• cause you took everything from me •

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// 𝑑𝑎𝑖𝑠𝑦 𝑟𝑜𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑣'𝑠 //

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// 𝑑𝑎𝑖𝑠𝑦 𝑟𝑜𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑣'𝑠 //

A primeira vez que eu percebi que minha família não era como todas as outras foi quando eu tinha oito anos, foi a primeira vez que eu fui no aniversário de uma amiga, ela teve uma festa com o tema de princesas da Disney, lembro dessa festa muito mais do que já lembrei de qualquer uma minha, o bolo era pequeno e tinha o desenho das princesas, tinha bexigas rosas e lilás por todo lado assim como fantasias para usar, não foi bem a decoração que chamou minha atenção, minhas festas sempre foram ótimas nesse quesito, foi outra coisa....

Os pais dela eram bons pais, eles trocavam toque físico a todo momento entre si e com os filhos, a mãe dela tinha um toque maternal em si, gostava de se certificar que todos estavam bem e que sua filha estava aproveitando a festa, e o pai dela conseguia roubar os doces da mesa de bolo antes do "parabéns" para entregar para todos nós crianças que achávamos aquilo um máximo, ele ajudava a filha nos brinquedos para ela ter vantagem e a abraçava muito.

Foi a primeira vez que eu notei isso em pais, conforme fui conhecendo outros pais eu descobri que isso era recorrente, eles abraçavam, conversavam, se preocupavam, não era como na minha casa, os irmãos das minhas amigas nunca tiveram que ser pais delas como os meus tiveram que ser os meus.

A minha mãe nunca foi o tipo de mãe que te acorda com beijos ou com calma, ela nem viria me acordar porque tinha babás para isso, ela também não iria ser gentil com meus amigos em uma festa de aniversário ou viria se certificar de que eu estava comendo ou não, ela estava meio bêbada a maior parte do dia.

E meu pai não era o tipo de homem que te segura no colo quando você chora, que ajuda você a roubar docinhos de festa, que vai aparecer quando você chorar quando tiver um pesadelo em um quarto escuro, meu pai não era esse tipo de homem, não vinha na sua personalidade isso, ele era o homem de terno que cuidava dos negócios e sempre que pisava na bola me compraria algo novo.

Mattheo, meu irmão, costumava me acalmar sobre isso dizendo que pelo menos sempre teríamos os melhores brinquedos, com o tempo percebi que isso era a própria forma dele se consolar.

Então saber que meu pai teve um infarto não deveria fazer meu coração acelerar do jeito que estava acelerando e meus olhos não deviam estar enchendo de lágrimas como agora, mas estava.

Eu não sabia se estava com mais medo de perder meu pai ou perder o que um "pai" era, não que eu já tivesse tido isso.

- Você não precisa me deixar em casa, vai levar mais tempo, eu moro do outro lado da cidade - diz Gavi ao meu lado, eu estava tão centrada em meus pensamentos que o ignorei quase que o caminho todo.

- Você não pode pegar um uber, você é uma figura pública, podem querer te sequestrar ou coisa assim.

- Eu fico com você.

𝑫𝑬𝑳𝑰𝑪𝑨𝑻𝑬 // 𝘗𝘈𝘉𝘓𝘖 𝘎𝘈𝘝𝘐 Onde histórias criam vida. Descubra agora