Escrituras do mal

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A primeira garrafa de vodca já estava no fim, Laura parecia satisfeita e no momento não sentia nenhum arrependimento, ela abre a outra garrafa, desta vez despeja dentro de um copo que rapidamente é emborcado de uma só vez, ela coloca mais, desta vez um pouco mais que a metade, vai até a geladeira e pega gelo e despeja um pouco de suco de laranja dentro do copo com a bebida alcoólica. Laura parecia não pensar em mais nada, parecia em transe, movimentando-se como uma robô, aos poucos lhe vinham lembranças, de sua mãe Mercedes, de seu pai Laerte, de Joseph...o seu amado Joseph agora estava sendo procurado pela polícia como uma viciado assassino, ela não acreditava que ele fosse culpado, mas o que pensar perante toda aquela situação? Ela queria conversar, desabafar, algo dentro dela gritava que tudo aquilo estava ligado a Samael, e ela sentia-se enojada apenas pelo fato de ter aquele pensamento contra seu filho, ela corre até o quarto de Clara, a menina dormia quando a mãe lhe pega nos braços, Laura desce as escadas e vai até a cozinha, coloca Clara apenas de um lado e consegue pegar a garrafa cheia de vodca com a mão desocupada e em seguida vai até seu carro, coloca Clara na cadeira de segurança e liga o carro, ela acelera e pega seu celular ligando para Guilherme, ele atende rapidamente.

_Alô...Laura, está...está tudo bem? - Pergunta o psicólogo preocupado.

_Se estou bem? Ha, ha...estou indo para seu apartamento. - Diz Laura passando a mão no rosto.

_Ainda estou no escritório...minha secretária saiu mais cedo e acabei me atolando de coisas aqui.

_Estou indo para seu escritório então. - Laura não espera e desliga o celular, em seguida acelera o carro.

***

Joseph não conseguia pensar direito, mas sabia o que tinha acontecido, apesar de parecer que ele estava delirando, seu subconsciente o deixava ciente de que Luciano estava morto, tinha sido baleado por Samael, Joseph tinha visto e por pouco não perdeu sua vida também, mas ele sabia que estava vivo por pouco tempo, ainda não entendia o porque de Samael não ter lhe matado, talvez ele planejasse algo maior. Joseph ouvi passos e folhas secas sendo pisadas, e um feixe de luz que seria de uma lanterna, ele teme que seja Samael, mas poderia ser outra pessoa, ele tenta gritar mas não consegue fazer mais que um sussurro, mas não demora muito e alguém descobre o buraco que Joseph estava e ele reconhece seu irmão Samael o observando friamente, em uma mão tinha uma lanterna e na outra uma câmera fotográfica polaroide.

_E ai maninho...como você está? - Pergunta sarcasticamente o anjo mal.

_Por...que? - Joseph estava queimando em febre. - Por...por...que?

_Boa pergunta Jos...sei lá, talvez seja só azar seu. - Samael parecia refletir na resposta. - Sou assim, apenas isto.

Joseph não entendeu muito a resposta, ela só queria que aquilo acabasse, que aquela dor parasse.

_Me...me mata logo. - Joseph chorava.

_Seria uma boa sabe? Você nem imagina o quanto sonhei matando você, o queridinho da Laura, da Leila, do papai, o queridinho de todos, sempre sorrindo, sempre amado, mas vou deixar você bem ai...pela primeira vez fiz uma plano. Você morre ai, depois encontram seu corpo e assim vão pensar que você caiu ai depois de matar o negrinho do seu amigo. - Samael levanta a polaroide e aponta para Joseph. - Agora vamos, vamos, abra um sorriso...diga "X".

***

Leila chega na casa de Laura, ela estava com um misto de emoções, raiva, tristeza, fúria. Ela chama pela irmã e percebe que a casa estava vazia, vai até a cozinha e encontra uma garrafa de vodca vazia, ela pega seu celular e começa ligar para Laura que não atende.

Psicopatas Vol.4 - Pequeno SamOnde histórias criam vida. Descubra agora