"Não é só sobre vangloriar teu corpo e alma. Eu adoro como tu dás vida à vida. Tu és a minha crença. Tu és a minha única religião.
Tanto tempo perdido, talvez ganho. Talvez tivéssemos de crescer, se bem que eu acho que a única que cresceu foste tu...
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- Acho melhor que desta vez não chamássemos modelos padrão para actuarem e fazerem parecer que as cólicas, as dores na coluna e o stress não fossem nada demais. O público está já farto desse tipo de propaganda. Que chamássemos, em vez, mulheres de trinta, quarenta, ocultando a imagem dos concorrentes de que somente miúdas e adolescentes menstruam. - Propus mostrando as propagandas concorrentes nos slides da tela enorme.
Os presentes entreolharam-se pensativos.
Janis, o redator, ergueu a mão.
Acenei.
- No caso, tudo será real? Sem ilusão ao público? - questionou.
- Sem ilusão ao público. Entendam o meu ponto de vista: as famílias estarão a assistir às notícias ou séries o que for e, de repente virá o intervalo e ouvir-se-á o "Não secam rapidamente; é desconfortável; não colam bem; não sei o meu tamanho". Problemas que iriam chamar a atenção por serem comuns. Que fizéssemos...
- Das mesmas medidas das calcinhas, por exemplo. Mais facilitado. - Suyane, a analista de marcas, sugere.
E "concordo's" foram ouvidos.
A reunião terminou mais tarde e todo mundo retirou-se enquanto eu organizava alguns documentos na minha pasta.
Com a aprovação de todos os constituintes do Departamento de Marketing podia apresentar ao senhor Boss Maximum, literalmente.
Fui à minha sala, que partilho com meu colega devasso, Ismar German, que no princípio me via como uma concorrência e até fazia alguns comentários machistas, mas com passar do tempo foi reconhecendo meu mérito.
Sentei-me e olhei em volta à procura de algo para fazer. Nada. Eu era viciada em trabalho e já havia feito tudo adiantado, até mesmo auxiliado aos outros.
O telefone tocou e eu atendi.
- Senhorita Quinn, o senhor Maximum solicita a sua presença.
- É para já! Obrigada, senhora Friedrich.
Desliguei e me preparei mentalmente.
Não que ele fosse ranzina ou algo assim, pelo contrário! O senhor Maximum é um homem sério e de bom humor. No entanto, há pessoas que nunca foram solicitadas à sala dele, ou se já, eram casos exclusivos.
Já fui lá à cima uma vez. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, não são todos os dias que o chefe de um monopólio te parabeniza pessoalmente por um trabalho, nem que seja um dos maiores.
Ele tinha um elevador privado e era a única via de acesso só à ala dele. Dirigi-me até lá e o segurança de sempre, que deve ter sido avisado, cedeu-me o espaço.
Sem precisar de muito esforço, pressionei em um dos únicos três botões existentes para subir, sendo os outros para descer e o da emergência.
Verifiquei minha aparência nos espelhos perpendiculares do elevador.