Marque Minha Pele | Larry Stylinson A.B.O

1. Pac Man

Passaram três meses desde o evento catastrófico. Foram três meses agonizantes pra Louis, que sentia enjôo o tempo todo, dores de cabeça e suas gengivas coçando.

Era como um cio que não acabava mais.

É lógico que a primeira coisa que ele fez foi procurar um médico especializado, afinal, ele não tinha certeza se isso era mesmo um imprinting.

O médico confirmou suas suspeitas, mesmo que não existissem exames, os sintomas não negavam: Louis tinha tido um imprinting.

E pra piorar, o medico lhe aconselhou que não ficasse longe do alfa que seu lobo reivindicou. Até parece.

Depois da confirmação, ele começou a sentir vergonha de quando teve o tal imprinting. Ele correu como uma garotinha assustada, e ficou parecendo um imbecil, e por isso ele resolveu não voltar ao estúdio.

Mas quanto mais tempo passava, mais dores ele tinha, e aquilo estava se tornando insuportável. Malditos instintos.

- Vai Niall, manda a mensagem logo! - Louis resmungou, tomando o celular da mão do amigo e apertando enviar.

É o seguinte: ele teve uma ótima ideia. Diante da situação em que se encontrava, onde ele não devia ficar longe do alfa para não machucar seu lobo, ele resolveu que se aproximaria. Tentaria uma amizade.

E como estava com vergonha pelo fatídico dia em que seu lobo resolveu reinvindicar um completo desconhecido, ele pediu pra que Niall marcasse uma tatuagem, pra que ele tivesse um motivo plausível para ir ao local.

Mesmo que Niall tivesse odiado a idéia.

- Você sabe que eu não vou fazer uma maldita tatuagem, né? - O loiro cruzou os braços, formando um bico em seus lábios.

- Niall, você não entendeu o plano... - Louis suspirou, disposto a explicar tudo novamente. - Quando chegarmos lá, vou dizer que marquei pelo seu número porque estou sem celular, e eu quem faço a tatuagem.

- Mas pra que tudo isso mesmo?

- É que tô com vergonha de mandar do meu número. - Louis corou.

- Tá. Vê se conta pra ele o que aconteceu. - Niall aconselhou, mesmo que já tivesse dito isso desde que descobriu o ocorrido.

Louis rolou os olhos. Como se fosse fácil assim falar.

"E aí cara, tive um imprinting por você." Direto demais.

"E aí cara, meu lobo tá doidinho pelo seu." Cafona demais.

"Cara, porque ao invés de me tatuar, você não me marca com seus dentes?" Pra essa, sem comentários.

É, ele realmente não iria falar.

-

Finalmente chegou o dia o qual eles marcaram pra fazer a tatuagem.

Louis estava ansioso, ele roía as unhas enquanto caminhava lentamente em direção ao estúdio, dessa vez sozinho, porque Niall não conseguiu folga no trabalho.

Ao abrir a porta, ele não pôde evitar farejar o lugar, em busca do aroma do alfa, que até agora ele não tinha sentido adequadamente. E lá estava ele. O cheiro de hortelã, que fez seu coração bater mais forte, e suas mão suarem.

Instantaneamente, suas gengivas coçaram, e ele sentiu suas mãos começarem a tremer.

- Ei, você. - Ele ouviu uma voz o chamando, a voz do ômega atendente. - Não vai sair correndo dessa vez, vai?