Pequenos raios solares adentraram pela janela aberta atingindo a pele branca do corpo sobre o chão, seus olhos tremeram de leve com o contato, os abriu, forçando-os a se acostumar à Luz. Está ardendo, pensou se remexendo no chão duro, uma dor passou por seus membros e recordou-se do que acontecera. Olhou os pulsos vendo-os ali, antigos e novos.
Eu não devia ter feito isso...
Suspirou ainda com os olhos focados nos cortes fundos, e que com um dedo, pressionou vendo o sangue escorrer manchando o piso. Piscou surpreso, não notara que o piso continha uma pequena poça de sangue já seco, podia ver o novo tentando misturasse. Retirou o dedo impedindo de sair mais, o vermelhão dos cortes no braço pálido podia ser visto aos longes, pois força se erguendo, teve dificuldade no começo já que suas pernas não pareciam que queriam colaborar. Sentiu um líquido descer até seus dedos e pingar, ainda se sentia tonto, talvez pela falta de sangue? Pensou dirigindo o olhar notando que o fluxo sanguíneo parecia notar que ele estava desperto, começando a fluir com intensidade jogando o sangue para fora...
teria que fazer um curativo para drenar o sangue.
Com esses pensamentos, ouviu os cantos dos pássaros ao longo, percebeu que era um pouco tarde, provavelmente seu pai já terá ido trabalhar. Andou até o guarda-roupa tirando de lá uma toalha, colocando sobre o ombro, esticou o braço deixando sua mão cair no pulso cobrindo os cortes, apertou tentando fazer parar, o que não deu certo. Então pegou uma tira de pano no fundo amarrando de um jeito que ficasse preso ou parasse de sangrar. Ao ver que tinha dado certo, caminhou até a porta, atravessando rumo até as escadas e descendo rápido. Estava ficando tarde e ele não tinha noção de que horas eram exatamente.
Visto que seu pai ainda não havia devolvido seu celular, teria que pedi-lo de volta.
Adentrou o banheiro, se aproximou-se do espelho posto ali, observando sua aparência notou os olhos inchados pelo choro anterior, dedilhou o local subindo para a sobrancelha parando um pouco pro lado onde sentiu uma leve dor, recordou-se que bateu ali, continuou subindo chegando nos fios de cabelos vendo-os com pequenas manchas vermelhas, sangue seco, envolveu os fios puxando um pouco para confirmar. Suspirou, depois que aconteceu se arrependeu amargamente. O sentimento de desprezo consumia seu corpo, a tristeza sobressaltou juntamente com a culpa.
O que sua mãe pensaria se tivesse visto? Não queria pensar, imaginar seu rosto contorcido em decepção o atormentou desde a primeira vez que o fez.
Começou a se despir, começando pelo moletom encharcado de sangue deixando dobrado sobre o lavatório, esqueceu completamente que ainda o vestia, tirou a blusa, depois a calça e a tira no pulso os deixando dobrado juntamente com o moletom.
Ligou o chuveiro e sem rodeios entrou sentindo a água fria adentrar na pele, o alívio percorreu todos os membros do seu corpo fazendo um arrepio ascender, fechou os olhos e levantou a cabeça para que a água caia com mais pressão no rosto, ficou assim por alguns minutos antes de abri-los novamente deparando com sangue em seus pés, em tons de vermelho claro dado por se misturar com a água. Pegou o sabonete passando pelo corpo, alcançou o shampoo colocando nas mãos e passando no cabelo, esfregou o suficiente e deixou a água do chuveiro escorrer entre os fios levando embora o shampoo e o sabão.
Ao terminar pegou a toalha passando-a para tirar o excesso de água, depois enrolou na cintura e foi para frente do espelho novamente, olhou-se um pouco, o inchaço sumiu quase por completo. Abriu a primeira gaveta tirando de lá uma caixinha de gaze e um sabão neutro, estendeu o braço deixando o pulso exposto e ligou a torneira, passou o sabão deixando a mercê da água até estar totalmente limpo, passou um gaze por cima para tirar a umidade, tirou outro e pressionou sobre os ferimentos deixando assim por alguns minutos até ter certeza que parou, puxou mais um começando a enrolar sobre o outro apertando a máximo que podia para manter seguro e sem riscos. Pegou a roupa suja e saiu do banheiro indo até a lavanderia, pegou um balde encheu de água e colocou a roupa ensanguentada, como estava seco, deixaria de molho até voltar. Escondeu no canto menos provável de seu pai ver e saiu rumo às escadas subindo para o quarto.
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Cruciatus - Harco
Teen FictionSentindo seu corpo arder, Draco choraminga enquanto levava outro golpe, estava cansado e sabia que não iria aguentar por mais tempo. Harry chorava de dor pelo término do relacionamento mesmo com seus amigos ao seu lado, nada preenche seu coração par...