Delicato; Emma Sano

9

Nova York; Av, Midtown Manhattan.

(22;01pm)

- PORRA, VAI LOGO! - Bato com as duas mão no volante com força.

Eu me encontrava parada no meio da porra da avenida de Manhattan, a caminho da agência de moda. O Hakkai havia me ligado desesperado falando que o chefe precisava nos ver.

Eu já havia perdido as contas de quantas multas eu levei no trajeto da Itália pra cá.

- Porra Hakkai se isso for uma brincadeira de mau gosto sua eu...- Não consigo terminar a frase, eu não sabia se eu ia matar ele de vez ou fazer ele sofrer até a morte. Ouço meu telefone tocar ao meu lado. Atendo enquanto me concentro na estrada.

" [Nome], você tá aonde? " Hakkai me pergunta.

- Na agência.- Desligo após chegar.

Estaciono o carro e saio, vendo Hakkai logo na entrada.

- Até que enfim...

- Cala a porra da boca. - Passo na em sua frente.

A agência estava completamente vazia, era óbvio já que estávamos todos de férias.

- E a Mah?- Hakkai me pergunta, franzi o cenho estranhando a pergunta.

- O que tem a Emma.- Pergunto - Quer saber se ela tá bem? A Emma tá bem Hakkai.- Digo tentando fugir do assunto 

- Você sabe que não é sobre isso que eu tô falando.- diz ele me fazendo respirar fundo

- Eu não sei...- sai baixo - Ela não me enxerga com outros olhos além dos de melhor amiga.- Ouço ele estalar o pescoço

- Você... Tem que falar com ela.

-...Falar o que?- Pergunto.

- Que gosta dela. - Umedeço meus lábios já sabendo daquilo.

Eu realmente tinha que dizer isso para ela, já estava sendo um peso enorme a ser carregado por mim.

Mais era difícil.

Eu a amava.

Desde a primeira vez que a vi subindo naquele ônibus, só não sábia lidar com aquilo e identificar esse sentimento. 

A porta do elevador se abre e então saímos avistando logo de primeira o escritório do chefe.

- Seu velho... Se isso for uma brin-- O mesmo me corta após entrar.

- Já disse pra parar de me chamar de velho.- Meu chefe aparece de um cômodo da sala. ele se senta na poltrona do escritório e fica parado quieto nos olhando. Pude perceber o seu estado ao entrar no cômodo. Ele estava pálido, muito pálido. Seus olhos estavam caídos e suas olheiras profundas. Fora que parecia estar bastante cansado.

- Tiozão?- Hakkai chama atenção do mesmo após notar um silêncio estranho de sua parte - Olha velho, eu sei que estamos de férias e você deve sentir muito a nossa falta, mas se você tiver alguma coisa pra falar, você fala logo, porque eu não vim da Itália ato- Hakkai diz impaciente. Ele o corta.

- Eu descobri um câncer no coração a dois meses atrás, e já digo que não terei muito tempo de vida.

" O... Que? "

Olho perplexa na direção dele, afim de saber se aquilo era uma brincadeira ou não. Ele por sua vez nos encarava sério mas com seu olhar tristonho. E eu percebi naquele momento em que eu vi seu olhar, que era verdade.

Era difícil de fato para Leone nos dizer aquilo. Para um homem velho que havia nos criados praticamente desde pequenos, dificultava bastante.

Quase petrificada, e como a garganta rasgando, com vontade de chorar. Olho em silêncio para o rosto de Hakkai.

 O mesmo estava parado, não movia um músculo se quer de seu corpo. Sua boca estava entreaberta, ele abria e fechava a boca sem conseguir proferir nenhuma. Sua respiração estava pesada...

 Dos seus olhos desciam, lentamente uma lágrima.

Olhei novamente para o mais velho, Minha respiração já não estava mais tão calma como antes. Meu coração estava bombardeando forte em meu peito. Umedeço meus lábios sentindo meus olhos arderem e então uma lágrima silenciosa descer de meus olhos.

Hakkai foi o primeiro a quebrar o silêncio

- Foi... Por isso que você sumiu de repente.- Ele para fechando os olhos fortemente - E mandou o Giovon no seu lugar - Hakkai a essa altura não conseguia mais controlar as lágrimas que desciam. O mais velho, com os seus olhos já brilhando em lágrimas concordou

- Exatamente...- Meu coração se quebrou totalmente ao ouvir aquela fatídica palavra.- Me desculpem...

Não queria ouvir mais nada daquilo, eu não aguentava mais. Passei as mãos em meus cabelos aflita enquanto andava de um lado para o outro em passos curtos.

- Diz que é mentira.

Hakkai apoiou as mão na mesa de centro da sala, arrumando um lugar para se apoiar, o mesmo também já sentia as própria forças se irem embora.

- Diz que é mentira...- Minha voz sai falha e meus lábios tremiam. O mesmo me olhava não aguentando mais aquilo.

- [Nome]... - Hakkai murmura com a voz tremula. O mesmo nunca foi forte para esse de assunto

- DIZ QUE É MENTIRA!- grito descontrolada, bato na mesa com força. O mais velho fecha os olhos fortemente por ouvir o impacto da minha voz. 

- Como eu queria minha sapatinha...

- Por que... Você não nos disse isso mais cedo? - Perguntei tentando regular a minha respiração - POR QUE?!

- E por algum acaso você pensa que é fácil para mim?! - Pergunta enquanto tentava conter as lágrimas - Como você acha que eu me senti quando fiquei sabendo disso?! - O mais velho exclamava tentando conter a respiração - Eu pensei em vocês a todo momento, como vocês iriam ficar, o que iriam fazer.- Mordo meus lábios já sentindo uma dor de cabeça me atingir. - Eu amo vocês...- O mesmo se aproxima enquanto toca suavemente nossos rostos - Ti amo... dal coure. - Concordo ao ouvir.

- Hakkai...- O velho o chama - Olhe para mim.

Hakkai direciona o olhar choroso para o mesmo.

- Tu figlio mio... sei forte, prova a raccontare il resto per mi?- Sussurra com a testa colada na de ambos, Olhando para hakkai -hum?

O mesmo concorda em silêncio.

O mais velho nos envolve em um abraço apertado e quente. Não tinha mão forças para chorar, eu estava completamente cansada, e mal emocionalmente. Apenas fiquei ali naquele abraço sendo alvo dos vários pensamentos que insistiam em rodar minha mente. 

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