Nala Angela
- Filha, tens a certeza de que não é nada da tua cabeça? - Meu pai perguntou desconfiado.
- Não é, papa! - Até cogitei mostrar aquele papelinho mas desisti, seria embaraçoso e estranho.
Minha mãe chegou com bolinhos e um pequeno almoço aparentemente gostoso.
- Está bem, já passou. Mas me fala, o que pretendes fazer das tuas férias?
Olho para os lados e dou de ombros.
- Ela não faz ideia, querida. - Meu pai responde.
Minha mãe suspira.
- Talvez passear, dar umas voltas, ler livros, descansar...?
- Isso são coisas que já fazes na tua rotina normal, Nala. Liga para as tuas amigas e amigos, janta, almoça, tome pequeno almoço tudo fora. À propósito, quando foi a última vez que saiu para comer fora?
Tentei responder mas minha mãe me cortou.
- Em restaurantes e que não sejam relacionados à trabalho.
Realmente faz tempo.
Pego um bolinho e como.
- É disso que estou a falar. Saia e conheça novas pessoas, namore e se case se não for pedir muito...
- E nos dê netos também.
- Ah por favor, não esse assunto de novo! - como mais outro bolinho apressadamente.
Meus pais entreolharam-se.
- Olha querida, nós não intentamos te pressionar...
Como se já não estivessem.
-...mas, só faltas tu. - Minha mãe diz apontado para um retrato de família na parede onde tem meus sobrinhos, filhos dos meus irmãos.
A minha irmã mais velha é divorciada e meu irmão mais novo engravidou a melhor amiga da ex-namorada, eu acredito que sou a mais bem sucedida.
- Está bem, mama. - sorrio forçadamente.
Acabámos por falar de outros assuntos e passámos uma tarde maravilhosa. Mas claro, no final do dia quando me despedia deles lembraram-me que tinha de arranjar alguém e ter filhos.
Volto para casa e logo na entrada analiso todo o espaço com uma perspectiva diferente...Ganhei o hábito de exteriorizar meus pensamentos em casa porque se não o fizer, é capaz de não se ouvir minha voz por semanas.
Talvez precise de alguém...ou de bebida.
Abro um dos armários da cozinha.
Tu fazeres isso é a prova viva de que precisas sair mais. Vai beber fora! Se arruma para encontrar o futuro pai de seus filhos.
Ironicamente rio e vou para o meu quarto me arrumar para sair. Opto por um vestido preto de linha V um pouco longo, uns saltos nude, bolsa preta a combinar e sobretudo beige.
Solto meu cabelo, aparando um pouco com as mãos e saio de casa. Entro no carro e vou para um bar.
...
Estou sentada a terminar meu terceiro copo me sentindo mais descontraída a pensar na minha vida.
- Dois shots de Jägermeister.
Minha cabeça me faz instantaneamente virar ao som de uma voz...intrigante.
Vejo um homem todo de preto e de capuz.
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Kla-us Ha-ns
قصص عامة"Não é só sobre vangloriar teu corpo e alma. Eu adoro como tu dás vida à vida. Tu és a minha crença. Tu és a minha única religião. Tanto tempo perdido, talvez ganho. Talvez tivéssemos de crescer, se bem que eu acho que a única que cresceu foste tu...