capítulo 05

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— Senhorita Swan! — A professora, já furiosa, grita.

Acordo assustada com o grito.

— Escola não é lugar de dormir! — Depois de uma bronca, ela continua sua aula, murmurando coisas como "eu não sou paga para isso...".

Suspiro.

Já se passaram dois dias desde aquele acontecimento, não durmo, não como direito... Sei o que acontecerá se eu dormir e, entre nós, eu não quero nem um pouco.

— Não dormiu bem? — Alice me pergunta com o mesmo entusiasmo de sempre.

Ótimo, o que eu mais quero nesse momento é uma garota tagarelando nos meus ouvidos.

— Não. — Me contento em falar pouco, uma dor de cabeça enorme está me acompanhando há algum tempo e estou evitando fazer qualquer barulho, o que é quase impossível já que estamos na escola.

— Ah! Entendi. Está com dores de cabeça, certo? — Ela pergunta sussurrando de um jeito fofo. — Tenho remédios, você quer?

Aceno.

Não demora para o recreio, e logo vejo que o Cullen de cabelo espetado já voltou e Bella não poderia estar mais ansiosa.

Pelo que entendi, eles tiveram aula juntos e, diferente da outra vez, ele foi gentil.

Bom, não confio nesse Edward. O jeito que olha para Bella, como se fosse devorá-la se não se controlasse o suficiente.

Depois disso, as aulas passaram em um piscar de olhos e logo fomos para casa.

O lugar onde estou evitando com todas as minhas forças.

Essa 'coisa' não deu nenhum sinal e não sei se isso é bom, pelo fato de não querer "encará-lo" novamente, ou ruim, pelo fato dele saber se esconder muito bem, o que pode ser um problema.

Hoje está mais chuvoso do que nunca, é um alerta bem grande para não sair de casa, exceto para o meu pai, devido ao seu trabalho importante.

Estou deitada em minha cama, agonizando, tentando dormir. A sensação de estar com sono e não conseguir dormir está me perseguindo o dia inteiro.

Não estou sozinha em casa e isso é bom, pois a 'coisa' não pode vir aqui, pois estarei com Bella, uma testemunha.

Não aguento mais pensar sobre isso, minha cabeça está doendo, assim como minhas costas, que agora se estendem da cama, proporcionando um alívio temporário.

Me assusto ao perceber algo na beira da minha cama.

Grito alto por Bella, mas não recebo resposta.

— Deveria dormir, em vez de gritar... — O homem se aproxima, mas logo para quando me afasto. — Está acabada.

Cachos delicados de tom loiro escuro, quase como um castanho, seu maxilar é marcado, o que combina com o restante de seu rosto simétrico. Seu corpo me faz entrar em pânico internamente, é enorme e musculoso, o que dificultaria a minha fuga, já que tenho 1,64. Mas seu corpo é o de menos comparado aos seus olhos, pois eu os reconheço e isso é desesperador.

Saio da cama o mais rápido possível, sem desviar o olhar do dele, que me olha como se divertindo.

— Dormiria melhor se não tivesse um homem desconhecido me perseguindo... — Uma resposta afiada sai da minha boca e me arrependo de ter sido tão atrevida.

Ele ri como se essa situação fosse engraçada.

— Atrevida como sempre, adoro isso. — Seus olhos me avaliam de cima a baixo e percebo em que situação estou, o que me faz correr e me enrolar no lençol, cobrindo meu corpo.

Estou junto a um desconhecido psicopata, Bella não me responde e tenho certeza de que não é hora da chegada do meu pai.

Estou aterrorizada, não conseguirei escapar se ele tentar algo, pois a porta está do outro lado, o lado onde ele está.

Ele suspira, fechando os olhos por um instante, e aproveito para correr até a porta do quarto. Quando tento destrancá-la, sinto suas mãos grandes rodeando minha cintura e me colocando em seus ombros.

Me debato, desesperada, socando suas costas, e a única coisa que ganho é um tapa bem forte em minha bunda, o que me faz gemer de dor.

Sou largada com força em minha cama, me fazendo cair deitada, mas logo me recomponho e me levanto, pronta para outra tentativa.

Seus olhos estão vidrados em mim.

— Deite-se e durma. — Seu tom não é amigável ou divertido como anteriormente. Ele está me ordenando e isso me irrita profundamente. Quem ele pensa que é?

— Não. — Seus olhos se escurecem com minha resposta, o que me assusta, mas não deixo que isso me afete. — Saia da minha casa agora mesmo! — Grito.

Ele passa a mão no cabelo, frustrado, em uma tentativa clara de se acalmar.

— Anne... — Meu nome sai de sua boca como uma das palavras mais bonitas do mundo, mas seu tom prevalece.

Como ele sabe meu nome?! Quero respostas, respostas que, pelo visto, só ele pode dar.

— Como diabos sabe meu nome?! Por que invadiu a minha casa?! — Grito, frustrada.

Ele se aproxima lentamente, me fazendo sentar na cama. Sua mão acaricia minha bochecha e estranho o fato de eu ter gostado, porém, não a tiro de lá.

Minha respiração está pesada e estou nervosa. Sua mão fria acaricia minha bochecha, fazendo-me fechar os olhos e suspirar. Sinto-o se aproximar, mas não me importo, a sensação é tão boa que poderia ficar a vida inteira assim.

Seus lábios encontram minha testa, deixando um beijo no local.

Sinto-me nas nuvens com esse pequeno toque, totalmente entregue.

— Deite-se, amor... — Sua voz é tranquila, assim como seus toques, fazendo-me obedecer inconscientemente. — Você está cansada, durma por agora. — Sua mão se afasta, e eu a agarro novamente, gemendo frustrada, logo o vejo sorrir.

— Não se preocupe, sempre estarei por perto para te acariciar, ou até mesmo, fazer outras coisas mais divertidas, não é? — Sua voz maliciosa me faz acordar para a realidade.

Vejo-o rir ao ver minha expressão e desaparecer do nada em uma velocidade fora do normal.

Levanto da cama frustrada, jogando a primeira coisa que vejo pela frente, meu abajur, que quebra. Os cacos de vidro no chão não diminuem a minha fúria, então grito, grito como uma louca histérica.









𝐏𝐄𝐐𝐔𝐄𝐍𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora