Este é o meu máximo.

168 26 9
                                    

Sarocha, Freen. Casa da Freen.

-Eu sabia! - Nam bateu as mãos de forma repetida e animada. Entreguei uma das cervejas pra ela e a outra pra Noey, as abrindo logo em seguida.

-Mas isso não era, tipo, óbvio? - Noey questionou, ganhando a atenção de nós duas - Quer dizer, você não é boba. Deu pra perceber que Becky é do tipo que se comunica e flerta com os olhares, por mais que seja afiada com a língua. E os olhares dela pra você quando está treinando, definitivamente é aquele olhar.

Senti minha respiração desregular um pouco ao lembrar dos olhos de Becky me engolindo, pouco antes do beijo.

-Tá, ok, não vamos entrar nesse tópico onde vocês captaram sinais e eu não. Agora já foi, o que eu faço depois?

-Como ela reagiu a isso? Vocês se pegaram, ou foi só um beijinho sutil? - Nam perguntou e voltou a beber.

-Foi...mais que um beijinho, ela subiu encima de mim no banco do motorista e...

-CA RA LHO, três pontos pra Bec Bec - Nam exclamou e ela bateu na mão da Noey.

-Chega de detalhes, foi intenso. Beleza. Mas e depois disso? - Enfim Noey questionou.

Contei tudo que aconteceu após a buzina até a parte em que a deixei em casa e apenas recebi uma mensagem notificando o horário para ir pra cafeteria, obviamente indo pra casa logo depois.

Elas permaneceram em um silêncio agonizante, escutando tudo. As cervejas foram se acabando e as mesmas a essa altura já estavam jogadas no sofá. Simplesmente não sei o que eu seria sem essas mulheres.

-Vocês já podem falar. Por favor, falem!

-Queria começar dizendo que tá tudo bem vocês não terem falado absolutamente nada durante o percurso, e só terem conversado coisas superficiais no máximo até chegar na porta da casa dela - Nam disse e eu assenti.

-É, até porque vocês obviamente precisam de um tempo para digerir isso - Noey completou -Mas a grande pergunta é, o que você quer disso tudo?

O que eu quero?

Seria loucura dizer que o que eu quero é beijar ela de novo, nos conhecemos há semanas, então não é isso. O que eu quero é entender ela melhor. É proteger ela daquele povo maluco atrás do pai dela, dos problemas familiares, dos segredos do pai e da mãe dela.

Isso tudo para que ela simplesmente pare de fingir que não está doendo, para que ela se sinta livre de demonstrar os próprios sentimentos. Essas dores que ela esconde até mesmo da Irin. É isso que eu quero.

Eu quero estar lá. Esse é o meu máximo. Esse é o meu limite como guarda-costas.

-Eu quero manter meu emprego, isso sim. E para isso, eu preciso deixar claro que beijar Becky de volta foi um grande erro - Eu disse, contando uma meia-verdade. Realmente não posso perder o emprego.

%

Narrador. Mesmo dia. Coffe N'Bar.

Do mesmo jeito que a tarde se finalizou na porta da casa de Becky, em completo silêncio, o caminho até a cafeteria pela noite se findou. Freen não ousou falar mais nada, e muito menos Rebecca, logo ela que se arrumou pensando profundamente em o que dizer e o que esclarecer.

A guarda-costas se retirou do carro, o abrindo do lado oposto para Rebecca logo em seguida. O café hoje estava lotado, haviam pessoas para todos os lados, gente na área externa e interna, mas ambas das duas destacaram principalmente o braço de irin as sinalizando de lá de dentro.

As luzes amareladas e fracas iluminavam o mini palco, cada uma das mesas e o balcão, dando um ar confortável aos olhos de alguns. Eu disse que as luzes eram fracas, mas não fracas o suficiente para não perceber o traje de Becky, o qual se tratava de um vestido de alças branco, de seda. Enquanto nos pés, um salto fino porém baixo, perolado. Já seu cabelo, permanecia como sempre solto até as pontas.

Freen ao seu lado, mantia sua estética formal como guarda-costas, mas dessa vez com um terno de cor vinho e uma blusa também de seda, porém preta. Já nos pés, usava um tênis branco de modelo grande.

