Capítulo 10 (Degustação)

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Liz Cavalcante

Eu não sei quem é esse cara de quase dois metros de alturas, das íris claras e com um porte físico fenomenal dentro da minha casa parado na minha frente, e pela forma que ele está me encarando ele parece bem convicto que não iria me deixar entrar.

— Tu pode pegar teu rumo.

Como é a história? Com quem ele pensa que está falando? É dessa forma que ele aborda pessoas que ele nem ao menos conhece? ele com certeza não deve ter um pingo de noção que eu vim muito antes dele aparecer aqui.

— Como é? — Encaro ele bem séria, queria acreditar que Caveira me expulsou de casa mas o conhecendo tão bem isso seria possível só em sonhos. — Você está na minha casa e aparentemente sozinho, quem você  pensa que é pra me mandar ir embora?

— Tua casa? — ele me olha com uma das grossas sobrancelhas arqueadas, acho o cúmulo ele usar esse tom de voz pra mim. — Não recebi nenhuma informação que tu mora aqui, vocês receberam? — Pergunta para os vigias do lado de dentro, tento espiar por cima do seu ombro e não consigo reconhecer a cara deles — É tua casa e tu não chegou nela ontem por que?

— Porquê não é da porra da tua conta. — Tento empurra do portão mas ele ergue a mão e segura com firmeza o alumínio — Saí da minha frente cara.

Eu sempre tive total respeito pelos funcionários que trabalham para o Caveira, muitos deles já me ajudaram a sair de cada enrascada que se não fosse eles só Deus mesmo para poder me estender a mão, mas esse em particular está totalmente fora da minha lista de bons funcionários que merecem respeito.

— Tu é muito estouradinha pra ser mulher do chefe dona, ajuda nós aqui a te ajudar firmeza? Não quer descer pra o tribunal né?

Abro a boca ultrajada com essa humilhação na frente da minha casa, ele não pode mesmo está falando sério e tampouco me insultando dessa forma.

— Qual teu nome?

Ele abre um sorriso, parece está bem entretido mas eu não vejo graça em absolutamente nada.

— Fala teu nome, fala a merda do teu nome se você é capaz de assumir teus b.o porque o Caveira vai saber disso.

— Qual foi DH, olha essa novinha aqui querendo caguetar pra o chefe. — Ele tira onda com seja quem for o DH que está lá dentro.

Sangue sobe pra a cabeça e eu largo o celular no bolso traseiro e parto pra cima dele, empurro seu peito e ele por está distraído acaba tombando pra trás, quando volta a me olha está com o semblante carregado de ironia e não existe mais nada que me deixe puta do que isso.

— Não sei qual foi o proceder que fez o Caveira trocar todos os funcionários aqui da casa mas eu moro nessa porra aqui também, não vem querer tirar uma com a minha cara ou agir na ignorância que vocês não vai ganhar nada comigo além de dor de cabeça pra cada um de vocês.

— Novinha..— ele tenta pegar em mim mas eu me esquivo com força.

— Meu nome é Liz! — Rosno sentindo uma raiva fora do normal dentro de mim, jamais pensei que mal entendidos fossem me deixar tão aborrecida quanto estou, olho pra a cara desse homem terrivelmente sem noção.

Ele vira o corpo na direção do funcionário da varanda, como ele está na minha frente seu corpo fica parcialmente de lado e eu posso enxerga-lo nesse ângulo e o odeio por parecer ser bem dotado e musculoso.

— Tu tá dizendo então que essa mina aqui é mulher dele? — Ele pergunta daqui de baixo, seja quem for esse cara que confirma ele me conhece.

O folgado olha na minha direção com aquele sorriso ainda pairando em seus lábios.

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