"É uma questão de pertença"

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Klaus Hans

Eu a via todos os dias.

Ocupada, atarefada, sobrecarregada. Nunca vi uma mulher tão trabalhadora.

Fascinava-me como estava de pé às 6h em ponto. Tomava banho entre às 6h30 e 6h50, sempre esquecia-se de escolher a roupa antes de entrar no banho por isso acabava escolhendo umas bizarrices para vestir. Mas babava-me sempre quando ela saísse em suas saias longas que podiam até esconder seu rabo mas o mesmo remexia-se sempre que andasse.

Ela tinha um corpo incrível, confesso que notei que ela engordou desde o último ano, mas não me importei porque os quadris ficaram mais largos e as coxas mais volumosas.

O cabelo...não sei se era cacheado ou crespo mas estava quase sempre preso, ou por um gancho ou talvez laço, a verdade é que não sabia como chamavam-se todas as coisas que ela punha para decorar o cabelo cheio e que chegava a cobrir-lhe o rosto, mas ficava-lhe perfeito.

Ela já foi quase atropelada por causa do cabelo e tive vontade descer, correr e salvá-la mas não pude. Não tive coragem. Um homem salvou-a e ela ficou logo encantada por ele. Namoraram por menos de seis meses até o filho da puta a deixar de súbito. Não sei o que doeu mais em mim, vê-la a cavalgar nele ou vê-la a chorar por ele.

Os dois.

Ela foi-se curando com o tempo e eu assistia-lhe dormindo profundamente depois de chorar todas as noites, no escuro de seu quarto. Não precisava-lhe tocar, não podia, ainda assim, a queria. Porra como queria!

Puxar-lhe-ia pelos cabelos violentamente, mandar-lhe-ia abrir as pernas até onde fosse a minha vontade, lubrificar-lhe-ia a buceta, meter-lhe-ia a minha mão, chupar-lhe-ia até que ficasse vermelha, apertar-lhe-ia os seios pequenos, beijar-lhe-ia toda a parte do corpo, brincar-lhe-ia imoralmente.

Deixar-lhe-ia de cama por dias e voltaria sempre para fazer de novo e manter-lhe-ia no seu quarto, na minha cama.

Contava que o tempo me ajudasse a recuperá-la, mas não.

Eu tinha tempo, é notável se tudo que fazia era observar-lhe. Prezava pelo seu sorriso, tão lindo, tão amplo e escaldante.

Seus pais a visitavam e ela mesmo cansada os recebia com aquele mesmo sorriso de me contorcer o pau. Ela tinha uma família amável, além de sua cunhada, esposa do irmão mais velho, de quem ela não gostava tanto.

Eu sabia das suas quatro incorporações quando estivesse em dias vermelhos, ela ficava fula para caramba, estressada e sempre revirava aqueles olhos grandes de pupila acastanhada; e envergonhada sem precisar ficar vermelha, bastava-lhe sorrir sem parar e deviar os olhos que eu já notava; ela chorava sem lágrimas, se contorcendo pelas dores nas costas e as próprias cólicas; e ela ficava mais assanhada, assistia a vídeos eróticos ou dançava sensualmente, talvez na tentativa de diminuir as marteladas que atacavam-lhe a cada dois segundos.

Era alguma coisa de desajeitada, talvez não. Talvez eu tivesse mesmo de conhecer a chave de sua casa. Não podia arriscar-me mas para além de tudo, não podia arriscar-lhe a vida, por isso cobri-me por inteiro, desci, corri e colectei as chaves que ela havia deixado cair minutos antes de sair de vista.

Ela sabia cantar, cantava lindamente, aliás, era um de seus hobbies: cantar. E quando ela andava pela casa de roupa íntima, era o auge de sua confiança e amor pelo corpo. No entanto, às vezes, mirava-se no espelho nua depois do banho e tateava partes como a barriga, o quadril e os braços e entristecia-se. Nesses momentos queria descer, correr e dizer-lhe que a minha forma de adoração à seu corpo poderia ser diferente de sua compreensão e de seguida tomaria o lençol de sua cama e cobrir-lhe-ia, carregar-lhe-ia, atravessaria a rua e entraria em minha propriedade, trancaria tudo "direitinho" e deixar-lhe-ia no seu quarto, foder-lhe-ia forte a bater e a apalpar-lhe o quadril, a barriga e os braços. Faria-lhe uma sem-vergonha.

Kla-us Ha-nsOnde histórias criam vida. Descubra agora