Caminhos, coragem e descoberta

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Agatha, com dificuldade, reuniu suas forças e tomou a decisão de voltar para casa.  Ausentar-se-ia do trabalho naquele dia, precisava respirar, colocar sua mente em ordem e decidir o que faria em meio àquele caos. Caminhando pelas ruas, procurava um ar que lhe trouxesse clareza, consciente de que sua vida estava em uma encruzilhada e que escolhas difíceis teriam que ser feitas.Ao chegar em sua casa, Agatha sentou-se, permitindo-se um momento de quietude. Precisava reunir suas forças, refletir sobre sua vida e buscar respostas dentro de si. As lágrimas ainda molhavam seu rosto, mas cada gota era um sinal de sua humanidade e vulnerabilidade. Ela sabia que tinha muito a enfrentar, que o caminho à sua frente seria desafiador, mas estava determinada a trilhar seu próprio destino, livre dos grilhões do passado e das expectativas impostas sobre ela.Naquele instante, enquanto respirava profundamente, Agatha buscava a força necessária para tomar as rédeas de sua vida. Ela estava disposta a enfrentar suas próprias limitações, confrontar os preconceitos arraigados em seu coração e seguir em busca de sua verdadeira essência. Agatha estava decidida a se reconstruir, a descobrir sua própria voz e a se permitir viver plenamente, mesmo que isso significasse desafiar tudo o que lhe foi ensinado.


Izabel, mesmo angustiada, decidiu não dar ouvidos aos gritos em sua cabeça. Respirou fundo, sentindo o doce aroma de Agatha impregnado em seu braço. Um sonho, que mesmo transpirando de inquietação, trouxe um sorriso momentâneo ao seu rosto.


Levantou-se determinada, arrumou-se e seguiu para a delegacia e, em seguida, para um advogado. Organizou seu estabelecimento durante dias, empenhando-se em uma breve reforma. Esperava por Agatha, que havia desaparecido desde o incidente. Enquanto se perdia em pensamentos sobre o que faria se tivesse essa oportunidade novamente, um silêncio de meia hora foi rompido por uma voz conhecida e ousada.


"Você é muito corajosa, reformando a loja me devendo? Acho que você é a namorada dela..." - provocou o agiota, Laurel.Izabel interrompeu a fala de Laurel, dizendo: "Agora, quem me deve é você. Você destruiu meu estabelecimento, agrediu minha cliente e seus amigos foram coniventes. Seu amigo delegado não lhe passou uma informação preciosa: eu registrei absolutamente tudo. Tenho itens quebrados, rostos, cobranças que não existem."


Ela continuou, firme: "Acredite, aqui pode ser que ninguém faça nada, mas se você entrar aqui novamente, você ficará famoso no mundo. Inclusive, essa dívida com meu marido não existe, mas existeuma dívida sua comigo. Você pode se juntar com seus amigos e me pagar essa indenização. E acredite, é muito pouco perto do que vocês merecem."Laurel, o agiota, ficou perplexo e tentou argumentar, mas Izabel o interrompeu novamente: "Aqui está o valor, e eu quero em 15 dias. E não pense que é um blefe, porque estou disposta a usar minhas provas. Reze para que nada aconteça, porque todos verão seus rostinhos, inclusive sua linda filha, que conta para todos que você é um herói.""15 dias! Agora saia daqui e lembre-se de que temos câmeras por toda parte", disse Izabel com firmeza.


Antes de Laurel fechar a porta, perplexo, ouviu Izabel adicionar: "E seria bom também que o senhor contribuísse com a manutenção das câmeras. Nunca se sabe quando alguém pode entrar em seu estabelecimento e quebrar tudo..."


Izabel, determinada, mostrou sua coragem diante das adversidades e decidiu lutar pelos seus direitos e pela justiça. Ela estava disposta a enfrentar qualquer obstáculo para proteger sua própria dignidade e a de Agatha. Sabia que o caminho à frente seria desafiador, mas estava determinada a trilhá-lo com integridade e força, enfrentando as consequências de suas escolhas e lutando por um futuro onde o amor e a justiça prevalecessem.


Agatha sentia uma saudade cortante de Izabel, mas ao mesmo tempo, estava tomada pela vergonha e escondia-se atrás das leituras em busca de respostas. Enquanto folheava as páginas de "Mulheres que correm com os lobos", ela se questionava sobre como agir, por onde começar e como seria aquela experiência.


Percebendo que estava deixando sua imaginação tomar conta, Agatha balançou a cabeça, como se quisesse expulsar esses pensamentos e concentrou-se novamente na leitura. O livro parecia oferecer algumas pistas, respondendo aos seus pensamentos com a frase: "Dar o coração para uma nova criação, para uma nova vida... é uma descida ao reino dos sentimentos. Pode ser difícil, especialmente se estiver ferido... No entanto, ele existe para ser tocado, para dar vida plena..."


Essas palavras ecoaram na mente de Agatha, despertando um misto de esperança e medo. Ela compreendeu que a entrega total ao amor significaria mergulhar nas profundezas de seus próprios sentimentos, confrontando suas feridas passadas. Era um caminho desafiador, mas o livro lhe lembrava que seu coração estava ali para ser tocado, para viver uma vida plena.

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