Alexandria. Acampamento de Antônio. Toque de trombeta. Entram Antônio e Eros; um soldado avança ao encontro de ambos.
SOLDADO — Que hoje os deuses a Antônio dêem bom dia.
ANTÔNIO — Ah! quem me dera que eu te houvesse ouvido, quando instavas, com essas cicatrizes, para eu lutar em terra!
SOLDADO — Se o tivesses feito, os monarcas que se revoltaram contra ti, e o soldado que hoje cedo te abandonou, contigo seguiriam.
ANTÔNIO — Quem fugiu hoje cedo?
SOLDADO — Quem? Pessoa muito chegada a ti. Chama Enobarbo, que ele não te ouvirá, ou então, do campo de César, te dirá: "Não sou dos teus."
ANTÔNIO — Que me dizes?
SOLDADO — Senhor, está com César.
EROS — Senhor, suas canastras e tesouros, ele deixou aqui.
ANTÔNIO — Então partiu?
SOLDADO — Nada mais certo.
ANTÔNIO — Envia-lhe, Eros, tudo, todo o tesouro. Sim, faze isso logo, é o que te digo. Escreve-lhe uma carta — assiná-la-ei — com cordiais adeuses e cumprimentos, e que faço voto para que ele jamais tenha motivo de uma vez mais vir a mudar de mestre. Oh! minha sorte infausta chegou mesmo a corromper os bons. Vai. Enobarbo!