Amigos/inimigos inesperados

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Se Harry tivesse sido solicitado a adivinhar a primeira coisa com a qual ele teria que lidar pela manhã, ele poderia ter dito algo sobre tentar encontrar um banheiro se ninguém lhe dissesse onde ele estava localizado. Ele certamente não teria imaginado que deixar de colocar um feitiço silenciador em torno de sua cama faria com que ele acordasse com o som de alguém sendo atingido.

Empurrando as cortinas, Harry rolou para fora da cama, varinha desenhada e apontada. Mas na cena diante dele, ele estava definitivamente confuso. Lúcio estava batendo repetidamente em Severus, que estava sendo mantido ajoelhado por dois estudantes idiotas que podem ser os mais velhos Crabbe e Goyle.

O choque de Harry foi tão profundo que ele não pôde evitar sua exclamação de, "Que diabos você está fazendo?"

Lucius fez uma pausa em seu insulto para olhar para o recém-chegado, "Disciplina da casa, Harold. Fique fora disso."

Severus não se moveu, ou tentou resistir, e Harry se perguntou por que ele estava sendo segurado quando parecia aceitar o castigo. Mas ainda assim, Harry não era do tipo que deixava alguém apanhar a menos que tivesse um bom motivo para receber.

"Explique melhor, Malfoy."

Lucius levantou uma sobrancelha, "Severus precisa ser lembrado de seu lugar." O homem loiro recuou o braço para desferir outro golpe quando Harry interrompeu.

"Se isso acontecer, vou fazer você se arrepender."

Sua varinha não vacilou nos poucos momentos em que ele ficou parado ali e o braço de Lucius congelou em seu ponto erguido. Ele lançou um olhar frio para Harry. Harry, no entanto, notou o olhar de Snape, que estava olhando para ele. Harry reconheceu o olhar nos olhos... Era o mesmo olhar que ele lembrava de seu próprio rosto sempre que os Weasley se ofereciam para tirá-lo dos Dursley. Era uma esperança expectante, combinada com o conhecimento de que a realidade não tinha tais coisas reservadas para ele.

Harry pode desprezar seu professor, respeitar de má vontade seu compatriota e evitar aquele ser humano como uma praga, mas este não era Snape... Este jovem, este jovem esguio que ainda era mais baixo que Harry, era Severus. Ele se perguntou por um momento como os dois haviam se separado em sua mente tão rapidamente. Concentrando-se em Malfoy, ele falou, "Isso mesmo, Malfoy, nunca me subestime."

Lucius se virou de Severus para encarar Harry. Ele sacou sua varinha lentamente, "Você quer um duelo, Harold?"

"Eu quero que você pare, Malfoy."

Harry mal havia terminado a frase quando Lucius apontou sua varinha com intenção e declarou, "Imperio!" A amabilidade transparente da Maldição Imperius penetrou na mente de Harry. Antes que o tivesse totalmente apreendido, ele já estava lutando contra isso. Afinal, quando você lutou contra Voldemort, o eu adolescente de Lucius Malfoy era pouca comparação.

Perturbando os outros meninos, Harry começou a rir, claramente fora do controle do feitiço. Os outros meninos recuaram, chocados. Severus continuou a olhá-lo em silêncio, a expressão contendo apenas um pouco mais de respeito pela ideia de que esse novo aluno pode ser alguém digno de aliança.

"Acho que não, Malfoy."

Lucius estava desenvolvendo rapidamente duas manchas vermelhas em suas bochechas, "Então ele

Harry revirou os olhos... Lúcio Malfoy estava andando por aí usando as mesmas frases que ele havia pensado quando tinha dezessete anos? Brincando, Harry deu a mesma resposta que tinha dado a essa frase uma vez antes, imaginando se Malfoy, o mais velho, teria um deja'vu algum dia por causa disso.

"Não se preocupe, eu estarei."

Assim que Lucius e seus companheiros deixaram a sala, carrancudos em seus rostos, Harry se virou para Severus, que estava tentando se levantar do chão. Ele estendeu a mão, que foi agarrada apenas o tempo suficiente para o outro jovem ficar de pé, e então soltou.

"Ele vai atacar você de novo", o comentário foi oferecido como um aviso, alguém sentindo seu lugar nas coisas.

"Eu não tenho medo de Lucius Malfoy," Harry conseguiu conter seu humor.

Os jovens se estudaram por um momento e depois apertaram as mãos.

"Severo Snape."

"Harold James."

Harry não foi capaz de conter sua curiosidade por mais tempo, porém, "Por que Malfoy estava batendo em você?"

Severus corou, "Ele não me aprova."

Isso foi tudo o que ele disse, no entanto, antes de se virar e cavar em um tronco. Lá dentro, Harry não ficou surpreso ao ver um estoque de frascos de poções que rivalizariam com a coleção de Pomfrey. O jovem selecionou vários e os engoliu rapidamente. Em sua careta, Harry falou; "Talvez você devesse tentar torná-los mais saborosos."

Severus olhou para ele inquisitivamente antes de se livrar do elogio implícito; "Nós vamos nos atrasar para a aula."

Harry deu de ombros e vestiu sua insígnia da Sonserina antes de seguir os outros jovens para fora do dormitório e da sala comunal. Felizmente, ele conseguiu um guia, já que não deveria saber nada sobre esta escola.

Na entrada do Salão Principal, e um café da manhã um pouco atrasado, os pés de Harry desaceleraram ao ver James Potter olhando em volta como se procurasse por alguém. Por fim, o olhar se concentrou no seu e seu pai se aproximou dele.

"Harold..." A ligação congelou Harry no local e ele esperou por esse confronto, "Monitor-chefe, James Potter."

Hesitantemente, Harry apertou a mão de seu pai enquanto o outro homem continuava a falar, "Dumbledore me pediu para lhe dar seu horário e dizer onde as aulas são localizadas."

Com uma forte inspiração ao lado dele, Harry se virou para olhar. Exatamente o que ele precisava, seu padrinho aparentemente mais preconceituoso do que imaginava estava se aproximando.

"James... Por que você está falando com essa escória?"

James Potter balançou a cabeça, "Comporte-se, Sirius, eu tenho responsabilidades." Sirius apenas zombou e deu um passo para trás. A ameaça era óbvia em seus olhos. Harry resolveu evitar seu padrinho sempre que possível, e garantir que Severus também o fizesse. Ele tinha uma perspectiva totalmente nova sobre aquelas brincadeiras de garotos de escola que ele ouviu em histórias supostamente inofensivas.

Harry falou, "Obrigado pelo horário, posso encontrar minhas próprias aulas." Com um olhar carregado de significado, ele acenou para Sirius, "Não quero causar nenhum problema."

James olhou para seu amigo e depois para o aluno mais novo, "Tanto faz, Slytherin." Girando nos calcanhares, os grifinórios saíram pelo corredor.

A voz de Severus lembrou Harry de seu pensamento positivo, "Você é suicida, ou realmente tão habilidoso?"

Ele se virou para olhar para o outro jovem e franziu a testa ligeiramente, "Eu não vou ser pressionado." Ele começou a entrar no Salão Principal, pretendendo pegar um pouco de comida, mesmo que seu estômago quisesse se rebelar, "E você também não deveria."

Continua....

O Retorno do Pródigo - (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora