𝙳𝚊𝚗𝚐𝚎𝚛𝚘𝚞𝚜 𝙲𝚑𝚎𝚖𝚒𝚜𝚝𝚛𝚢

like a dream.

Oi gays, como estamos?

Voltei com mais um capítulo da nossa querida dc, esse capítulo pode ser meio delicado para alguns, leiam com cuidado! E aviso que vamos dar um passo à frente depois desse, espero que gostem ;)

Boa leitura.
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Charlotte Austin Point Of View.

A verdade sobre concursos de beleza, é que nada do que você imagina fora dele se compara a como as coisas funcionam quando você participa de um. Mas eu nunca poderia ser menos grata por ter caído de cabeça nesse mundo, e pelas portas que se abriram logo após, foi através dele que vivi os melhores momentos e conheci as melhores pessoas.

- Vocês deveriam pelo menos usar um babador quando estiverem na presença uma da outra, sabe? - Heidi diz expressando uma careta na tela do meu celular.

- De fato, elas são nojentas. - Nudee acrescenta, enfiando a cabeça no campo de visão da câmera.

- Qual o problema de vocês com pessoas apaixonadas?

Do outro lado da ligação, Tina aparece, dando um beijinho carinhoso no rosto da morena, com um dos felinos peludos e gigantes no colo, elas são a personificação exata de um casal fofo e casual. Quanta ironia.

- Marima não responde as minhas mensagens, alguma de vocês falou com ela? Sabem se meu filho vai sobreviver até que a mãe dele volte para casa?

- O Phalo deve estar ótimo, e você conhece ela, as vezes esquece que tem um celular. - Tina fala, me tranquilizando.

Engfa ocupa o espaço vago ao meu lado no sofá, não havia notado sua aproximação repentina, apesar de sentir seu cheiro no ar o tempo todo, confirmando que não esteve muito longe.

- Vamos sair em 5 minutos. Ah, oi casal.

- Eai rainha, como vão as coisas? Tomando conta das novatas?

Desviei o olhar, tentando parecer indiferente para o comentário que mesmo não sendo intencional, incomoda, não deve ser difícil fingir que não me afeta, pelo menos até realmente não afetar, Engfa sacudiu a cabeça em negação, tocando a minha mão sorrateiramente, ela sorriu para mim e voltou a olhar para a tela com dois rostos que nos encaravam.

- Não temos menores de idade por aqui, mas de qualquer forma, estão se saindo bem.

Meus lábios se curvaram em um sorriso involuntário, essa era a mulher pela qual eu me apaixonei, nada poderia me atingir se ela estivesse lá.

[ ... ]

Os dias mais calmos são rajadas frescas de vento matinal, os olhos se fecham para aprecia-la e quando se abrem novamente, já se foi, é um momento em toda a sua trajetória de vida que adoraria arquivar para manter sempre ao seu alcance. No entanto, os dias conturbados nunca desaparecem em um piscar de olhos, eles duram bem mais do que um mísero segundo de apreciação, e se arrastam por longas e dolorosas semanas, como um lembrete do que deu errado, do que você estragou, ou talvez nem estivesse no seu controle, mas o peso é o mesmo.

A noite da minha formatura é uma mancha na história, usei um vestido amarelo horripilante que só em lembrar sinto calafrios, mas parecia bom o suficiente para mim naquele dia e meu pai concordava com todas as minhas decisões, Marima tentou me fazer mudar de ideia umas cinco vezes, era irrelevante, a decisão já havia sido tomada, hoje eu sei que jamais vestiria aquilo outra vez e as fotos me fazem rir de engasgar. A Charlotte daquela noite não queria ser importante, não possuía nenhuma ambição, mas definitivamente desejava ser especial, embora não admitisse, depois de enfrentar as piores fases ao longo do período de crescimento trancada no quarto, escondendo o que sentia de um pai que fazia de tudo para evitar que ela sentisse aquilo, depois de entender por si só que não deveria ser frágil como qualquer garota, mesmo que a vida adulta trouxesse responsabilidades que a preocupassem.