Fachada.

178 28 4
                                    

—Se a gente aceitasse? Como funcionaria isso? - Era quase possível escutar o cérebro de Becky fritando com a pergunta de Freen.

-Se vocês aceitassem, funcionaria assim - Irin começa:

Como Freen é a mais desenrolada com as pessoas, —especificamente com as mulheres — ela vai ser a responsável por espalhar a notícia, contando pra Betty, que vai contar pra Crystal, que vai contar para a escola inteira, possivelmente se lamentando de não ter mais tantas chances com Freen.

–E depois? - Dessa vez, Becky pergunta. Ela e Freen estavam no quarto da Armstrong, em ligação com Irin, logo após delas já se informarem de um falatório sobre o namoro das duas em função a primeira parte do plano já concluída. Freen se assustou com a velocidade e proporção que aquela fofoca já tinha se espalhado.

Bom...também é necessário que vocês entendam que as aparências são mais importantes do que qualquer falta de intimidade. Sejam profissionais, meninas!

Segunda-feira. Politics College. Narrador.

Já era segunda da semana seguinte. Becky havia avançado em alguns aspectos da investigação de seu pai, coletando número de contas bancárias e os dados dos respectivos donos. Ela e Irin se esforçaram ao máximo para adiantar isso no feriado, e não precisarem se preocupar com Freen pelos arredores. Mas em contrapartida, Robert estava acompanhando o ID de um computador o qual andava vasculhando contas específicas de seu domínio e, talvez já havia até suas apostas na mesa.

O sinal do Politics College já havia ecoado por toda a extensão do terreno, anunciando o início das aulas do dia e, notificando os alunos no corredor ali presentes para suas devidas salas. Mas Irin e Rebecca, e agora Freen também, costumavam enrolar ao máximo para seguir o protocolo estridente.

-Acho que a senhorita Burberry só vai publicar as notas no sábado - Irin disse e logo  fez uma observação - Crystal está olhando pra cá.

Freen se endireitou e ao invés de encarar a garota, como Becky fez ao receber a notícia, puxou o corpo da mais nova para si, a abraçando por trás.

Por alguns segundos, Becky estava petrificada se acostumando com a aproximação, mas se permitiu relaxar ao sentir a respiração calma de Freen em seu pescoço e o calor bom que seus braços traziam.

-Continua falando - Freen sussurrou e Becky se esforçou muito para não fechar os olhos.

Irin sorriu, admirada com o quão lerda Becky era ao ponto de não perceber que andava suspirando pelos cantos por Freen. Olhou para Crystal e viu que a garota havia revirado os olhos e apontado com a cabeça o "grude" que as duas estavam, para suas amigas.

-Enfim...Vamos na cafeteria hoje, certo? - Irin questionou.

-Ah, sério? Uma amiga minha vai cantar lá hoje - Disse Freen.

-Que amiga? - Becky se esforçou para seu tom sair inocente, mas foi quase ácido.

-Você já a viu na academia algumas vezes. É a Noey.

Ah, a academia. Para Becky, era sempre muito interessante conhecer o ambiente, as musiquinhas de fundo, o café com açúcar já pronto na hora em que chegam.

Tantos motivos para gostar daquele lugar, principalmente quando seus olhos encontravam os de Freen. Enquanto ela se recuperava de uma rodada de boxe, quando dava uma pausa pra beber água, quando sorria no meio de uma luta ao vê-la atenta.

E ela quase nunca estava atenta, nem um pouco atenta naquele bendito corpo sarado, pingando de suor, os músculos contraídos e...

-Becky? - Irin a chamou, a tirando de seus pensamentos.

The Bodyguard.Onde histórias criam vida. Descubra agora