Anjo

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Dias haviam se passado desde a briga entre as irmãs Laura e Leila, Mercedes ficava neutra na situação das filhas, tinha esperança que ambas fariam as pazes e esqueceriam tudo o que se passou, no entanto, Leila estava disposta a procurar por pistas para desmascarar o menino Samael, ela já tinha recebido a proposta de Joseph para ajudá-la mas apesar de saber que isso seria útil agora que ela não entra mas na casa de Laura para encontrar alguma coisa sobre Samael, ela achou melhor deixar o seu amado sobrinho Jos fora dessa.

As coisas também estavam boas entre Laura e Guilherme, eles estavam tornando-se mais que amigos, com calma e sem pressa parecia que eles estavam se dando bem, era inevitável o psicólogo não ouvir os problemas de Laura, e esta por sua vez ouvir as opiniões do homem que tinha a conquistado, ele a acompanhava nas reuniões do A.A e do N.A. No início Joseph parecia está contra mas foi convencido não só pela própria Laura, mas como também pela tia e avó que sua mãe já estava separada de Douglas muito antes deste morrer no acidente, a verdade era que o menino tinha esperança de que os pais voltariam a conviver feito marido e mulher, entre tanto ele parece aceitar tranquilamente, mesmo depois de Samael tentar joga-lo contra o namorado da mãe.

A casa estava tranquila exceto pelo mal humor de Samael que tinha que suportar a presença de Luciano que tinha sido convidado por Joseph para passar um fim de semana na casa dele, então Samael passava mais tempo em sua casa da árvore, um dos lugares que ele mais gostava de ficar, além do seu canil infernal, claro. Canil este, que brevemente ele teria que visitar, apanhar algum animalzinho para servir de lanche para seus cães.

A casa da árvore era de cara um lugar normal vendo do lado de fora, nunca ninguém havia entrado lá depois que passou a ser de Samael, pois antes era de Joseph quando era mais novo, muitas vezes Doug queria entrar para reformar quando ainda morava com a família, mas era impedido pelo filho do meio. Isso também servia para qualquer pessoa que quisesse entrar na casa da árvore. Dentro dela era um lugar sombrio, tinha um cheiro ruim de ferrugem e sangue, nas tábuas que serviam de paredes tinham peles de pequenos animais como gatos e coelhos, também havia uma cabeça que tinha sido decepada por ele, era de um cachorro, e também alguns hamsters que pareciam ser um tipo de troféus para o menino, tinha um pequeno sofá e um caixote de quase um metro, de dentro Samael retira um pequeno caderno, pega um lápis de cera e começa a desenhar algo, havia escuridão em seus olhos e uma maldade indescritível, ela joga o caderno de volta para o caixote e começa olhar as carcaças dos animais que tinham sido suas vítimas, em seguida ele pega de dentro do caixote uma câmera polaroide que pertencia ao seu avô antes de morrer, ele a recoloca no lugar e pega uma fotografia que obviamente tinha sido da câmera da qual ele tinha acabado de guardar, ele olha seriamente para a fotografia, mas um sorriso aparece no rosto do menino, um sorriso feio e sombrio que torna-se uma gargalhada.

***

Laura sempre que chegava de sua caminhada saciava-se com um copo de água de coco, mas o que ela não sabia era que Samael tinha colocado uma exagerada dose de vodca, a intenção do menino era fazer a mãe ter vontade de beber mais e mais. Laura não perde tempo e enche o grande copo com a suposta água de coco, e enjeri tudo de uma só vez, ela até que tentou cuspir, mas aquilo desceu tão saborosamente pela sua garganta que ela ficou em choque, não sabia se aquilo era apenas um desejo encoberto ou apenas imaginação, ela põe a mãe na boca como se tivesse feito algo gravíssimo.

_Deus! Deus, não. - Ela senta na mesa e garra o copo novamente, desta vez para cheira-lo e certificar-se que era apenas impressão, mas depois de feito ela apenas confirmou, era vodca. Ela ficou desesperada mas não queria fazer alarde, ele se perguntava como aquilo tinha ido parar em sua geladeira, SAMAEL. Era o único nome que aparecia em sua mente, parecia uma placa em neon tentando fazer de uma vez por todas Laura cai na real, ela corre até o seu celular e liga para Guilherme desesperada, ele atende no segundo toque e ouvia pacientemente o que Laura lhe contava e o que pensava.

_Sabe Laura, as vezes um alcoólatra tem suas recaídas, isso não é bom mas também não é anormal. - Diz Guilherme.

_Você acha que eu bebi porque quis e estou colocando a culpa em meu próprio filho? - Laura parecia ainda mais nervosa.

_Não Laura, apenas quero entender você. Se esta é a única explicação então você precisa enfrentá-lo. - Guilherme falava sério. - Você precisa perder o medo de seu próprio filho e mostrar que quem está no comando é você, ela é uma criança e tem que colocar-se em seu devido lugar.

***

Samael levanta-se e encara a cabeça do cachorro morto, ele havia retirado tudo que viesse apodrecer de dentro da cabeça e a deixava feito uma máscara, uma horripilante mascara, ele a coloca em sua cabeça, apenas seus olhos eram vistos através dos buracos que ele havia feito nos olhos do animal, o cheiro era ruim, mas não para ele que começava a fazer um barulho, como se grunhisse feito um animal selvagem.

***

Abaixo da casa da árvore, Clara brincava no balanço, ela não saía sozinha mas Luciano tinha deixado a porta aberta, ela viu o balanço e não perdeu tempo, ela brincava mas ouviu algo vindo da casa da árvore, ela ver as escadas e em degrau por degrau ela vai subindo, a pequena e linda Clara finalmente consegue chegar até a casa, ela vai cuidadosamente verificar o que se tratava os barulhos que vinham da casa da árvore de seu irmão, ela ouvia risadas e um tipo de grunhido, parecia um animal, ela olha pelas brechas, ela ver vultos, apenas seus olhos verdes eram vistos de dentro da casa do mal.

Samael percebe que está sendo observado e seu ódio intensifica pelo seu corpo, ainda com a "máscara" da cabeça do cachorro, ele sai pela parte de trás da casa da árvore, uma espécie de saída de emergência, e ver a sua pequena e indefesa irmã, seu ódio não diminui e ele corre em direção a menina grunhindo feito um cachorro, Clara se assusta e solta um grito que é ouvido por Laura e Joseph, a menina cai de uma altura de seis metros.

Psicopatas Vol.4 - Pequeno SamOnde histórias criam vida. Descubra agora