O mesma Outro quarto. Entram Enobarbo e Eros, que se encontram.
ENOBARBO — Então, amigo Eros!
EROS — Chegaram notícias muito estranhas, senhor.
ENOBARBO — Que notícias, homem?
EROS — César e Lépido atacaram Pompeu.
ENOBARBO — Ora, isso já é velho. E qual foi o resultado?
EROS — César, tendo-se aproveitado de Lépido na guerra contra Pompeu, recusou-se a reconhecer nele um seu igual, não permitindo que lhe tocasse nenhuma parte da glória desse feito. E sem parar aí, acusa-o, ainda, de haver escrito antes a Pompeu, motivo por que o prendeu, com base na acusação por ele próprio formulada. Assim, o pobre triúnviro está na grade, até que a morte alargue sua prisão.
ENOBARBO — Desse modo ficaste — ó mundo, apenas com um par de queixadas, e ainda mesmo que entre elas jogues tudo o que tiveres, entre si hão de moer-se. Onde está Antônio?
EROS — Passeia no jardim — assim — e pisa a erva que acha, a exclamar de quando em quando: "Que estúpido, esse Lépido!" o pescoço do oficial ameaçado que sem vida deixou Pompeu.
ENOBARBO — Aparelhada nossa grande esquadra se encontra.
EROS — Para o ataque contra César e a Itália. Mais, Domínio; meu amo quer falar-vos com urgência. Depois vos contarei o que ainda falta.
ENOBARBO — Há de ser quase nada. Pouco importa. Levai-me a Antônio.
EROS — Então, senhor, segui-me.
(Saem.)