Capítulo 2 (Degustação)

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Liz Cavalcante

A sensação de está na casa da minha mãe me trás uma nostalgia tão grande, sempre que sinto meu coração apertado ou algo me afligindo sempre é nela que busco colo e ela pode ser ignorante e uma cavala de vez em quando mas ela sabe ouvir e para mim é dona dos melhores conselhos. Não sei o que faria se perdesse minha rainha, tampouco se ficasse longe dela.

— Ele veio aí esses últimos três dias pensando que você estaria aqui. — Ela menciona enquanto degustamos um Banoffee pós almoço.

— Ele tratou a senhora bem? — Pergunto preocupada, Caveira não é nem louco de vir com as loucuras dele influenciada por essas drogas que ele costuma usar e vir tratar minha mãe com falta de respeito.

— Sim, ele não é nem doido de vir me peitar, dou logo uma panelada com a panela de pressão nele, não tem arma que me impeça. — Nao contenho a risada com isso, tampouco Mirela, minha irmã de treze anos que está sentada do outro lado do sofá.

— Eu não duvido nada, depois que deu em mim. — Mirela conta aos risos, acabo por cair na risada ao me recordar do ocorrido.

— Deixe de ser mentirosa que eu bati só nas costas, nem machucou.

— Imagina se fosse pra machucar. — Ela diz me fazendo jogar a cabeça para trás de tanto gargalhar.

— Qual foi mãe, vou parar de dar aquelas panelas de pressão da Tramontina de presente pra você, se for pra tu ficar agredindo os outros não dá.

— Essa que é a melhor, desliza com mais facilidade.

— Para com isso mulher, Mirela vai crescer revoltada contigo.

— Deixa ela, vou logo encontrar um bandido que quando ver ela batendo em mim vai cair pra cima. — Mirela já fala besteira, não dá nem ela dar ousadia que ela já fala merda.

— Olha as brincadeiras Mirela, ninguém aqui deita pra homem batendo em mãe nossa não tampouco na gente tá ouvindo? Abre teu olho. — Dou uma lição nela pra ela deixar de se criar errado, ela logo fecha a cara pelo esporro.

— E tu tava onde Liz? — Minha mar muda de assunto, sua pergunta me faz lembrar dos dias que passei em búzios.

Foi porradaria os três dias. Deixei minha aliança em casa e fiz a maluca desconhecida, fui em várias baladas e bebi horrores com pessoa que eu nem ao menos conhecia, mergulhei no oceano e conheci alguns peixes e animais marinhos na excursão que fiz, fiz trilha sozinha e mergulhei em uma cachoeira dívida. Foi sensacional e o melhor de tudo isso foi estar sozinha, pude acalmar a minha mente e guardada memórias comigo mesmo já que Felicia jamais iria aceitar ir comigo porque o bofe ia embaçar na dela. As vezes eu só estava precisando disso para poder acalmar o coração, um momento sozinha em paz comigo mesma para poder voltar outra pessoa, e eu realmente voltei mais leve e eu nem precisei me envolver com outro homem tampouco de alguém para ser responsável pela minha animação.

Conto tudo para a minha mãe, conto desde o nome das baladas que estive aos detalhes das roupas que usei e ela me ouve e opina sobre tudo e é exatamente isso que trás uma harmonia diferente quando estamos juntas. Caveira quando está comigo não me escuta, o cara nem ao menos gosta de fofocar comigo mas com os caras do trampo se acaba de rir e com a mulher é sempre a mesma mesmice que acaba com qualquer relacionamento.

Aquela noite dormir no meu antigo quarto com Mirella, estou quase adormecendo na cama conjugada quando ouço seu chamado.

— Liz.

Abro os olhos com o seu tom de voz, olho pra cima e a vejo com o rosto próximo ao encosto em olhando seria.

— Não falei aquilo de verdade, falei brincando. 

Infiltrado no seu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora