I

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Meus olhos ardiam como meu corpo que não conseguia move-lo de dor, minha mente cansada me fazia desejar dormir mas a agonia não me deixava relaxar.


Medusa: Tome querida. - abri a boca sentindo ela colocar um remédio para dor - : Logo ficará melhor. - sorriu saindo -


  Respirei fundo olhando para o teto  os detalhes eram estranhos me fazendo duvidar aonde estava.

 Flash do ocorrido me atormentava, só queria me mover como antes mas era impossível.

  Fiquei naquela mesma posição de antes até que comecei a me sentir melhor conseguindo me movimentar um pouco. 
  Me levantei com dificuldade me olhando no espelho que tinha enfrente a cama, meu rosto estava todo cortado, braço e barriga enfaixada que estava um pouco suja de sangue,  meus lábios um pouco roxo. 
   Olhei para uma porta que tinha ao lado e mancando lentamente fui até lá, me segurei na borda vendo minha mãe conversando com um homem negro alto de cabelos escuros e liso, a aparência dele parecia me lembrava algo que não tinha certeza.

?: Eu me importo com ela, mas já chega de guerrear com os Gregos. - sua voz firme ecoou -

Medusa: Eu já viz inúmeros sacrifícios por ela, então porque você também não pode? não estou pedido para iniciar uma guerra, mas desde do início você falou que não iria se envolver diretamente mas agora, a nossa filha quase morreu. 

"Nossa?"

?: Eu sei disso, ela é extremamente preciosa para mim.

" Índio, isso! Ele se parece com um índio "


Medusa: Então faça algo, não é por mim, é pela sua filha Tupã. 

  
  Então o meu pai era o Tupã? Quem é esse Tupã? Onde eu estou? Porque nunca ouvi falar dele? Ele é um Deus? 

 Recuei pela enormes perguntas mas acabei esbarrando em um vaso de flor o derrubando chamando atenção dos dois.


Medusa: Minha querida, tem que descansar. - veio até mim -

: O que está acontecendo? - olhei para ambos - 

Tupã: Simples, eu sou o seu pai biológico. 

Medusa: Deixe eu explicar de um jeito melhor. - suspirou fundo - : Após um ocorrido com um certo Deus repugnante eu estava abalada até que conheci o Tupã que me convidou para vir para seu país natal o Brasil, aqui nós apaixonamos e tivemos você mas quando os Deuses Gregos descobriram da sua existência veio atrás de você e foi onde aconteceu toda aquela perseguição que você foi parar no templo. - sorriu -


 Aquilo era muita informação de uma vez só, minha mente estava a mil, minha boca abria e fechava tentando falar algo mas tudo estava muito embolado. 

 

: Eu, eu posso ficar um tempo só, para engolir isso tudo? 

Tupã: Claro. - pegou na mão da minha mãe saindo dali -


  Novamente estava sozinha, tinha tanta coisa passando pela minha cabeça, os irmãos, o acidente, aquela cena do Poseidon e aquela mulher, meu pai, o tal Deus que minha mãe odeia, essa história mal contada.


?: Aqui está muito abafado, vamos sair. - ouvi um sussurro em meu ouvido - 

: O que? quem é você?  - olhei ao redor notando realmente estar sozinha - 


  Não a ouvi, deduzir ser nada mas realmente aqui estava abafado, vi uma janela ao meu lado, olhei para o outro lado vendo dos dois conversando animados, olhei novamente para a janela indo em sua direção, olhei para o outro lado vendo a grama verde próxima, parecia ser baixo então a pulei mas para o meu azar não era, o que antes era uma grama agora eu estava caindo do céu? 

: Mas que merda é essa? - quase gritei sentindo o vento bater forte contra minhas costas - 


  Me virei de barriga vendo que chegava perto da superfície cada vez mais, parecia que tinha pulado de paraquedas mas sem os paraquedas. 

  Fechei os olhos com força, senti caindo nas árvores, os galhos bateram em meu corpo e nesse momento lembrei que já estava toda acabada pelo acidente. 

 Quando finalmente senti a grama embaixo de mim me sentei resmungando de dor mas minha atenção foi para a estrada movimentada em minha frente, olhei para o lado vendo luzes de cidade.

 Me levantei com dificuldade indo até essa tal cidade, por estar perto cheguei rápido notando ser um distrito de entretenimento. 


: De todos os lugares possíveis eu vim parar logo aqui? - bufei - 


  Vi as mulheres semi nuas andando, homens fazendo piadas imorais enquanto brincava com as garotas.

Por onde eu passava atraia os olhares dos outros me fazendo duvidar da minha aparência.


Homem: Ei gracinha. - se aproximou de mim - : Você é a mulher mais linda que já vi, quanto quer para me satisfazer? 

 
 O olhei com desgosto saindo de perto dele. 

  Continuei caminhando e a cada passos ouvia propostas de homens e mulheres mas recusei todas. 


?: Os humanos continuam nojentos não é? - ouvi uma voz masculina de um beco - 

: O que quer dizer? 

?: Eles não se importam com nada além da beleza, dinheiro e fama, para isso vão fazer o que quer, mas me diz o que uma garotinha como você faz aqui? - não o respondi - : Perdão, me chamo Kalimar. - se curvou -

: Prazer sou Jady. - menti meu nome para garantir - 

  Vi um sorriso dele e se levantou.

Kalimar: Senhorita Jady, parece bastante triste. - me observou - : Tome isto. - me ofereceu um saco pequeno - 

: E porque aceitaria algo de um estranho? 

Kalimar: Sabe, essa pílulas são especiais e raras. - pegou uma dentro do saco - : Não é possível encontra-las no mundo humano, ela te faz se sentir leve, feliz, animada e te faz esquecer dos seus problemas. - ele engoliu aquele que estava em sua mão - : São inofensivas e te levam para o paraíso em segundos. - sua pupila aumentou e seus olhos ficaram levemente amarelos um sorriso enorme animado brotou em seu rosto - : Você nunca ficará tão feliz em sua vida.


  Ele nem parecia o mesmo de antes, estava mais feliz.

  Peguei o saquinho olhando dentro vendo milhares de pílulas.

: O que elas são? - o olhei - 

Kalimar: Elas são as pílulas divina da alegria pequena S/n. - sorriu sumindo no escuro - 


 Como ele sabia meu nome verdadeiro? 

Olhei novamente para o saquinho o guardando no bolso.


Tupã: Finalmente te achei garota. - ouvi sua voz atrás de mim - : Vamos embora, sua mãe está louca de preocupação. 



°°° 



Estava sentada na cama do meu suposto quarto enquanto encarava aquele saquinho.

Aquelas pílulas realmente me fariam feliz? 


?: Tome-as. - ouvi aquele mesmo sussurro - 


  Respirei fundo pensando na merda que iria fazer, aquele cara tomou uma e ficou feliz e não morreu.

: Não custa experimentar. - peguei uma pílula colocando na boca a engolindo - 

As três faces do amor. ( O amanhecer )Onde histórias criam vida. Descubra agora