"Não é só sobre vangloriar teu corpo e alma. Eu adoro como tu dás vida à vida. Tu és a minha crença. Tu és a minha única religião.
Tanto tempo perdido, talvez ganho. Talvez tivéssemos de crescer, se bem que eu acho que a única que cresceu foste tu...
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E ela estava tentadora.
E sua essência continua intacta, não há tempo que dissipe os efeitos dela em mim. E sou louco.
Tê-la em meus braços faz-me desejar nunca mais a deixar. A verdade é que nunca mais a deixei e nunca mais a deixarei.
Não penso muito na perfeição porque já estou inserido nela, e esse mundo só me é perfeito por causa dela.
E como seus lábios batiam uns nos outros enquanto falava e reclamava em palavras carregadas de emoção, como umedecia os mesmos com a língua quase como se estivesse a suga-los no final de cada frase.
Seus dentes alinhados formando o sorriso de contorcer meu pau. Estava a segurar-me para não toma-la naquela bancada mesmo de bebidas.
Sim, Angela. Posso ser o pai de todos os filhos que tu quiseres, não cansaria de encher-te dos mesmos até te fartares. Prometerias não deixar passar nenhum da tua boca?
Por mim, realizaria o desejo dos teus pais sem mais delongas. Delinquente em meu pau, cometeste o erro de te esqueceres eu te farei lembrar em cada estocada.
Talvez não precisas te lembrar de mim, pois todos alegam que te faço mal mas, tens de te lembrar que és minha.
Perguntei-te se a noite é fria mas queria na verdade saber se o teu calor seria suficiente para me abrigar.
- Por quê falas em códigos? - Ela ria tapando seu sorriso com a mão.
- Não faz isso. - Dizia sério.
- O quê?
- Mostra-me o teu sorriso. - Mirava em sua boca.
- Não gosto muito dele. Fico parecendo uma doente com esses ferros na boca. - Dizia sem graça passando a mão no seu cabelo pranchado.
Respirava fundo.
Levantava minha mão intencionando tocar seu rosto mas ela desviou-se e eu retornava à minha posição.
- Tu és deslumbrante.
Ela sem se aperceber estava sorrindo para mim, e podia ver seus dentes em alinhamento eminente, seu sorriso metálico, roxo, amplo e feliz.
- Obrigada...Klaus.
E meu nome nunca soou tão bem como nos lábios dela. E eu já a queria, eu já sabia que ela era tudo que eu mais ansiava. E a partir daquele primeiro dia ela já era minha.
Confesso que tenho um humor questionável, talvez efeito colateral da medicação mas, ela insistente é como um filme de comédia para mim.
Adoro como ela me enfeitiça com seu olhar forte. Dantes eu é que a intimidava mas mal sabe ela que hoje quem mais intimida é ela. E sou louco.
Era já tarde e ela estava a ficar bêbada de mais para o bem dela. Tinha pegado o copo dela e puxado para o lado e pedi garrafas de água.
Enquanto assistia ela quase terminar as águas passei o cartão black ao barman.
E ela apressadamente tirou o cartão platinum dela.
- Nem pensar. - Disse firme.
- Está bem. É só para mostrar mesmo que não preciso que me pagues nada mesmo. Estou em perfeitas condições de fazer isso.
Sorri com aquilo.
- Não tenho dúvidas. Agora vamos, termine.
- Pronto já! Já podes parar de apontar a arma para mim. - Disse rindo e eu sorri de lado.
- Eu te acompanho até o carro.
Mas ela disse que precisava de ir à casa de banho e a acompanhei com os olhos. Porra a bunda dela, caralho!
No momento que pensei nisso vi um homem bater sua bunda e ela logo retrucou e correu para a casa de banho.
Poderia dizer que não havia pensado duas vezes para o fazer mas, pensei duas, três, quatro...e sempre chegava a mesma resolução.
Caminhei até ao homem e o bati fortemente, eu queria a mão dele, na verdade. A mão específica dele. Imobilizei-o no chão só para pisar e partir sua mão, para que nunca possa levantar. E assim o fiz sem me preocupar com os gritos.
E saí em direcção ao barman.
- Quando a mulher que estava aqui voltar diga que estou lá fora à espera. Tenha uma boa noite.
Fui em direcção ao carro dela.
Ela deu um estalo de merecer naquela filho da puta. E essa parte foi excitante de se ver.
Ela caminhou até mim e eu analisei profetizando em minha cabeça, é calúnia demais chamar de fantasia.
E ela já estava em meus braços e eu sentia seu corpo quente que encaixava perfeitamente no meu e ela me passava a sua paz, e eu a queria mais.
Tão perto de meu rosto mas não a queria assustar, não podia voltar a assustar-lhe.
"Qual é seu nome mesmo?"
Ela disse meu nome e podia jurar que ouvia aquela voz inocente dantes, só que ela perdeu o balanço e me deixou preocupado.
Merda! Não podia ir daquele jeito. Tenho de ser mais calmo e cuidadoso.
Doía-lhe a região da nuca e meu coração se contorceu.
Tateei aquela região da nuca e senti a sua cicatriz ficando tenso.
"Eu estou bem. Obrigada."
Desculpei-me e a deixei ir.
Voltei à pé. Não conduzo mais e preciso respirar ar puro.
Se te lembrasses de tudo aceitarias-me de volta? Não tenho muita certeza disso. Todo o teu ecossistema é anti-mim mas eu te quero tanto que podia morrer te querendo.
Não é só sobre vangloriar teu corpo e alma. Eu adoro como tu dás vida à vida. Tu és a minha crença. Tu és a minha única religião.
Tanto tempo perdido, talvez ganho. Talvez tivéssemos de crescer, se bem que eu acho que a única que cresceu foste tu. Porque estou intacto na linha temporal. Vejo-te como antes, embora não sejas nada do que foste.
Mas regredir seria deixar-te. Morrer seria não te ter. Então talvez eu tenha estado morto durante esses anos. O que me punha são era saber que estavas bem e feliz, mesmo que longe de mim.
Só que não posso deixar-te mais. Se faria de mim alguém altruísta partilhar-te, identifico-me como comodista.
Não te provei o suficiente? A cada olhar, cada toque. Ficava mais evidente. Só para mim.
Quero-te e tem de ser nesse presente. Em que tudo está mais calmo. Sempre foste tu. Só para mim.
Incontáveis os átomos que se arrepiam. O teu amor. Tudo que mais ansio. Não há mais ninguém. Sempre serás tu. Só para mim.