Life in Outer Banks - S \ n

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Sim, JJ ta puto comigo, Rafe, duvido que vai querer olhar na minha cara tão cedo.
As merdas que só tenho que aceitar que fiz...

Vou atrás de Jj e não o encontro, ah que novidade, alguém fugindo de mim. Me sinto mal, de fato como deveria. Um sentimento desenfreado de desespero toma conta de mim. Desamparo, como meu pai falou, "não venha chorar e se vitimizar, merda, Sn, você fode a porra toda e tem dó de si mesma".

Sim, pai, tenho dó de mim mesma. Mas não fodi com a porra toda só porque a mamãe fugiu de nós, ele costumava a me culpar por isso. Talvez ele esteja certo afinal de contas, talvez eu só faça merda.

Procuro meu primo, preciso chorar no ombro dele e contar tudo o que aconteceu, mas não o vejo.

- Sn? - Kie me surpreende - o que aconteceu?

Antes de responder, começo a chorar - você sabe, as mesmas merdas de sempre, desculpa estragar a noite.

- Você não estragou nada - fala - não fica se culpando pelos caras que você se envolve serem explosivos de mais, Sn.

- É, eu sei - aprecio a tentativa de amparo, mas não funciona - você viu o John?

- Ele foi pro castelo com o JJ - Kiara diz receosamente, com medo da minha reação.

Choro. Sei o motivo de ter ido embora às pressas, sei que não é bom.

- Sn, caramba! Não precisa disso, o JJ só precisa de um tempo, daqui a pouco percebe que não é pra tanto. Não fica se culpando.

- Eu sinto que fodo com tudo, Kie. Parece que cada decisão que eu tomo gera um caos na vida de todo mundo.

Ela me abraça.

- Ei, faz assim, vamos pro castelo, e de lá te ajudo a conversar com o JJ, se precisar, eu mesma falo com ele.

Não acho que isso seria uma boa ideia, JJ, explosivo demais pra me ouvir, imagina pra ouvir alguém que nem tá envolvido na história.

- Acho que posso dar um jeito nisso - falo - mas sem a vã? Vamos como?

- Rafe? - ela encara minha expressão de desespero - Brincadeira, boba, vem cá, a gente pega carona com alguém.

- O Rafe não vale, tá bom?

- Pode ter certeza que quero menos a companhia dele do que você - eu rio.

Um amigo estranho da Kiara leva a gente, é um carro bom de mais pra um pogue, e barato demais pra um Kook. Ele passa o caminho todo fumando maconha, o que me deixa tensa
por ele estar dirigindo, e meio chapada de tabela, pelos vidros fechados do carro.

Quando chegamos, vejo a luz da varanda acesa e John b sentado com JJ.

- Vieram como? - pergunta meu primo, em um tom sínico que me desagrada.

- O amigo da kie trouxe - vejo o maxilar de JJ se tensionar, ele não olha na minha cara.

JJ solta uma risada irônica. Ah, o que esses dois tem agora?

- Entendi - responde John. Parece que a conversa de encerrou assim que eu e Kiara chegamos.

- Bom, eu vou entrar e pegar algo pra comer - fala Kiara - quer me ajudar John b?

Ele não responde, apenas acompanha. Acho que está bravo comigo também.

- JJ? - pergunto, esperando por resposta, não recebo.

- JJ? Pode conversar comigo por favor?

Silêncio.

Me levanto e vou direto ao quarto, deito no lençol velho de John que nunca deve ter sido lavado. As luzes amarelas no teto me aconchegam e agoniam simultaneamente.
Não me sinto em casa, não sinto que tenho casa, qualquer lugar que eu vá é um pesadelo.

Choro por tantos motivos e por nenhum.

Acordo sem nem perceber que havia dormido, vejo JJ dormindo na poltrona magenta, no canto escuro do quarto, com a cabeça pendendo pra frente.

Acho que veio checar em mim e ficou por aqui.

É gente, escrevi depois de um tempinho, de modo bem diferente, não sinto que consigo fazer igual antes, muitas coisas mudaram. Pois bem, comentem o que acharam, se querem continuação...
Obrigada por ler, beijos.