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A tarde, almocei sozinha.

Na minha cabeça, martelava a dúvida de que o Johnny chamaria mesmo uma "amiga" pra jantar com ele ou não. Será que foi só pra me provocar mesmo?

Vou tentar deixar isso pra lá. É isso aí. A tarde hoje vai ser minha. Vou me cuidar, que eu ganho mais.

A noite me arrumei toda. Vou sair sozinha. Sempre foi assim e não é agora que vai mudar.

Sai do meu apartamento e não gostei nada do que vi.

Uma mulher de meia idade parada na porta de Johnny.  Logo ele apareceu.

_Emília! Que bom que você veio. _ele falou e eu imediatamente virei as costas fingindo procurar a chave certa pra trancar minha porta.

_eu agradeço o convite John. _a mulher respondeu.

John? Rapaz é muito intimidade.

Ouvi eles rirem.

_olá vizinha! _Johnny se referiu a mim.

Virei para vê-lo.

_oi.

_tabde saída?

_tô,  tô sim.

Dei um sorriso mais falso que uma nota de três e saí até o elevador.

Depois que ouvi a porta de Johnny fechar, desanimei completamente.

E se eu voltar e sofrer em casa?

Caminhei de volta pra casa.

Quer saber, eu vou sair sim, com toda a tristeza do mundo mas vou sair.

Fui até um barzinho e fiquei lá por num tempo, talvez umas duas horas. Bebi um pouco mas estava sóbria.

Onze horas decidi voltar.

Ao chegar no prédio vejo Johnny se despedindo da mulher antes dela entrar num taxi.

Que maravilha de destino.

Ele né viu chegar.

Passei por ele sem falar nada. Na verdade nem olhei.

Em casa, tomei um banho rápido e deitei na cama. Eu tava bem triste por ter visto que Johnny realmente fez o que falou. Eu devia ter saído com Will. Mas pra quê? Pra fingir que eu tô interessada nele? Dar falsas esperanças?

Algumas poucas lágrimas escorregam pelo eu rosto. Não parava de pensar na visitinha que Johnny recebeu.

No dia seguinte, acordo com batidas na porta.

_mais quem diabos atrapalha meu sono uma hora dessas? _ falei me levantando ainda sonolenta com os olhos um pouco fechados ainda.

Abro a porta e vejo a figura de Johnny meio embaçada por conta do sono.

Esfrego os olhos e a imagem fica limpa.

Ele me estende a mão, mas eu fico sem entender. Então ele mesmo anpega e me leva até seu apartamento.

Me deparo com uma mesa muito bem feita de café da manhã.

_senta aí, quero tomar café com você. _ele falou.

_ e pro almoço, vão chamar quem?

_como?

_cada refeição você tem uma acompanhante diferente.

_não seja boba Sarah.

_eu vou pra minha casa, tomar café lá, sozinha. Arruma outra pessoa pra tomar café com você.

_você voltou cedo da sua noitada ontem. Foi pra onde?

_eu te devo satisfação agora?

_não, não deve.

Ficamos calados.

Sentei junto à ele e comecei a me servir.

_sua acompanhante de jantar foi embora cedo também. Vocês ao menos jantaram mesmo?

_ E eu te devo satisfação?

Congelei o que estava fazendo e encarei Johnny.

_ não.

Continuei o que fazia.

Passamos o café inteiro nos alfinetando.

_o que você tem programado pra hoje? _ Johnny me perguntou.

_nada. Por quê?

_por que não passa o dia aqui?

Sim sim sim.

_não. Eu não sou fácil assim Johnny. Ontem você ficou com uma mulher e hoje já quer outra? Não sabia que você era assim.

_eu não fiquei com ela tá legal. Não fiquei. Ela é realmente apenas uma amiga. Nós apenas jantamos e conversamos sobre o passado só isso.

_Você não tinha que me dar explicações.

_ você queria saber que eu sei. E você saiu com quem? Com o Will não foi porque você chegou só. _Johnny falou cruzando os braços ainda sentado.

Demorei a responder.

_sai sozinha, como sempre.

_sei.

_ tô falando sério.

_tá, iai vai passar o dia aqui ou não

O PAI DA MINHA AMIGA Onde histórias criam vida. Descubra agora