um novo aliado

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No outro dia minha mãe estava varrendo o chão e viu o sal.

— que isso?

— é sal. — respondi, ela correu na cozinha e pegou açúcar colocando por cima de todo o sal antes de varrer tudo e por fora. — pra quê isso mãe?

— você não sabia que jogar sal no chão da azar? Tem que pôr açúcar por cima pra tirar o azar.

Nunca entendi essas superstições, ela então voltou curiosa.

— porque tinha um círculo de sal no chão?

Eu e minhas irmãs começamos a rir e então contamos o que fizemos,nossa mãe começou a rir e depois ficou com dó.

— tadinhos, eles são tão meigos vocês judiam demais desses meninos.

— fé nas malucas dona Rosa. — disse Gabrielle alevantando sua caneca de café em um brinde e eu e Cristina rimos brindando com ela.

Ela riu negando com a cabeça e colocou o pano de prato sob o ombro e começou a lavar a louça, os meninos pareciam que iriam acordar bem tarde hoje e nem eu nem Gabrielle quisemos acorda-los.

Estávamos na rua vendo as crianças brincarem no quintal quando um homem alto e de terno apareceu no portão.

Olhei minhas irmãs e notei que Cristina estava de olhos fechados se bronzeando apenas de biquíni deitada em uma espreguiçadeira.

Dei dois toques em seu braço e ela me olhou, assim que olhou para trás de mim e viu o homem ele também a viu e ela se apressou para colocar o roupão.

A olhei curiosa.— que que você tá fazendo?

Ela olhou para baixo e falou quase inaudível.

— tô muito feia, não quero que me vejam assim.

Eu sabia quem tinha botado esses pensamentos em sua cabeça e fiquei com muita raiva do ex dela, Fernando. Ela sempre foi muito segura de si sua autoestima estava sempre lá junto com as estrelas ela dizia que a noite o que brilhava não era a lua era ela.

Ela sempre foi muito confiante,ver minha irmã agora com vergonha de si mesma me enfurecia mais que tudo, Gabrielle também ficava uma fera.

— ainda vou botar o idiota do teu ex na cadeia.

— olha ele não é o único a penas isso,muitas garotas do meu trabalho são mais velhas e estão tão....

Eu a interrompi. — cheias de plástica e botox olha anota o que to te dizendo quando aquelas invejosas morrerem os bichos nem vão ter nada pra comer, elas vai ficar intactas dentro do caixão de tão plastificadas que estão.

Ela sorriu e isso nos animou.

Ela então ajeitou seu roupão e foi falar com o homem que agora batia palmas na frente do portão.

Ele tinha feições asiáticas, nunca soube diferenciar entre japonês,chinês ou coreanos mas seu corte de cabelos e roupas me lembravam o típico mafioso de Dorama.

Cristina sorria enquanto falava com ele, ela sempre foi a mais delicada e meiga de nós, a mais extrovertida que faz amizades rapidamente e dessa vez não parece ter sido diferente.

Ela abriu o portão e deixou que o homem entrasse ele fez uma reverência se curvando para Cristina acho que agradecendo e pedindo licença antes de entrar.

Ele veio até nós e surpreendentemente ele sabia falar português muito bem.

— Olá, bom dia todas, você deve ser a senhorita Beatriz.

Sorri um pouco envergonhada e o cumprimentei.

— sou eu haha,sem querer ser indelicada mas como o senhor me conhece? — questionei curiosa.

entre a Itália e o México.Onde histórias criam vida. Descubra agora