão de madeira e começamos a arrumar pequenos cobertores. Levi e eu conversamos bastante, eu não sabia que um homem tão carrancudo poderia puxar diversos assuntos. Senti a sua aproximação repentina, é assim que funciona uma maldição?

Nossa conversa havia chegado no fim. Ele deitou-se ao meu lado fazendo uma pequena carícia em meu cabelo. De surpresa, os lábios macios de Levi tocam os meus. Não era um beijo com malícia, mas apenas paixão. Ficamos assim por longos minutos, até que um brilho forte surgia.

Acordei desesperada, olhei por todo canto. Sentia a superfície arenosa em minhas mãos, levantei com dificuldade tentando processar que era o mesmo lugar que Ymir usava para se comunicar comigo.

— Finalmente você conseguiu beija-lo. — Uma figura pequena caminhava até mim carregando um pequeno balde. — A sua missão foi falha. Kenny não morreu. Uma mulher, que provavelmente, é sua comandante, conseguiu salva-lo. Você foi bastante descuidada, [Nome].

— Eu estava em pura adrenalina. Acabei não tomando cuidado, acho que não acertei um ponto vital. — Sentei na areia suspirando cansada. — O Levi está enfeitiçado... a minha maldição afetou ele. — Olhei Ymir que se agachava em minha frente.

— Bom, o Levi é um Ackerman, é o destino dele ficar em devoção aos de sangue real. — Ela começava a desenhar pelo chão de areia. — Mas, olha pelo lado bom, pode ter filhos para alegrar seu irmão. — Ela ria — Desculpa, não vou puxar esse assunto.

— Tudo bem. Estou começando aceitar aos poucos o meu destino. — Olhei ela angustiada. — Annie sumiu... Eu tenho uma sensação que o Kenny pegou ela.

— Não está errada. Em seu momento de distração, os capangas emboscaram-na enquanto dormia. — Ela sentou no chão — Sabe a antiga igreja que pegou fogo que toda a família real foi queimada?... A baixo dela, existe um lugar onde usavam para a transformação de humanas para titãs.

— Eles fazem igual Marley? — Perguntei assustada. Eles roubariam o poder de Annie.

— Não exatamente. Eles escolhem a linhagem real para que possa haver a transformação titã. Como você sabe, o Eren carrega os dois titãs da família real. Se não impedir, algo muito ruim pode acontecer. E seu irmão, ganhará benefícios.

— O que eu faço então?

— Eu já lhe dei a localização. O resto é com você e o Levi. — Ymir levantava pegando o balde dela. — Antes... um aviso: o Ackerman pode ser bem mais esperto do que você pensa.

— O que quer dize- — Não tive chance de questionar. Acordei abraçada ao lado de Levi.

O dia estava em começo de seu amanhecer. Podia-se escutar os relinchos dos cavalos, pareciam assustados. Caminhei alguns passos perto da beirada da pequena superfície de madeira onde estávamos. Um titã médio, por volta de quize metros, ele escalava a árvore ao lado com precisão e força, podia sentir a fúria avassaladora de sangue querendo devorar os únicos dois humanos do local. Ele estava em uma distância que poderia se considerar segura, andei para trás com pressa acordando Levi.

— Eu sei. Estou escutando ele tentando subir faz duas horas. — Levi estava com os olhos direcionados a mim. — Fiquei posicionado caso ele tentasse algo com você.

Fiquei um pouco chocada, ele estava acordado todo esse tempo para se assegurar que eu estava bem? Sentei ao lado dele pegando os equipamentos. Arrumei as bolsas guardando nossos pertences.

— Temos gás o suficiente? — Perguntei pegando as bolsas.

— Temos. A questão é a quantidade de titãs que está a baixo de nós. Pode acabar rápido se houver exagero. — Ele pegava as bolsas de minhas mãos. — Vamos.

Usando o DMT, descemos aquele enorme pinheiro matando muitos titãs. Não levamos suprimentos extras, se o gás acabasse ali, não tinha escapatória. Matamos a grande metade dos titãs do terreno. Corremos até os cavalos montando com rapidez, antes de chegar em Shiganshina tem uma pequena cidade, onde ficava a igreja da Família Reis. Se não for, daremos meia-volta e iremos para a igreja de Trost.

Foi um dia de viagem até chegar na cidade anterior de Shingashina. Por sorte, não havia titãs, todos estavam concentrados em um único ponto da Muralha Maria. Amarramos os cavalos nos estábulos e andamos pela cidade esquecida até encontrarmos a igreja. Adentramos aquele lugar morto, podia-se ver esqueletos e corpos já em decomposição.

Averiguamos cada lugar da Igreja, até que encontramos uma pequena abertura no quarto do padre. Entrei descendo a vasta escada.

— Levi não saía do meu lado, tudo bem? — Perguntei, mas não obtive resposta. — Levi?

A porta do porão foi fechada com força. Eu bati várias vezes chamando Levi, mas não obtive nada. Suspirei desesperada, continuei descendo até chegar em uma sala. Estava estranhamente limpa e arrumada. Observando o seu arredor fazia pouco tempo que alguém esteve ali. Será que era o Kenny? Estavam aqui antes de capturar a Annie?

Olhei para teto, talvez eu morreria esmagada se tentasse me transformar. Minha maior preocupação é o que aconteceu com Levi. Será que foi um plano para me prender aqui? Quando a Ymir quis dizer que ele era esperto demais, o que Levi estava planejando?

Voltei a porta do porão chutando ela com força. Parece que tinha algo segurando. Se eu me transformasse em titã, muitos daqueles demônios viriam atrás de mim, capaz de eu não sobreviver. Sentei na escada pensando em sair dessa emboscada.

— Eu devo chamá-lo? — Segurei meu pingente pensando em Zeke.