Eu realmente não gosto de você | Romance gay

Capítulo 2 - Don't Rain on my Parade

Ben acordou uns minutos antes do despertador tocar. Se levantou disposto, como quase sempre fazia, se trocou e desceu as escadas pensando no cronograma que teria. Hoje ele teria educação física e estava ansioso para ver quais esportes poderia praticar. Tomou seu café da manhã, abraçou sua avó, desejou um bom dia para Josh bagunçando o cabelo do irmão caçula e saiu para a escola.

Ele amava ir pedalando e observando a paisagem enquanto ia para escola. Um dia, quem sabe, ele compraria uma motocicleta e iria para escola com ela, e todos ficariam elogiado o quanto a moto do Ben era irada. Se é que alguém ainda fala isso hoje em dia. Como ele não queria ser zoado pelo pessoal mais velho da nova escola, Ben tentava ir o mais cedo possível para escola para que o mínimo de pessoas possíveis visse ele chegando de bicicleta.

— Tá madrugando na escola, Saito? Ou está com medo da escola inteira ver você chegando nessa sua bicicleta velha? — Ben reconheceu a voz que falou essas palavras, mas não acreditou que Oliver teria coragem de falar qualquer zoeira com ele tão cedo.

— Está endoidando, Lopez? Entrou no colegial e já está colocando as asinhas de fora, é? Não te conheci assim não, ô nerd.

— Você que começou ontem, só estou te retribuindo o favor. Diz para os seus amigos que aqui não é o ginásio e que eu não estou com vontade de aturar as piadinhas deles.

— Diz você! Se tem coragem para vir me peitar, tem coragem de falar para eles. Estou vendo que finalmente está virando homenzinho...

— Vai se foder, Benjamin! Eu sou homem, seu imbecil!

— Calma, Oliver! Desculpa, eu não falei nesse sentido. Se estressa não, se não essa sua cara feia vai ficar pior do que já é.

— Que seja. Lá vem o Idi e o Ota. Até a aula de Inglês, Saito.

Oliver saiu segurando as alças da mochila que estava em suas costas e seguiu em direção à Natalie que estava esperando-o perto da escadaria da entrada. Ben viu na hora que os dois bateram as mãos e entraram pela porta principal da escola. Calvin e John se aproximaram de Ben e guardaram suas bicicletas próximas a do amigo.

— O que o nerd queria? Vocês não são de ficar batendo papo. — Disse John tirando uma rosquinha da mochila.

— Ele criou coragem para vir me zoar, pode isso? — Ben deu uma risada de deboche enquanto olhava a porta por onde Oliver e Natalie tinham acabado de passar. — Acho que finalmente entrou na puberdade.

— E você deixou esse viadinho zoar você? — Ben olhou pra Calvin com um olhar de lá vou eu ter que falar disso de novo assim que ele falou isso.

— Calvin, não chama ele disso. Lembra o que aconteceu da última vez que você saiu xingando os outros assim? Se alguém escuta e fala para ele...

— Desculpa aí, senhor eu sou um novo cara. Até parece que até um dia desses você não estava falando do Oliver e do James Colton e como eles parecem...

— Sim, cara, vai repetir? Pelo amor de deus, Calvin, já chega. E John, coma logo essa rosquinha, não quero ninguém parando a gente no corredor porque você sempre esquece de tomar café da manhã.

Ben lembrava muito bem da vez que Calvin xingou Oliver na frente de todo mundo. Calvin foi suspenso depois que uma professora escutou a palavra boiola sair da boca dele na sala de aula. O diretor até teve que chamar uma psicóloga para dar uma palestra sobre diversidade. Ben já havia dito algumas coisas sobre Oliver, James Colton e mais algumas pessoas nas conversas que tinha com os amigos, mas aos poucos foi deixando de falar determinadas palavras pois entendia que não era o tipo de coisa que deveria ser dita para ou sobre alguém. Uma coisa era implicar ou zoar com alguém, outra coisa era usar palavras que poderiam machucar profundamente as pessoas.