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Eu tenho você, eu prometo.
Deixe-me ser honesto.
O amor é uma estrada que vai nos dois sentidos.
Quando suas lágrimas rolarem no seu travesseiro como um rio.
Eu estarei lá por você.
Mas você tem que estar lá por mim também.”

~ There for You - Martin Garrix
& Troye Sivan.

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[2778 words]

A vida é engraçada.

Você nasce sem nem ao menos querer, e ainda tem a possibilidade de passar toda sua existência sofrendo sem nenhum motivo aparente. Os anos se passam rapidamente e quando você percebe, já está dando adeus aos seus entes queridos em uma cama de hospital. Isso se sua vida não for ceifada de repente no meio de sua juventude.

Para alguns, viver é uma dádiva, algo que lhes foi concebido por um ser divino, que permitiu que pudessem contemplar a beleza do mundo, para que pudessem também seguir seus sonhos e aproveitar os momentos bons ao lado daqueles que amam. Para outros, a vida não era necessariamente algo bom, às vezes poderia ser até chamada de sobrevivência.

Era assim que eu me sentia. Tentava sobreviver dia após dia, sendo prisioneiro de meus traumas e medos. Passava a maior parte do tempo me escondendo do mundo e fingindo que estava tudo bem, quando não estava. Sempre reprimi minha vontade de conhecer novas pessoas ou lugares, porque sabia que provavelmente teria surtos de ansiedade.

Sabia que não era minha culpa desenvolver problemas psicológicos, mas ainda assim me sentia péssimo por dar tanto trabalho ao meu irmão. Itachi viveu toda sua vida cuidando de mim e às vezes até se privava da diversão, só porque tinha medo de me deixar sozinho, imaginando que se eu tivesse alguma crise, não teria ninguém pra me socorrer.

Aquilo me fazia sentir que era o pior irmão do mundo. Porém, mesmo que eu tentasse meu máximo pra enfrentar meus medos, ainda permanecia ouvindo aquela voz agressiva na minha cabeça. Conseguia escutar nitidamente o homem dizendo o quanto eu era imprestável e que só servia para ser tratado como saco de pancada.

Naquela época, eu costumava acreditar em tudo que aquele homem bêbado –que eu me recuso a chamar de tio– falava. Achava que ele estava certo e que eu não deveria ter vindo ao mundo, já que dificultava tanto a vida das pessoas que me cercavam.

Sempre achei que a morte dos meus pais fora minha culpa, afinal, se eu não tivesse nascido, ela ainda estaria aqui. Assim como meu pai, que não teria bebido por saber da morte dela, e provavelmente permaneceria vivo, dando amor a sua esposa e seu único filho, Itachi.

Esses pensamentos intrusivos costumavam rondar minha mente constantemente, me deixando deprimido e impotente. Contudo, depois da aproximação inesperada de um certo garoto loiro de olhos azuis, percebi que minha cabeça passou a se preocupar mais com oque aquela pessoa específica achava de mim.

No começo, cheguei a supor que Naruto só queria se aproximar por curiosidade, afinal, sempre tive noção das coisas que as pessoas ao redor de Itachi falavam sobre mim. Entretanto, me surpreendi quando tive meu primeiro passeio com o Uzumaki, o conhecendo minimamente.

Podia não parecer, mas Naruto era praticamente um raio de luz ambulante. O qual estava sempre se preocupando com os outros e era sempre o mais gentil possível. Ele demonstrava carinho para com as pessoas, mesmo que não fosse tão próximo delas. E aquilo foi um dos motivos pelo qual eu me apaixonei por ele.

Naruto costumava olhar o lado bom das coisas, e fazer os outros imitarem suas ações, e eu amava aquilo. Amava o fato de que agora tinha alguém para me fazer enxergar a felicidade no meio da tristeza, o amor no meio do caos e a luz no meio da escuridão.

THERE FOR YOU ⚣︎ | NarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora