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M a l d i ç õ e s    I m p e r d o á v e i s

"Vai me contar o que aconteceu?" Questionou Pansy pela vigésima vez enquanto ela, Draco e Blaise faziam o caminho para o Salão Principal na manhã seguinte. Draco estava tentando ignorá-la - o que estava funcionando excepcionalmente mal -, e seu outro amigo não estava ajudando ao enviar olhares curiosos e divertidos.

"Nada aconteceu." Disse Draco calmamente. "Por que acha que algo aconteceu?"

"Porque eu te conheço e você está agindo estranho desde que acordou hoje." Declarou a sonserina.

Draco estava de fato estranho. Ele sabia que estava. Só não era desde essa manhã, e sim desde a noite passada. Ele queria tirar o pequeno incidente de sua cabeça, mas o maldito Potter com seu maldito sorriso, malditos olhos verdes e maldito cabelo rebelde não o deixa em paz. Na verdade, ele nem mesmo dormiu direito e, nos curtos períodos que de fato conseguiu adormecer, teve sonhos estranhos. Sonhos que Draco preferia esquecer.

Ele não sabia porque não conseguia simplesmente se livrar da sensação do corpo de Potter sobre o seu. Nunca se importou com nada disso antes, e o pensamento de ter alguém tão perto assim de si nunca sequer havia cruzado seus pensamentos. E agora ele não consegue parar de pensar na proximidade.

O trio entrou no Salão Principal e tomou seus lugares habituais na mesa da Sonserina. Draco ergueu o olhar involuntariamente e, como se fossem magnéticos, os olhos de Harry o atraiu até as profundezas esmeraldas escondidas atrás das lentes. Um calafrio percorreu o corpo do loiro quando o outro menino lhe ofereceu um pequeno sorrisinho.

Draco culpou sua pele extremamente clara pelo modo como ele sabia que estava corando.

Ele rapidamente focou em sua própria comida, tentando distrair-se com qualquer que seja a conversa acontecendo entre Blaise e Pansy. Funcionou pelo resto do café da manhã, e Draco conseguiu não encarar a mesa da Grifinória nem uma vez.

No entanto, sua conquista foi por água abaixo quando Potter o alcançou na saída do Salão Principal, imediatamente rodeando um de seus braços pelos ombros do sonserino. Infelizmente, o loiro estava partindo para Aritmancia, uma aula que nem Blaise nem Pansy compartilhavam, então estava sozinho para lidar com o grifinório. Draco virou o rosto para encará-lo e se viu de frente com a expressão entretida de Harry Potter.

"Bom dia, Malfoy. Como você está nessa manhã?"

Draco estreitou os olhos, com a sensação que Harry estava zoando dele com toda essa atitude despreocupada e divertida.

"Perfeitamente bem, Potter, obrigado pela preocupação." Respondeu Draco, o sarcasmo escondido em suas palavras, mas facilmente perceptível. O sorrisinho do grifinório cresce.

"Ótimo. Tem certeza que não tem nada de errado?" A falsa ingenuidade na voz de Harry era tão enervante quanto divertida para Draco. "Você está meio vermelho." O grifinório ergue a mão do braço ainda ao redor dos ombros do loiro e arrasta suavemente os nós dos dedos pela bochecha do sonserino.

Ele certamente tem a audácia de um sonserino, pensou Draco, incerto se o maior desejo em seu peito era de dar um soco em Harry pela provocação ou sentir-se orgulhoso. Ele supunha que estava preenchido com os dois. No entanto, independentemente de seus próprios sentimentos, ele não podia deixar Potter escapar com a vantagem do constrangimento que ele sabia que Draco sentia.

Assim, Draco apenas arqueou uma sobrancelha em desafio, erguendo levemente o queixo.

"Vermelho? Só se for de calor. Não é como se eu tivesse visto ou passado por algo interessante." Ele deixou seus olhos lentamente percorrerem o corpo de Harry antes de encontrarem os olhos esmeralda novamente, certificando-se em deixar uma expressão entediada e nada impressionada em seu rosto.

O Torneio de Sangue - O menino que sobreviveu 4Onde histórias criam vida. Descubra agora