Capítulo 8

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Antes de tudo, gostaria de dizer que trouxe uma surpresa nesse capítulo: o narrador não é Selene e nem Henrique! Espero que gostem ;D

E também gostaria de fazer um pedido, eu realmente não sei se vocês estão gostando da história, então como tudo isso é para vocês, não faz sentido eu continuar se vocês não estão curtindo. Então eu gostaria (muito) de saber a opinião de vocês, de verdade para saber se devo continuar ou não. Mas agora, vou parar de atrapalhar, boa leitura!


Bernardo

Henrique parece ausente. Como na maioria das vezes, para falar a verdade. Ele sempre foi do tipo que não conta nada para ninguém, mas está sempre disposto a ouvir o que as pessoas têm a falar, ou seja, o alvo preferido das meninas, apesar de ser meio na dele e muitas vezes não ligar quando elas usam decotes até o umbigo e ficam pedindo para ele explicar matérias ridículas mil vezes. Joana estava inclusa nesse grupo - inclusive, foi ela quem o trouxe para o nosso "grupo" -, até George começar a dar em cima dela. E por causa disso, agora, estávamos todos na merda.

Isso parece ser meio infantil, mas infelizmente quando um casal de amigos se separa dessa maneira, bem, você acaba tendo que escolher um lado. O motivo de eu ter ficado do lado de Joana era muito simples: ela estava certa, George havia vacilado. Por isso me surpreendi com a quantidade de pessoas que ficaram do lado dele. Isso estava sendo ruim, para todo mundo. Era como se tivessem colocado um muro de Berlim entre nós.

Henri parecia estar sofrendo mais com isso do que eu ou Gabriel - esse na verdade estava ocupado com outras coisas (cof cof garota ruiva cof cof) -, mas talvez isso fosse apenas impressão minha, talvez seu modo quieto passasse mais despercebido por mim no meio de várias pessoas.

- Que merda - murmuro, sem animação.

Henrique bufa e olha para os lados. Sei o que ele está procurando: Selene. Percebi a troca de olhares entre eles mais cedo e gostaria de ter tido coragem de avisá-lo do tamanho da merda em que ele está entrando. A garota é completamente pirada, desde os tempos de escola.

De repente Henri se levanta e sai andando. Que ótimo, parece que hoje é o dia dos loucos e ninguém me avisou. Levanto e o sigo.

- Cara, aonde você está indo? - pergunto, buscando uma explicação.

- Estou cansando desse draminha infantil da Joana - ele admite, sem diminuir o ritmo dos passos.

- Legal - ironizo - Eu também estou, mas não saio correndo por ai só por causa disso.

Henrique nem se dá ao trabalho de me responder e eu demoro um pouco para perceber para onde estamos indo. Quando descubro me lembro por que Henri nunca passava os intervalos conosco ano passado: ele morava na biblioteca.

- Biblioteca? Sério? - murmuro, já com vontade de mudar de direção.

- Você já estudou Sartre? - ele me pergunta, ignorando o que eu acabo de dizer.

- Já - reviro os olhos - Existencialismo e etc...

- Pois é - ele me interrompe, quase batendo a porta da biblioteca na minha cara ao abri-la - Não culpe ninguém além de si mesmo pelas suas escolhas, ou seja, você está me seguindo por quer e fim.

Ele me pega de surpresa com essa e como não consigo pensar em nenhum argumento apenas entro na biblioteca calado.

Essa provavelmente é a segunda ou terceira vez que eu venho aqui. Eu tenho lá meus motivos. Para quem queria estar estudando Oceanografia, eu até que me esforçava bastante para ir bem em Direito, agora ir na biblioteca já é pedir demais.

SeleneOnde histórias criam vida. Descubra agora