3_ paraíso perigoso

447 52 13
                                    

notas: esse capítulo acabou ficando um pouco mais curto justamente por ter muito diálogo, achei que pra ficar um pouco mais dinâmico era melhor dividir e colocar as intercorrências na próxima parte. prometo um 4o cap mais longo!

"o teu futuro é duvidoso

eu vejo grana, eu vejo dor

no paraíso perigoso

que a palma da tua mão mostrou"

bete balanço_barão vermelho

O silêncio paira pelo apartamento obscuro. O espaço deixado pela desesperada declaração de Stenio agora está cheio de dúvidas, e sinceramente, um humor levemente duvidoso.


Oi?


Stenio prossegue com cautela, qualquer movimento brusco pode acabar com qualquer perspectiva dela aceitar a proposta, por mais exdrúxula que seja.


— Agora, por favor, será que você pode me deixar falar?

— Pode, pode, claro... até porque eu quero assistir e ver você fundamentar... cê ta bem? De saúde?

— Eu to ótimo. Obrigado pela preocupação de sempre.



Ele rebate a ironia de Helo e respira fundo para começar a explicar seu plano, que nunca e nenhuma vez chegou a falar em voz alta.


— Eu tenho um cliente, de Portugal, o cara simplesmente sumiu sem pagar os honorários do escritório-


Helo prometeu não interrompê-lo, mas não consegue se conter.


— Claro, é de se esperar né... você só defende clientes, digamos, muito éticos e corretos.


Stenio mais uma vez, vítima do cinismo fatal dela.


— Obrigado, novamente, pelo comentário de extrema pertinência. Como eu estava dizendo, ele deu o cano. Sumiu. Foi abduzido. Nem a polícia tá dando conta de achar. E eu preciso desse dinheiro pra fechar o caixa do escritório.


Helo olha para Stenio concentrada, mas consegue ver traços interrogativos em seus olhos.


— Então... você veio aqui me pedir dinheiro.

— Quase isso.


Ela, antes curvada para frente, agora suspira e recosta as costas no encosto da cadeira. Cruza os braços e esperar ser atingida com o que se parece ser mais uma frase sem sentido de Stenio.


— Lembra de um casal que conversamos naquela viagem que fizemos pra Angra? Do jantar beneficente?

o acordoOnde histórias criam vida. Descubra agora