Irin abriu o sorriso de sempre ao vê-las, quase como se não tivesse passado as últimas 2 horas escutando os pensamentos nervosos de Becky em relação ao bendito beijo de logo cedo.

-Que demora, hein? - Irin disse, voltando a beber seu macchiato - Pelo menos valeu a pena, vocês estão ótimas.

Freen e Becky se entreolharam, de forma longa, e esse contato só foi encerrado graças a Noey, que se apossou de um dos ombros de Freen com a mão em um sorriso:

-Boa noite, colegial - Uma Noey também de terno se direcionou a Freen, com um sorriso galante e um tom intuitivo, porém brincalhão. Cumprimentou Rebecca logo em seguida.

Outra que também não aparentava ter escutado os desesperos de Freen ao longo da tarde.

-Poxa, se eu soubesse que você ainda não tinha tocado violino eu teria chegado mais tarde... - Freen brincou de volta e indicou com as mãos a Irin - Noey, essa é Irin.

-Olá - Irin disse simples, mas com um sorriso ainda maior.

-Olá digo eu... - Noey disse se sentando ao lado de Irin, e iniciando uma conversa com a mesma.

-Vou ali pegar o cardápio, quer que eu peça alguma coisa em específico? - Freen finalmente questionou qualquer coisa para Becky.

-Eu acho que não... - A mulher respondeu e quando Freen ia se virando para ir ao balcão, a mesma a segurou pelo cotovelo - Está tudo bem?

Pensando pelo lado ilógico no conceito de Freen, estava tudo ótimo e bom demais. Mas ao ver o lado lógico da coisa, consciente e ético, tudo estava sim um verdadeiro caos. Principalmente com Becky a encarando desse jeito.

-Hmm, vamos até o banheiro conversar - Freen disse, fingindo leveza.

E por mais que essa frase soe irônica e nostálgica para Becky, o nervosismo ainda estava instalado ali.

Lá dentro, haviam duas mulheres, essas que pareciam serem de meia-idade, conversando e uma garotinha que logo saiu de uma das cabines.

Depois de alguns minutinhos, o banheiro ficou vazio, com exceção de Freen e Becky. A Armstrong revezava seus olhos com vários pontos do banheiro, e no final, sempre voltando a observar sua guarda-costas.

-E então...? - Becky incentivou o início da conversa, se apoiou no lavatório.

-Pois bem, antes de dizer tudo, quero que me diga por que você me beijou - A mais velha questionou, seus olhos atentos em Rebecca, caçando  resposta. Uma resposta a qual, talvez não deveria ser ouvida, pensou.

-Não vou dizer.

-O quê? Por quê?! - Freen exclamou, passou a mão nos cabelos, um pouco nervosa.

-Pois diga você o por que me beijou de volta - Exigiu, Becky.

-Mas...

-Pois é, né? É muito simples responder uma pergunta dessa, como você pôde ver - A mais nova ironizou, se aproximando mais de Freen - Mas a grande pergunta é: você quer me beijar de novo?

Os olhos de Freen desceram preguiçosamente pelo rosto de Becky, até os lábios entreabertos. Sim, sim, sim. Por favor, sim.

E então como se não pudesse ficar cada vez mais difícil, Rebecca se aproximou mais ainda, encostando o seu corpo no de Freen, que ainda seguia estática.

Estava óbvio, sim, estava. Ao menos para Becky, que observava o olhar tão disposto de Freen encima dela. Tão óbvio que...

-Não importa o que eu quero - Freen sussurrou quase inaudível, desviando seus olhos pra baixo - Não pode acontecer mais.

Becky levou seus dedos até o queixo de Freen e o levantou, encontrando seus olhos. Aproximou mais ao ponto de que suas respirações se misturassem e se tornassem uma só. Algo quase uníssono.

-Não dá... - Freen, então insistiu. Se desvenciliou rapidamente das investidas de Becky, saindo do banheiro.

-

na trave...!!! KKKKnao me odeiem pf !
voltei, pois quem é vivo sempre aparece.

obrigada pelos 1K, leitores

não esqueçam de comentar e votar♡

The Bodyguard.Onde histórias criam vida. Descubra agora