O Torneio de Sangue - O menino que sobreviveu 4

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S e g u n d a    P r o v a

Draco não sabia o que diabos iria fazer sobre a segunda prova. Ele falou com seus amigos e enviou uma carta para Regulus - para a qual ainda não obteve respostas - e até agora, nenhum deles conseguiu pensar em uma solução. Draco enterrou-se mais uma vez entre os livros empoeirados, à procura de um feitiço que permitisse a um ser humano sobreviver sem oxigênio - e que magicamente ensinasse um ser a nadar.

Mas, embora ele e seus amigos procurassem nas horas de almoço, noites e fins de semana inteiros – embora Draco pedisse à Professor Slughorn uma permissão escrita para usar a Seção Reservada, e chegasse até a pedir ajuda à irritável Madame Pince, a bibliotecária que lembrava um urubu –, os garotos não encontraram nadinha que permitisse a Draco passar uma hora embaixo d'água e sobreviver para contar a história.

Episódios já familiares de pânico estavam começando a perturbar o garoto agora e, mais uma vez, ele sentia dificuldade de se concentrar nas aulas. O lago, que Draco sempre encarara como mais um elemento na paisagem dos jardins, atraía seu olhar sempre que ele se aproximava da janela de uma sala de aula, uma grande massa cinza-grafite de água friíssima, cujas profundezas sombrias e enregelantes começavam a parecer distantes como a lua.

Do mesmo jeito que acontecera antes, quando ele precisara enfrentar o Rabo-Córneo, o tempo estava correndo como se alguém tivesse enfeitiçado os relógios para andarem em alta velocidade. Faltava somente uma semana para o dia vinte e quatro de fevereiro (ainda havia tempo)... faltavam cinco dias (logo ele ia achar alguma coisa)...

Então, como um milágre, a coruja de Regulus adentrou o Salão Principal uma manhã, quando faltavam apenas três dias. Aquila pousou no ombro de Draco, que acariciou suas penas e deu-lhe um pouco de comida em recompensa, tomando o pequeno pacote que a coruja havia trazido para ele.

Draco segurou a caixinha enviada por seu pai e abriu a carta presa a ela.

Draco,
Falei com Severus (ele está ao meu lado enquanto escrevo essa carta e está com saudades apesar de quase me ameaçar por te dizer isso). Nós contemplamos sobre seu problema por alguns dias e encontrei a solução. Dentro dessa caixinha tem uma poção que deve durar o tempo da prova. Tome logo antes de entrar no lago. É importante que não beba com muita antecedência.
Vai te ajudar a respirar e a nadar dentro do lago.
Faça um favor para mim e escreva quando vai ser o próximo fim de semana que vai para Hogsmeade, sim? Estou com saudades.
Boa sorte, Draco.
R.A.B

Draco soltou um suspiro de alívio ao ver o pequeno frasco de uma poção. Ele logo perguntou a Pansy quando seria a próxima visita a Hogsmeade e escreveu uma carta de resposta ao seu pai, enviando Aquila de volta. Agora que tinha uma solução - mesmo quando ele não sabia qual era exatamente. Não importava, confiava em seu pai e seu padrinho - Draco sentia-se mais tranquilo.

Na manhã da prova, Draco apressou-se. Estranhamente, Blaise não estava no quarto, mas Draco não teve tempo para preocupar-se. Vestiu uma roupa, tomou o frasco da poção em suas mãos e deixou o dormitório. Ele encontrou Pansy na Comunal, e a menina o enviou um sorriso nervoso ao vê-lo, decidindo caminhar com ele pelos corredores.

No saguão de entrada haviam diversos alunos, todos saindo do Salão Principal depois do café em direção às portas duplas de carvalho da entrada, para ir assistir à segunda tarefa. Enquanto caminhava pelos gramados, viu que as arquibancadas que tinham rodeado o picadeiro dos dragões em novembro agora estavam dispostas ao longo da margem oposta do lago, quase explodindo de tão lotadas, e que se refletiam nas águas embaixo; a algazarra excitada dos espectadores ecoava estranhamente pela superfície das águas enquanto Draco andava pela outra margem do lago em direção aos juízes, sentados a uma mesa coberta com tecido dourado. Cedric, Fleur e Krum estavam parados ao lado da mesa, observando Draco se aproximar, o sonserino sendo aparentemente o último.