"Não é só sobre vangloriar teu corpo e alma. Eu adoro como tu dás vida à vida. Tu és a minha crença. Tu és a minha única religião.
Tanto tempo perdido, talvez ganho. Talvez tivéssemos de crescer, se bem que eu acho que a única que cresceu foste tu...
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- E tu? Tens alguém? - Ele questiona.
- Também não.
- Gostarias de ter?
Oh.
A pergunta realmente pega-me de surpresa e minha expressão transparece esse sentimento aliado à inibição.
Não tenho a certeza. Quer dizer este homem sabe de toda a actualidade da minha vida que eu mesma contei bêbada e sóbria. Sinto-me transparente e agora não estou a gostar dessa sensação.
Percebo que havia ignorado a pergunta e ele não tocou no assunto.
- Ahm com licença. - Peço e antes de sair da mesa pude captar o olhar incerto dele sobre mim.
Dirijo-me à casa de banho e paro na bancada olhando para o espelho.
Suspiro.
Nala, por quê tens de ser assim?
Foi uma pergunta extremamente normal. Não precisavas ter agido de forma estranha! Aff por isso mesmo estou muito tempo sem ninguém.
Lavo as mãos permitindo-me sentir algo menos pesado do que a minha cabeça pode ser às vezes.
Sorrio um pouco forçadamente e volto à mesa.
- Olha, perdoa-me se disse algo de errado.
- Não, tu não disseste nada de e-
- Certamente sim, o tanto que sentiste a necessidade de fugir. - Ele diz com uma certa agressividade. Minuciosa mas o suficiente para eu notar.
Franzo o cenho estranhando.
- Eu-
Antes que pudesse completar a comida chega.
- Uau que beleza. - Sorrio à organização dos pratos.
Ele não diz uma palavra.
Ah sim...óptimo!
E não toca na comida.
Posiciono a garfada de fettuccine de mexilhões e insiro na minha boca, mastigando em seguida e degustando da mistura de iguarias deliciosa.
Ele finalmente come também do prato dele, aliviando um pouco o meu constrangimento.
