Capítulo 85

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Quatro anos depois...

Ester

Pedro entrou correndo na cozinha e chorando. 

Que foi filho? - peguei ele no colo e dei um cheiro no mesmo - O que aconteceu? 

A Helena, mamãe. - passou a mão no braço - Ela me bateu. -  passou a mão no rosto 

Te bateu porque? O que tu fez? - olhei desconfiada e ele suspirou ainda chorando - Jasmine. - gritei 

Ouvi ela correndo pela casa e logo chegou na porta da cozinha. 

Mãe, ele pegou o meu celular e eu peguei de volta, aí ele me bateu. - disse com cara de choro - Ele quem começou, eu só devolvi. - balançou os ombros 

Se tu balançar esse ombro de novo, vai ficar de castigo! - falei séria apontando pra ela - Pedro, tu para de mexer nas coisas dela, tu tem o seu! - coloquei ele no chão - E outra eu já disse milhares de vezes que não quero ninguém batendo em ninguém, na próxima os dois vai apanhar e ainda ficar de castigo!  - eles concordaram com cara de cachorro sem dono - Se abracem!

Pedro como sempre relutou no começo, mas abraçou ela. 
Saíram correndo pra sala e eu voltei a lavar a louça. 

Fazem quatro anos que eu perdi o meu amor, no começo foi muito difícil, mas hoje aprendi lidar com a dor.

Faz muita falta, mas aprendi a viver sem ele, era o único jeito. 
O meu único desejo, era ele conhecer o nosso príncipe. 

Pedro se foi e deixou um presente, para que eu me enchesse de amor quando descobrisse.  

Eu descobri no quarto mês e foi algo que me completou, parece que ele deixou tudo planejado para que eu não desistisse. 

Porque além da Jasmine, tinha o nosso pequeno. 
Tive que ser forte por três. 

Aguentei a barra sozinha, claro que o pessoal me ajudou e tal, mas não é a mesma coisa do que se ele tivesse aqui ao meu lado. 

Maya teve um menino também, o Bruno. 
Quando o Pedro completou quatro meses, ela descobriu a gravidez. 

Vive bem lá na babilônia e ainda é meu braço direito na empresa. 
Uma excelente mãe, esposa e amiga. 

O nome do nosso príncipe é Pedro Henrique. 
Porque ele sempre falava que quando tivesse um filho, ia se chamar Henrique e eu quis homenageá-lo.  

Pedro é idêntico ao pai, sem tirar e nem por, sem contar a personalidade. 
Eu vou ter muito trabalho, porque pensa em uma criança difícil de lidar.

Já a Jasmine é a minha mini versão, eu não aguento com tanto deboche. 
Me estresso e depois lembro a quem ela puxou. 

Sequei e guardei a louça. 
Coloquei as panelas na geladeira e varri o chão. 

Eu sou uma mulher completamente diferente de quatro anos atrás. 
Todo o sofrimento e meus filhos me fizeram amadurecer muito. 

A selecionar muitos lugares e pessoas. 
Quando o Pedro completou um ano, eu decidi sair da babilônia, hoje em dia moro em um apartamento na barra. 

A favela não é a mesma desde quando perdemos o Pedro, tem operação quase todos os dias, muita gente morreu, incluindo moradores. 

Eu não queria que os meus filhos crescessem nesse cenário e como eu tive oportunidade e condição financeira, eu sai de lá. 

Minha marca "Sempre linda" já tem em outras cidades e virou uma marca reconhecida. 
Isso tudo eu devo ao Pedro, acreditou, confiou e apostou em mim! 

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora