Rei Salomão

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A maca sendo empurrada pelos enfermeiros dentro do corredor do hospital passava pelas pessoas às pressas, atrás deles vinha Laura aos prantos, mas foi barrada antes de entrar na sala onde sua filhinha estava sendo levada.

_Sinto muito mas a senhora não pode entrar aqui. - Diz a médica.

_Mas eu sou a mãe dela, ela precisa de mim. - Diz Laura.

_Tem certeza? - Pergunta a médica sarcasticamente. - Porque pelo seu hálito de álcool, parece que a senhora estava ocupada de mais para prestar atenção em sua filha.

_O...mas...mas... - Laura ficou de queixo caído.

_Agora vou cuidar da menina, mas não se preocupe pois o Conselho Tutelar irá lhe procurar daqui a pouco, com licença.

A médica bate a porta na cara de Laura fazendo a mãe se desesperar ainda mais.

_Meu bebê...meu bebê. - Laura sente uma espécie de Dejavú e lembra-se de seu pesadelo onde Andreia falava as mesmas palavras..."Meu bebê, meu bebê. " - Deus...ajuda meu bebê.

Laura mesmo tentando levar aquele sonho para longe não conseguiu evitar a lembrança das últimas palavras de Andreia em seu pesadelo:

"Ele não me ajudou, então não vai ajudar você também".

Laura estava no chão do corredor do hospital, agachada com seus braços em volta de suas pernas, ela não conseguia controlar os soluços, nesse momento Leila e Mercedes adentram o corredor seguidas segundos depois por Guilherme.

_O que aconteceu, cadê minha sobrinha? - Pergunta Leila com fúria na voz embargada.

_Eu...eu não sei ao certo, estava no telefone com o Guilherme e ouvi o grito da Clara, pensei que ela estava dentro da casa, acho que ela caiu da casa da árvore. - Laura não sabia se explicava para as pessoas à sua volta ou a ela mesma, parecia que a vodca estava fazendo efeito.

_Casa da árvore? - Pergunta Mercedes chocada. - Laura minha filha mas são seis metros, talvez mais.

Leila sentiu um cheiro de álcool e uma dor aguda veio em seu coração, ela se aproxima desconfiada de Laura, nesse momento ela deixava de lado suas desavenças, o que interessava era o bem estar de Clara. Laura percebe a aproximação da irmã e tenta disfarçar virando o rosto de lado e indo para o lado de Guilherme. Mas Leila sentiu que o cheiro de bebida alcoólica vinha de sua irmã dependente químico.

_Eu...eu não acredito. - Diz Leila sentindo um misto de tristeza e raiva. - Você...você bebeu sua cretina.

_O que? - Mercedes agarra Laura pelos ombros para sentir o cheiro que a pouco passava despercebido. - Não...Laura.

_Espera não é isso que vocês estão pensando, eu...eu... - Nem a própria Laura conseguia explicar.

Já não bastava a briga com Leila, a morte de Doug e agora o acidente de sua amada Clara, se ela dissesse que tinham colocado vodca em sua água de coco só iria levantar suspeitas contra Samael, e apesar disso ser o certo e uma coisa óbvia, Laura estava disposta a levar a culpa, só não sabia o quanto isso iria custar.

_Calma gente. - Diz Guilherme tentando ficar entre mãe e filhas.

_Fica na sua. - Diz Leila sem olhar para o psicólogo e em seguida apontando o dedo na cara de Laura. - Escuta aqui, se você quer voltar a beber ou até mesmo a se drogar isso é problema seu, mas deixa o Joseph e Clarinha longe disso, a partir de hoje eles ficaram comigo.

Psicopatas Vol.4 - Pequeno SamOnde histórias criam vida. Descubra agora