NEW FAKE COUPLE

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     Catarina

Observo pelas janelas de vidro o jatinho particular sendo pousado, respiro fundo e engulo a última dose do meu café sem açúcar que tinha sido preparado na cafeteria na ala privada do aeroporto.

Depois de dias de chuva em Montreal, partimos no domingo de tarde para Portugal. Minha agenda já tinha certos compromissos marcados antes mesmo da lesão, então sigo o plano de Ricci sem contestar.

A minha atenção é tomada quando a porta principal se abre e alguns homens com ternos pretos entram, provavelmente seguranças. Não demorou muito para o australiano aparecer no meio de todos eles, vestindo roupas casuais, com um semblante cansado, entretanto o homem de quase dois metros de altura mantinha um sorriso de canto.

— Não podia esperar eu chegar no hotel? — ele perguntou, em tom de voz afiado. — Como está seu pulso? — ele perguntou, em cima da outra, não me dando tempo de responder grosseiramente.

— Está bem, obrigada. — digo, continuamos parado no meio da sala. — Sinto muito por estar aqui.

— Você não respondeu nenhuma mensagem minha, eu fiquei muito preocupado com sua lesão e não tive nenhuma notícia sua, agora está me esperando em uma sala de aeroporto. — ele disse, incrédulo.

— Scotty, eu precisava de um tempo. — digo, ele riu.

— Acho melhor conversarmos em um lugar mais privado, não quero que sua mãe coloque fotos minhas com você para ganhar buzz em cima do meu nome. — ele disse, em tom de voz ríspido.

Scotty James é uns dos meus amigos mais antigos, considerava quase um irmão igual monegasco então tudo mudou em uma noite em St Tropez. Bom, não tivemos problemas algum em desbancar em uma mar de sexo sem compromisso até minha querida mãe descobrir é começar vender noticias e fotos nossas para sites de fofoca.

Acompanho o herdeiro em silêncio, um dos seguranças abriu uma porta da salinha pequena, rapaz como um cavaleiro que era, com seus braços indicou que poderia entrar primeiro e logo em seguida entrou também, fechando a porta.

— Não vim aqui para brigarmos, achei que estava claro que não precisamos agir como um casal sendo que nunca fomos um. — digo, me sentando no sofá pequeno enquanto australiano ficou em pé encostado na parede.

— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou, direto.

— Preciso de ajuda. — digo, ele franze sua testa.

— Catarina, não vou bancar novamente seu namorado para internet. — ele disse, me olhando friamente.

— Se eu não tivesse outra alternativa, nunca te pediria isso. — digo, ele negou com a cabeça.

— O que eu faço com meus sentimentos? — ele perguntou, em tom de voz mais alto. — E a minha reputação?

— Você só tem uma por minha causa, Scotty. — lembro, ele revirou seus olhos. — Naquele período, eu concordei em ajudar pelo seu nome na empresa, agora eu preciso desse favor.

— Como você não conseguiu seguir uma regra minúscula? — ele perguntou, pela primeira vez, em tom de voz mais amigável.

— Aí está meu velho amigo. — digo, mordendo lábios.

— Eu topo, mas preciso saber da história antes. — ele perguntou.

— Foi tolice minha achar que poderia ter controle sobre essa história, resumindo bem tudo: acabei me envolvendo com um jogador e agora minha mãe sabe que está me ameaçando dizendo que vai acabar com a reputação do jogador caso isso não terminei. —- explico, relembrando da nossa conversa antes da corrida onde ela ameaçou complicar a vida do uruguaio. — Ela quase acabou com Casper, não quero que aconteça novamente.

O jogador do Palmeiras não foi minha primeira decisão impulsiva. Casper Ruud foi umas das minhas paixões proibidas, ele também é jogador de tênis, isso fazia nós dois nos trombar em hotéis e torneios, alguns jantares e filmes depois de longos treinos, acabou nos levando para quase uma cilada.

— Você vai viver para sempre com medo dela destruir qualquer relacionamento seu? — ele perguntou, em tom de voz mais baixo.

— Claro que não. — digo, ele franze a testa. — Ela vai ficar distraída com nós dois enquanto eu consigo algo maior contra ela.

— E você tem algo, né? — ele perguntou, com seus olhos semicerrados.

— Por qual razão eu estaria em Portugal, James. — provoco, ele riu.

—- Vou ajudar, Kika. — ele disse, me dando um sorrindo largo.

— Obrigada, Scotty. — digo, tentando conter o sorriso no rosto.

[...]

Finalizo minha maquiagem enquanto escuto o décimo suspiro do jogador no facetime. Para colocar meu pequeno plano em ação tínhamos combinado de jantar em um restaurante famoso em Lisboa.

— Você não está muito bonita para encontrar outro cara? — ele perguntou, mal-humorado.

— E quando não estou bonita, Pique?

— Realmente, corazón. — ele disse, pensativo.

Pego meu celular na penteadeira, olho para o jogador que estava com suas mãos encostadas em seu rosto e um semblante preocupado.

— Não vai durar muito, lindo. — digo, ele assentiu. — Estou com algumas informações, a minha fonte pediu apenas duas semanas para confirmação.

— Então serão duas semanas de namoro falso? — ele perguntou, assenti. — E se você gostar dele?

— Não gostei em oito anos, porque vou gostar agora?

— Sempre uma resposta esperta, Catarina. — ele disse, em tom de voz mais sério. — Acho loucura tudo isso, parece um filme estranho da Netflix.

— Estou fazendo tudo isso pela gente, Jo. — digo, honesta.

— Eu sei, mas não ligo de ter uma reputação ruim se for o preço de ficar ao seu lado. — ele disse, sinto meu coração disparar.

— Não é justo. — digo, em tom de voz firme. — Eu quero que isso tenha um fim.

— Só tenha cuidado, por favor.

— Eu prometo não me apaixonar por ele. — brinco, ele revirou seus olhos. — Pois eu já sou apaixonada por você.

THE ARCHER - JOACO PIQUEREZOnde histórias criam vida. Descubra agora