Robert apareceu em seu uniforme de golfe com um olhar acusador. Becky engoliu seu medo ao ter sido pega observando sua mãe e apertou a própria mão em raiva.
-Estou proibida de olhar pra minha mãe também? - Becky disse.
-Ela está doente, vai acabar te destratando, filha - O tom ficou ameno, mas Becky mal se surpreendeu.
-Eu...Posso cuidar dela, doutor Jonas disse que ela tem apresentado melhoras - Ela começou mas seu pai balançou a mão, desconsiderando a opinião da garota.
-Já conversamos sobre isso. Jules está em um tratamento intensivo e não posso permitir você colocar tudo a perder - Robert declarou e indicou a porta de casa com a cabeça para a filha.
Becky até mesmo pensou em argumentar, mas seus olhos pararam em sua mãe atenta a conversa da varanda. Olhou pela última vez para os olhos azuis clarinho, curiosos e seus cabelos castanho claro se derramando pelos ombros. E, ainda sim, ela permanecia calada.
A estudante ignorou a presença do pai e adentrou a casa, indo até seu quarto com suas lágrimas sendo enxugadas rapidamente pelo pano de seu casaco.
Passou por Jonathan, Tia Olga e por último, Freen que aguardava ao lado de sua porta do quarto.
-Ei, Becky...
E a porta foi fechada bruscamente.
Freen tentou pensar em algum motivo para a rápida mudança de humor e decidiu investigar, sutilmente. Se direcionou para a cozinha e solicitou uma xícara de chá para Olga, que fez enquanto ambas tentavam entender o que poderia ter acontecido com a garota.
Becky pôde escutar quatro batidas na porta e murmurou um entra, vendo a figura da guarda-costas fechar a porta. Ela estava jogada na cama com o computador no colo, sua cara inchada denunciava o choro recente.
-Olá - Freen sorriu - Pedi para Olga preparar um chá pra você, além de ter pegado umas dicas para fazer sozinha da próxima vez. Posso me sentar?
Becky assentiu ainda em silêncio, pegou a xícara e murmurou um "obrigada".
-Você quer conversar ou...Só ficar em silêncio?
Estava cansada. Cansada de lidar com as mentiras de seu pai, de seus esqueminhas e roubos. Queria sua mãe de volta e não podia fazer nada até que seu pai esquecesse a bendita da chave do quarto dela em um lugar qualquer.
A mais nova meneou com a cabeça e sentiu as lágrimas brotando novamente e abaixou a cabeça. Odiava ser vista chorando, mas dessa vez simplesmente não conseguia parar.
-Ei, ei - Freen se ajoelhou de frente para cama, retirando as mãos de Becky do rosto e a puxou delicadamente para um abraço - Não sei o que aconteceu, mas voce não precisa se esconder se tristeza é o que está sentindo. Se permita entender e chorar se for necessário, e eu vou ajudar no que eu puder.
Rebecca apertou o tronco da mulher, se afundando nas palavras de Freen e no calor de seus braços. Não tinha como não sentir isso, e se ela quisesse melhorar para tentar resolver seu problema, talvez o ideal seja sentir.
-Eu estou molhando seu terno - Sussurrou ainda chorosa e Freen riu.
-Tenho vários, eu me empolguei com essa coisa de uniforme de trabalho - Freen sussurrou de volta, iniciando uma carinho fraco nos fios compridos de Becky.
Elas ficaram naquela posição por alguns longos minutos, Freen acabou tomando o resto do chá, que já havia esfriado e agora ambas viam um vídeo aleatório no YouTube de Rebecca, deitadas na cama.
O vídeo se encerrou e a página inicial, lotada de dicas para investigações, canais de exibição de Chicago PD e casos criminosos familiares resolvidos apareceram.

VOCÊ ESTÁ LENDO
The Bodyguard.
Misteri / ThrillerBecky, uma estudante de ensino médio com pendencias familiares a resolver, é colocada em uma saia justa ao se ver sendo vigiada por uma segurança. Freen Sarocha, uma repetente contínua de ensino médio, foi designada para cuidar da segurança de uma a...