CAP 19: O príncipe plebeu

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Alguns dias antes...

POV: Damian

Emile: " Em uma era distante, sobre o povo, havia uma coroa. Não coroa de glória; não coroa de honra; coroa de saudade. Por um período indeterminado, o rei ordenou que todos os homens da região deixassem suas famílias e partissem em busca de uma nova terra mais fértil e mais rica. Todos os jovens plebeus, criados  até certa idade com seus pais, se viram desamparados, obrigados a darem o mais doloroso adeus. Havia um jovem, no entanto, que de seu pai não precisou se apartar: o Príncipe. A vida foi generosa com o herdeiro. Boa vida, sábio, um exemplo de honra. E o rei, é claro, por ser soberano, permaneceu em seu trono, sendo que o príncipe, seu filho, foi o único que, por décadas, não chorou a ausência de seu pai... "

- Que livro chato! Já deu de ler isso.

Emile: A história te incomodou, Damian? Lamento, é a história favorita do meu primo.

Primo de Emile: Simmm! Vai primo, continua lendooo.

Emile: Acho que está bom por hoje, que tal você ir brincar agora?

Primo de Emile: Aff! Tudo por causa desse seu amigo chato! Esse príncipe plebeu! Bléé. - ele saiu mostrando a língua.

- Príncipe plebeu?? Ei, Emile! O que o pirralho do seu primo quis dizer com isso?

Emile: Pra falar a verdade, eu não sei. Acho que a parte do príncipe é por causa de sua evidente vida de riqueza e sabedoria, Damian, mas não vejo motivos para te chamar de plebeu...

- Esquece. Já deu minha hora de ir pra casa.

QUEBRA DE TEMPO

Na residência dos Desmond..

- Cheguei. - nada recebi em resposta, senão o silêncio.

*  Hm, novidade.  * - pensei irônico e chateado, por algum motivo. Decidi subir ao quarto, mas fui impedido no meio do caminho:

Demetrius: Veja só quem chegou. Onde estava?

- Por aí. Não estou com paciência hoje, quero ir pro meu quarto.

Demetrius: Espera aí, tenho um assunto pra tratar com você.

- É sobre o trabalho do nosso pai de novo?

Demetrius: Infelizmente, sim. - eu odiava conversar sobre isso, mas não havia escapatória.

*  Por mais chateado que eu esteja, não posso descontar no Demetrius. Afinal, isso é um problema meu com meu pai.   *

- Ok. Pode falar.

Demetrius: O pai me ligou e pediu que eu conversasse com você sobre entrar naquela agência.

- Pff - suspirei exausto do mesmo assunto sempre.

Demetrius: Eu sei. Eu sei que você não quer fazer isso. Quando nosso pai começou a me introduzir nos assuntos de família eu também achava chato. Não sei quais são seus motivos, mas sei que você odeia isso mais do que eu, então não quero que você seja forçado a nada. - ele disse cruzando os braços e se apoiando de costas na escadaria de madeira.

- E então?

Demetrius: Então eu bolei uma ideia pra que o pai parasse de pegar no seu pé.

- Ahn? É sério? - me empolguei com a ideia de não ter a pressão dos negócios de família sobre mim.

Demetrius: Sim, mas pra isso eu vou precisar ir pra fora do país. Pra ser sincero, eu também tô fazendo isso por mim. Gosto do meu trabalho e faz tempo que quero assumir alguns dos negócios de família, mas não sei porque nosso pai fica tão relutante. E sobre a minha viagem, eu queria falar com você primeiro... eu sei que já não sou muito presente, mas não quero tomar essa decisão importante sem você saber.

Em seus cabelos rosados... por todas as nossas memóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora