Oficial Sarocha.

164 29 7
                                    

Armstrong, Becky. Em frente da casa da família Armstrong.

Eu odeio acordar cedo. Odeio ter que sair mais cedo que o costume e estou a cinco passos de odiar Freen por querer que eu faça isso em uma sexta-feira.

Freen fechou a porta do carro onde eu estava e se posicionou pronta pra dar partida logo em seguida.

-Você ainda não me disse onde estamos indo tão cedo - Eu reclamei, encostada na janela da porta.

-Bom dia pra você também, Becky - Ela sorriu e eu revirei os olhos - Estamos indo na casa do meu pai. Oliver. Ele tá precisando de uma ajuda agora de manhã.

-Certo, como é o seu pai eu deixo passar.

Encarei Freen, que colocou seus óculos de sol e começou a tirar o carro com um semblante fechado. Eu acabei rindo vendo a combinação do seu terno com os óculos escuros, quem olha assim nem diz que parece um Golden Retriever conversando na escola.

-Do quê você está rindo? - Freen continuou séria, mas notei um resquício de sorriso se formando.

-Eu não sei, você parece...Concentrada - Eu disse devagar mas ainda querendo rir.

-Concentrada?

-Sim, séria. Saiu de um filme de ação dos anos 90, senhorita Sarocha? - Eu perguntei.

-Apenas se eu estiver fazendo o papel da Angelina Jolie em Tomb Raider.

-Eu nem sei que filme é esse, mas faz sentido querer qualquer papel da Angelina Jolie - Eu disse, concordando.

-Não é? Quer dizer, olha aquela mulher com duas pistolas e disposta a matar 30 homens de uma vez só...

Um carro cortou o nosso rapidamente, fazendo Freen freiar e apertar minha coxa, na tentativa de evitar um possível impacto.

-Que babaca - Ela murmurou e seguiu seus olhos pra sua mão na minha coxa.

Eu gostei do calor da mão dela ali, mas não é como se eu fosse dizer isso. E nem como se eu fosse reclamar quando ela recolheu a mão e voltou a dirigir.
Voltamos a um silêncio ensurdecedor e eu decidi abrir minha leitura de mangá novamente.

-O que está lendo? - Ela voltou a falar e eu acabei chegando na conclusão de que não conseguiria fazer outra coisa a não ser socializar.

-Um mangá aí - Eu disse e ela virou em outra rua.

-Qual?

-Pra quê quer saber?

-Pra saber se você está lendo mais coisas haver com mistério e assassinato - Freen argumentou e eu gelei.

Será que ela está desconfiada das investigações? Ela não parecia curiosa em relação a isso ontem, talvez esteja só puxando assunto enquanto eu to aqui enlouquecendo só de pensar na hipótese de Freen entrar no meio dessa confusão.

Não poderia, eu não a conheço muito bem mas sei que não merece se meter nessa merda enorme. Ela tem uma vida calma e tem muito jeito pra lidar com pessoas que estão surtando sempre, - tipo eu . Sequer lembro de quando Freen saiu lá de casa, mas ela ficou até que eu estivesse um pouco melhor.

O sinal fechou e o carro parou junto, me tirando dos meus pensamentos.

-Se você não me contar o que anda lendo, vou achar que está consumindo conteúdos...indecentes, senhorita Armstrong - Freen sussurrou em meu ouvido e eu apertei uma das minhas coxas, fechando os olhos.

Estava sentindo uma mistura de constrangimento, raiva e calor. Não conseguia controlar minhas reações e isso me deixou ainda mais puta.

-O que você está falando?! - Exclamei vendo Freen cair na risada do meu lado.

The Bodyguard.Onde histórias criam vida. Descubra agora