CAP 33: Vou tentar!

74 8 3
                                    

No dia seguinte, no Colégio Éden....

POV: Anya

*   Certo! Já é hora do almoço.   * - pensei e corri pra fora da sala assim que pude. É embaraçoso admitir, mas não parei de olhar a hora a manhã toda. Fui primeiro para o jardim, aguardando que Damian chegasse.

Damian: Ah, você já tá aí??

- Damian! Sim, eu vim logo que pude.

Damian: Ah... eu tava indo buscar meu almoço no restaurante, mas vim conferir aqui antes pra ver se você já tinha chegado. Na verdade, eu não estava esperando que já estivesse aqui, então ia comer primeiro..

- Você não trouxe lanche? - ele negou com a cabeça em resposta, o que me fez dizer:

- Eu pensei que precisaríamos de bastante tempo pra conversar, então trouxe minha comida de casa pra não precisar ir ao restaurante. Eu trouxe a mais, então podemos comer e começar a conversar agora?

Damian: Tudo bem.. - com ele concordando, nos sentamos embaixo de duas árvores, as mesmas do dia da nossa reconciliação.

- Certo. Hum... Você... quer começar falando? - perguntei e comecei a comer, tentando agir o mais naturalmente possível pra não atrapalhar o raciocínio dele.

POV: Damian

- Sim. Ontem eu pensei um pouco sobre isso e acho que vou ter que começar desde o começo.

Anya: Qual o começo?

- Quando eu nasci. Não é piada! - pontuei quando ela pareceu querer rir do que eu disse, o que me fez sorrir levemente também. O clima se tornou mais leve.

- Antes de te falar, preciso dizer que isso é algo meio... difícil pra mim. Nunca contei o que vou te contar nem mesmo pro Emile ou Ewen, o que eles sabem é o que eles próprios deduziram ao longo de nossa amizade. E eu também preciso dizer que eu não ia mesmo te contar nada disso até ontem, mas mudei de ideia. - nesse momento, pensei que ela perguntaria o motivo de minha decisão ter mudado, mas ela só parecia muito atenta a tudo o que eu estava prestes a dizer, e ainda bem. Continuei:

- Desde pequeno mantenho uma relação complicada com meu pai e.. bem, mal conheci minha mãe, apesar de que não tinhamos uma relação ruim. Ela se mudou e nos deixou já faz uns anos, quando eu era pequeno. Ela deixou meu pai, meu irmão Demetrius, e eu. Desde então, não mantemos contato. E lá em casa sempre foi tudo bastante... solitário e escuro, eu diria. Eu ainda tinha meu irmão, que aparecia de vez em quando e conversávamos nessas vezes, sem problemas. No entanto, o pior de tudo sempre foi meu pai. Ele... - parei para respirar e retomei:

- Eu sempre o vi como o motivo da minha mãe ter ido embora. Ele nunca me tratou como eu gostaria, sempre me cobrou bastante e toda essa parte ruim que tenho em minha personalidade, bem, eu diria que é por influência dele.

*  Ah... que difícil é reconhecer isso. Mas eu já estou aqui, então...  * - continuei a contar tudo para a Anya.

- Quando nós nos distanciamos eu pensei que era finalmente minha chance de recomeçar e me tornar alguem diferente, ou melhor, alguém indiferente. Eu tentei... ignorar como minha vida estava seguindo e o mesmo sobre a existência do meu pai, mas.. sabe, é mais difícil do que parece sksk - sorri nervosamente.

- E quando você voltou eu pensei, de verdade, eu pensei que deveria ser frio com você também. Eu não sei, acho que... eu estava com medo..?

*  Mas... medo de quê?   * - pensei após dizer aquilo descuidadamente e então, pra prevenir qualquer pergunta, continuei contando:

- Mas aí você me fez ver que não ia ser possível deixar nossa amizade de lado e.. enfim, apesar de tudo minha relação com meu pai não mudou muito e parecia que só eu saía cada vez mais frustrado. - pausei novamente, pensando em como prosseguir.

Em seus cabelos rosados... por todas as nossas memóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora