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N/t: bom dia! Espero que gostem do novo cap💕

Tem aviso no final 🧣

Ah, eu vou voltar para minha cidade então pensei em postar um cap como despedida do lugar que eu moro💙

Leiam e comentem!!






"Nos apegamos às memórias porque é a única coisa que não muda quando está tudo mudado
-elihr "

Minhas memórias deviam ser um mural de lembranças onde estou feliz, mas eu tive que decorar cada espaço com meus traumas..
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Uma semana dolorida, ocultando qualquer informação sobre o tratamento do garoto loiro, Narcissa odiava mas sabia que era preciso. Seu menino era novo demais para sentir o peso que era sua existência, isso ela nunca iria permitir, nunca. Estava grata por ter a companhia confiável de Severus, um velho amigo que lhe era como um irmão que nunca tivera. Ele sempre a acompanhava a cada consulta, dava opiniões sempre que precisava e sempre, sempre a abraçava quando a dor não lhe cabia mais.

Isso tornava sua dor mais aconchegante, um ombro para chorar sem se conter, às vezes, ambos choravam juntos. Nesses momentos ela sabia que escolheu o homem certo para ser padrinho de seu filho.

Lucius, seu marido assim que soube do resultado médico, ficou um homem irreconhecível por causa da possível perda de seu único filho, isso fazia ele ser distante, não conseguia olhá-lo como antes. Narcissa por outro lado, notara que esse era o jeito do marido lidar com toda situação, e buscou reconhecer, esperando que em algum momento ele abrisse os olhos.

Mas sua atitude com Draco mudou, ignorando ele, não brincava mais e sempre inventava desculpas para não ver o filho. E isso machucava o menino, ele sempre corria para seus braços com os olhos cheios de lágrimas dizendo que seu pai não o amava mais, Narcissa sempre o convencia do contrário, que Lucius o amava sim e que só estava estressado com o trabalho.

Ele sempre pareceu aceitar suas desculpas para o comportamento inadequado do pai, ela não poderia estar mais enganada. Quando o menino que brincava aos seus pés enquanto conversava com Severus, se virou parecendo chateado. - mamãe, quando estamos morrendo, a família não deve ficar unida? - A inocência da pergunta brilhava em seus olhos azuis-acinzentados, Pegando ela e Severus de surpresa.

Eles se entreolharam, ela deu uma tossida falsa e respondeu. - Sim querido, mas por que está me perguntando isso? - ela viu o pequeno menino fazer um bico manhoso nos lábios.

-Eu estou morrendo? - perguntou - A senhora, meu padrinho e até mesmo tio Regulus, estão sempre ao meu lado. Papai não, ele não está comigo, eu quero acreditar que é estresse e que não tem nada a ver comigo, mas sempre que tento ter seu carinho. Me afasta, incapaz de me olhar - a tristeza era nítida na voz aguda de Draco, ela ficou horrorizada com as palavras do filho, a decepção de ter falhado em acobertar a situação médica foi forte, ela não devia ter questionado o quão inteligente o menino era para perceber as coisas ao seu redor. - Se os entes queridos que amamos estão morrendo, a gente não deveria estar perto? Por que ele não fica? Ele não me ama? - agora ele estava chorando, e doeu ver aqueles olhinhos se encherem de lágrimas.

Não demorou muito para Narcissa enfiá-lo em seus braços, que quase rapidamente confortava o menino, depois de algumas palavras de conforto e asseguração, ele voltou a sua atenção para seus brinquedos. Ela se virou para Severus, que ainda olhava o menino com um certo pesar disfarçado quase perfeitamente.

Ali ela percebeu que não podia continuar assim.
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Depois de verificar se Draco estava dormindo, ela guardou o conto dos três irmãos na escrivaninha, selou com um beijo o topo da cabeça do seu garoto e se afastou com um sorrisinho doce nos lábios. Acariciou seus fios loiros acinzentados com cuidado, observou ele por um tempo notando o quão fofo ele ficava dormindo, era um visão dos anjos, tão belo e doce como nenhuma outra criança, Draco havia puxado a si, suas semelhanças eram tão notáveis aos olhos de outros que muitos acentuam que o garoto parecia ser uma cópia perfeita dela, ela só poderia ficar mais feliz ao ver a alegria do filho sempre que alguém os comparava.

Cruciatus - HarcoOnde histórias criam vida. Descubra agora