keep feelings, keep her.

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Boa madrugada, como estamos?

Ouvi dizer que tinha gente ansiosa por att e vim correndo (na verdade eu demorei um pouco, quase nada)

Vou apenas dizer que esse cap é um pouco mais profundo, mas o finalzinho tá naquele pique que vocês adoram ;)

Sem mais enrolação, boa leitura e me encontrem nas notas finais, por favor?
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Engfa Waraha Point Of View.

Levantei da cama após minutos tentando sair debaixo do cobertor sem movimentos bruscos que pudessem interromper o descanso da outra, meus pés tocaram o piso gelado, fechei a janela antes que o sol apareça para invadir o quarto sem permissão, ainda era madrugada, uma das mais longas e inquietantes, Charlotte estava adormecida, imersa em um sono pesado e calmo, um banho e seu pijama favorito foram tudo de que precisou, e claro, que eu deitasse ao seu lado.

Eu me apego a momentos assim, segurando sua mão, seus cabelos molhados grudando na minha bochecha quando sua cabeça está sobre o meu peito, estamos falando da comida ou da organização de um evento, estamos rindo de coisas que somente nós duas percebemos, a voz dela vai diminuindo e a respiração aumenta, um sorriso bobo surge nos meus lábios, ela adormece sobre mim como se eu fosse o único lugar no universo para se sentir segura, que a mantém em paz, apesar de todos os meus medos, ela me lembra quem eu sou, tanto para ela, quanto para mim mesma.

Charlotte nunca foi a garota por quem eu queria me apaixonar, ela foi a garota por quem eu me apaixonei instantaneamente, sem ter a oportunidade de pensar se eu queria, se eu deveria, no começo éramos duas pessoas curiosas pelo quanto uma chamou a atenção da outra, mas semanas depois, éramos duas pessoas corrompidas pela voracidade de uma paixão intensa, inesperada e recíproca, dividirmos um quarto nos levou a dividir momentos, risadas, conversas sem fundo, e não foi difícil de imaginar como seria dividir a minha vida toda com ela.

Éramos duas adultas tentando nos manter focadas no trabalho, mas também éramos as garotas que usavam meias combinando e dormiam na mesma cama porque morriam de medo dos fantasmas, ela me protegia do mundo quando haviam dias ruins, eu a protegia de volta nos seus, ela me dava as chaves para entrar e conhecer cada parte dela, eu a convidava para cada cômodo do meu interior, ela sorria com os olhos quando me ouvia cantarolando um trecho de uma música que não saía da minha mente e me pedia para cantar a música toda, dizendo que queria ouvir a minha voz, eu tinha pequenos surtos todas as vezes em que sua mão pegava a minha no meio de uma crise de risos, uma conversa importante ou por mera distração, nem precisamos de mais que olhares para entender o que a outra estava sentindo, nós construímos todas as pontes de acesso que possam existir entre um ser humano e outro, e só nós duas sabemos o quanto cada pedacinho da história foi necessário.

Voltei para a cama, eu estava cansada o suficiente para apagar por horas, mas todos os acontecimentos da noite estavam frescos na minha mente, todas as vezes em que fazemos algo mais ousado em público surgem mil e uma teorias entre os fãs, não é como se estivessem errados, há algo entre a gente que eles sabem, mas a maior parte desse algo, fica realmente só entre nós duas, algumas vezes tentamos enganá-los sobre não estarmos juntas quando de fato estávamos, mas sabíamos que não seria fácil manter isso, então passamos a ignorar o que sabem, e pensar mais no quanto queremos estar juntas.

Perder te torna alguém imponente, inseguro e ferido, com receio de ir para as próximas batalhas, a luta parece injusta, e a ausência do alguém que você perdeu vaga eternamente pelas lacunas entre as barras que você ergueu para segurar a base de quem gostaria de se tornar, as lembranças o fazem presente mas o pensamento o faz desaparecer gradativamente, a perda te torna covarde.

𝙳𝚊𝚗𝚐𝚎𝚛𝚘𝚞𝚜 𝙲𝚑𝚎𝚖𝚒𝚜𝚝𝚛𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora