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C o p a    M u n d i a l    d e    Q u a d r i b o l

Draco não conseguiu encontrar nenhum de seus amigos antes do jogo. Isso não o desanimou, porém, pois Ari era extremamente divertido. Ela parecia ter um leve problema com as pessoas do ministério - apesar de ser onde trabalha - porque cada vez que eles cruzavam com uma figura de autoridade, elu segurava a mão de Draco e o puxava consigo para longe. Não que ele se importasse, o quanto menos ele interage com essas pessoas melhor.

A atmosfera de excitação foi-se adensando como uma nuvem palpável sobre o acampamento, à medida que a tarde avançava. À hora do crepúsculo, o próprio ar parado de verão parecia estar vibrando de excitação, e quando a noite se estendeu como um toldo sobre os milhares de bruxos que aguardavam, os últimos vestígios de fingimento desapareceram: o Ministério pareceu se curvar ao inevitável e parou de combater os indisfarçáveis sinais de magia que agora irrompiam por toda parte.

Ambulantes aparatavam a cada metro, trazendo bandejas e empurrando carrinhos cheios de extraordinárias mercadorias. Havia rosetas luminosas – verdes para a Irlanda, vermelhas para a Bulgária – que gritavam os nomes dos jogadores, chapéus verdes cônicos enfeitados com trevos dançantes, echarpes búlgaras adornadas com leões que rugiam de verdade, bandeiras dos dois países que tocavam os hinos nacionais quando eram agitadas; havia miniaturas de Firebolts, que realmente voavam, e figurinhas colecionáveis dos jogadores famosos, que andavam se exibindo nas palmas das mãos.

Draco e Ari compraram onióculos para assistir o jogo e elu escolheu um chapéu da Irlanda para si, o que fez o loiro sorrir com diversão.

Eles ouviram um gongo, grave e ensurdecedor, bater em algum lugar além da floresta e, na mesma hora, lanternas verdes e vermelhas se acenderam entre as árvores, iluminando o caminho até o campo.

"Está na hora. Vamos!" Disse Ari, sorrindo com animação.

Eles correram para a floresta seguindo o caminho iluminado pelas lanternas. Ouviam a algazarra de milhares de pessoas que se movimentavam à volta deles, gritos, gargalhadas e trechos de canções. A atmosfera de excitação febril era extremamente contagiosa, Draco não conseguiu impedir um sorrisinho. Caminharam pela floresta durante vinte minutos, conversando e brincando em voz alta até que finalmente emergiram do outro lado e se viram à sombra de um gigantesco estádio. Embora Draco só pudesse ver partes das imensas paredes douradas que cercavam o campo, ele podia afirmar que caberiam dentro dele, com folga, umas dez catedrais.

Ari e Draco se encaminharam para o portão mais próximo, que já estava cercado por um enxame de bruxos e bruxas aos gritos.

"Lugares de Primeira!" Exclamou a bruxa do Ministério ao portão, quando verificou as entradas deles. "Bom te ver, Ari. Suba, o mais alto possível."

As escadas de acesso ao estádio estavam forradas com carpetes púrpura berrante. Eles subiram com o resto da multidão, que aos poucos foi se dispersando pelas portas à direita e à esquerda que levavam às arquibancadas. Eles dois continuaram subindo e finalmente chegaram ao alto da escada, onde havia um pequeno camarote, armado no ponto mais alto do estádio e situado exatamente entre as duas balizas de ouro. Umas vinte cadeiras douradas e púrpura tinham sido distribuídas em duas filas, e Draco, ao entrar na primeira com Ari, deparou com uma cena que ele jamais imaginara ver.

Cem mil bruxos e bruxas iam ocupando os lugares que se erguiam em vários níveis em torno do longo campo oval. Tudo estava banhado por uma misteriosa claridade dourada que parecia se irradiar do próprio estádio. Ali do alto, o campo parecia feito de veludo. De cada lado havia três aros de gol, a quinze metros de altura; do lado oposto ao que estavam, quase ao nível dos olhos de Draco, havia um gigantesco quadro-negro. Palavras douradas corriam pelo quadro sem parar como se uma gigantesca mão invisível as escrevesse e em seguida as apagasse; observando melhor, Draco viu que o quadro projetava anúncios no campo.

O Torneio de Sangue - O menino que sobreviveu 4Onde histórias criam vida. Descubra agora