Alguns minutos depois de conversar por mensagem com meu primo, escuto a campainha de casa tocar. Me levanto do sofá imediatamente e vou em direção a porta para ver quem é.
— Olá, seu pai e sua mãe estão em casa? – Escuto a vizinha fofoqueira dizer enquanto direciona seu olhar para dentro da minha casa.
— Não estão, por que? – Respondo.
— É porque não vi o carro deles, então deduzi isso mesmo e vim conferir. Toma cuidado aqui sozinha, hein. – Ela diz.
— Não se preocupe, não é a primeira vez que fico sozinha na minha própria casa não. – Falo.
Após dizer isso, olho para rua e avisto Nishimura vindo com algumas sacolas nas mãos, mesmo com minha visão embaçada consigo notar um sorriso em seu rosto ao se aproximar.
— Olá, Nari. – Ele diz ainda sorrindo.
— Olá, Nishimura. – Digo também abrindo um sorriso.
— Essa é sua avó? Olá senhora, tudo bem? – Ele diz fazendo reverência para minha vizinha.
— Deus me livre! – Exclamo sem perceber.
A mulher imediatamente me olha e revira os olhos.
— Olá rapazinho, não sou avó dela não, mas sou uma amiga próxima da família. – Ela diz.
— Não é não. – Digo baixinho tapando uma parte da boca para só Nishimura entender.
O menino começou a rir na mesma hora.
— Bom, o que você quer aqui, rapaz? – A velha pergunta.
— Ah, nós vamos estudar juntos. – Ele responde.
— Seus pais não estão em casa, Nari, então acho melhor desmarcar esse estudo de vocês aí. – Ela diz olhando para mim novamente.
— Pode ficar despreocupada, senhora. Nós vamos ficar aqui do lado de fora para você não inventar ideia para meu pai e minha mãe. – Falo.
— Hum. – Ela murmura e vai embora.
Bem, "ir embora" é muito forte, provavelmente ele foi para trás do muro da casa dela ficar bisbilhotando a gente.
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Depois dos diálogos com a senhora minha vizinha, Nishimura ficou um pouco sem jeito, pois não sabia se iria embora ou não, então expliquei a ele a situação e o mesmo não viu problema algum em ficar ali fora sentado comigo.
— Espera um minutinho aqui que vou pegar um caderno para anotar as coisas. – Digo me preparando para ir buscar.
— Ah, não será preciso. Eu achei mesmo que você precisaria e comprei um para você. Na verdade foram dois, pois estavam em promoção, mas um eu vou ficar caso precise escrever algo que você não entenda. – Ele diz.
— Nossa, sério? Não precisava se incomodar, muito obrigada. – Falo.
— Sim, aqui está ele. – Ele diz puxando da sacola um caderno com desenho de gatinho o que me fez surtar interiormente.
— Meu Deus, eu amei! Muito obrigada mesmo Nishimura! – Digo pegando o caderno e admirando a imagem do mesmo.
— Que bom que gostou, esse aqui é o meu. – Ele diz pegando seu caderno e me mostrando.
No momento em que ele me mostrou percebi que os cadernos tinham desenhos quase iguais, pareciam um par, mas o meu era rosa e o dele preto.
— Que lindo! Eles são parecidos. – Falo sorrindo.
— Sim. – Ele diz e retribui o sorriso.
— Eu só vou lá dentro buscar a caneta e já volto. – Falo.
— Tá bom. – Ele responde.
Quando entrei em casa fui até meu quarto para pegar a caneta, mas antes parei em frente a porta para absorver o que acabou de acontecer. Ele literalmente comprou cadernos combinando para nós dois, talvez seja por causa da promoção e só tivesse esse mesmo modelo, mas mesmo assim isso me deixou feliz, não sei porque.
Peguei a caneta e voltei para onde o menino estava e então começamos a estudar.
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Estudamos com base em alguns diálogos que eu vejo em animes, ele achou melhor assim, pois já é algo que estou acostumada. Ficamos um tempo considerável em frases que usamos no cotidiano. Nishimura falava como se pronunciava e eu repetia. Depois ele me ensinou como se escrevia cada uma e fez uma revisão comigo, onde ele me perguntava e eu tinha que responder sem olhar nas anotações. Era basicamente como um teste oral.
Após estudarmos ele abriu uma sacola que estava ao seu lado e me entregou um pacote de biscoito, um suco e chocolate.
— Mais coisas? Não precisava disso, Nishimura. – Falo sorrindo.
— Comida nunca é demais. – Ele fala me entregando.
— Obrigada. – Digo e logo pego de suas mãos os alimentos.
— Nari, por que você só me chama pelo sobrenome? – Ele pergunta.
— Por que achei que você se sentiria desconfortável, já que não te conheço a anos. – Respondo.
— Não pense assim, pode me chamar de Niki. Eu ficaria feliz com isso. – Ele diz.
— Niki? Mas seu nome não é Riki? – Pergunto.
— É sim, mas esse é um apelido que minha família me deu e você me chamar assim me faz sentir mais próximo. – Ele fala.
— A-ah então tá certo, obrigada pela aula, pelo caderninho e pela comida Niki, eu gostei de tudo. – Digo e sinto meu rosto esquentar.
— De nada. Agora somos amigos? – Escuto ele dizer.
— Sim, nós somos. – Falo soltando um riso.
— Hoje foi muito legal amiga, você é uma ótima aluna. – Ele diz fazendo um sinal de "belezinha" com as mãos e sorrindo.
— Você é um ótimo professor. – Digo também fazendo o sinal e sorrindo.
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Após um tempinho meu primo chegou e então Niki e eu nos despedimos, pois estava escurecendo bastante. Minha vizinha só entrou para a residência dela quando viu meu primo chegando. Niki e eu víamos os fios do cabelo dela algumas vezes se sobressaindo sobre o muro da casa, nós rimos com vontade.
Hoje o dia começou turbulento, mas valeu muito cada segundo.
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Caderninho do Niki e da Nari ✨💕
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Gente, escrevi esse capítulo falando sobre vizinha fofoqueira, depois que escrevi chegou um pacote para mim da shopee e eu fui pegar. Depois disso minha vizinha viu meu pai chegando e foi perguntar ao meu pai meu nome todo e disse a ele que tinha chegado alguma coisa para mim, é mole? Kkkkkkkkkkk se fosse combinado não daria certo.
Bom pessoas, tá aí mais um capítulo! Aproveitem e até o próximoo 😽
