A Última Chance dos Yeagers. Levi Ackerman. Shingeki no Kyojin.

15

História cuidava de meus ferimentos devagar. Suas mãos pareciam nuvens, eu podia ver as lágrimas dela ao costurar os rasgos em minha pele. Ymir ao seu lado, com um olhar desconfiado, continuou sentada na árvore.

Eu sabia que Ymir era um titã, o titã de Marcel está com ela. Essa garota devorou o meu subordinado, talvez, pelas memórias recebidas, ela saiba quem sou.

Suspirando aos poucos, sentindo a agulha perfurar minha pele, me concentro para não haver uma transformação desnecessária que mate todo mundo. Concentro-me em vagar pelas mentes dos titãs, tento procurar Eren ou Annie, fico preocupada e com medo de encontrarem qualquer vestígio de suspeitas.

De forma estranha, todos os titãs que uso estão sendo mortos um atrás do outro. Volto ao meu corpo recobrando a consciência, na minha frente está Levi com sua face séria.

— Cadete, está bem? — Ajoelhou-se observando os cortes que tive. — Tome cuidado da próxima vez, se não, estará morta. — Essas são as suas últimas palavras antes de sair.

— Sim, Senhor... — Falo levantado com cuidado.

Aproveitando a distração dos demais com o titã do Eren, desço da árvore a procura de Zeke. Lembro-me muito bem que este homem estava por estas redondezas quando hipnotizei Eren. Assobiando, avisto Scarllet aparecer por dentro das árvores altas.

— [Nome], o que irá fazer? — Pergunta Crista.

— Capitão Levi precisa de todo o esquadrão. Não duvido que já tenha mortos por lá. Irei dar apoio. — Ajeitei meu equipamento. — Reiner, venha comigo.

— Não é melhor chamar o Jean? Ele é melhor em área de combate... — Armin falava meio Inseguro.

— Reiner é o suficiente. — Subo em Scarllet e Reiner na garupa. — Voltaremos em breve.

Com rapidez, dou a volta pela floresta. Começando a cavalgar pelo sul, saindo do terreno das Florestas de Pinheiro. Reiner com dúvidas, começou a questionar para onde estávamos indo.

— Zeke. Eu avistei ele por aqui. Além de aparecer ontem no meu quarto. Eu sinto que ele vai fazer merda e atacar antes da hora. — Faço Scarllet acelerar. — Por isso, vamos para a Muralha Maria.

— Muralha Maria? Mas ela é um dia inteiro daqui. — Falou agitado. — Capitão vai perceber nossa falta.

— Eu sei. Tenho um plano. — Olhando para trás percebo uma distância aceitável da floresta.

Saindo do cavalo, peço para Reiner se afastar com Scarllet um pouco. Cortando a palma da minha mão, não muito profundo. Transformo-me em um titã, saindo pela nuca, desço do titã.

— Espera, você consegue controlar o titã por fora? — Falou surpreso.

— Consigo. Meu titã não é um original, no caso, é genético. Eu nasci com ele... — Respiro fundo, estou começando a ter um dejà vu, lembro de comentar com Levi que meu titã era igual do Eren. Menti para ele. — Bom, ninguém sabia disso, a não ser meus pais e alguns superiores de Marley. Por isso, fique de boca fechada.

Após comandar meu titã ir atrás de Zeke. Sento em uma árvore que estava por perto. De forma estranha, o buraco feito por Levi estava cada vez mais difícil de se curar. Mas, antes de me preocupar com ferimentos, tenho que relembrar meus passos.

Neste momento, Petra e Oruo estavam me embolando junto aos mortos. Eren por acaso viu eu me transformar e veio atrás. O curioso é que Zeke estava por perto observando e depois rolou toda aquela confusão traumática de casamento. Preciso fazer diferente desta vez, mas, existe um único problema: Kenny ainda está vivo.

Esse homem realmente é um grande estorvo na minha vida desde o primeiro momento em que fiz um acordo com ele, maior erro que pude cometer.  O mais estranho dessa situação é que Levi está mais sério que o normal comigo. Isso me faz pensar que Ymir não me trouxe ao passado, mas, talvez, á uma realidade diferente, onde não necessariamente esteja tudo igual.

— Reiner, vamos voltar, não quero que Levi desconfie de algo. — Ao montar em Scarllet de volta, retornamos a nossa principal localização.

Entrando por dentro da floresta, posso escutar os gritos de socorro dos cadetes sendo mortos aos poucos. Dando a ordem de separação para Reiner, seguimos em caminhos diferentes, apressei-me para chegar ao mesmo lugar que Capitão Levi e seu esquadrão, mas acabo sendo surpreendida por Petra, a aquela mulher infame, que não tira seu olhar desgostoso de minha direção.

— Onde estava Yeager?—  Perguntou com seus braços cruzados. Céus a oportunidade que perdi de matá-la. 

  — Desde quando é da sua conta? — Sem paciência cruzo o caminho com ela. — É minha superior agora? 

— Você e seu rotineiro sarcasmo. Eu sei que você estava de amassos com o Capitão Levi ontem a noite.  — Com sua ponta de sarcasmo na frase, não pude compreender se aqueles fato era realmente de acordo. Minha única reação momentânea é ficar paralisada com tal choque.

— Como? 

 — Não banque a sínica. Todos podem te achar a mulher mais majestosa para comandar um esquadrão, mas á mim, você não me engana. — Bufou ofendida. — Desde que o capitão salvou-te daquela queda na Muralha Maria, você se sente o mínimo de importante, não é? Pois não sinta!

— A.

Foi á única  coisa que pude dizer. O falatório totalmente irritante conseguiu comprovar uma de minhas dúvidas mais marcantes: eu estou em outra realidade. 

 — Antes que vá embora, responda-me algo: como? Como não morreu naquele dia após a queda? Por que seus ossos não estão repartidos? Você... — Seu silêncio matador no final foi intrigante. Pela primeira vez sua cabeça estava pensando? Juntando as peças?

— Petra, você deveria juntar os corpos em vez de encher minha paciência com seus ciúmes sem finalidade.

Saí de perto dela caminhando para alguma posição aleatória. Existia um fato: tenho casos com Levi? Pois a única preocupação de Petra era se eu poderia ser uma traidora em potencial. Mas, agora, ter relações com Levi? Suspeito. Vou investigar isso.