Capítulo 8 (Degustação)

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Liz Cavalcante

— Como é essa porra?

Tenho um sobressalto alto na cama ao ouvir a voz de Caveira soar alto por toda a casa, Lola a minha Shih Tzu acorda logo que me sente eu me movimentar.

A voz dele parece cada vez mais alto do lado de fora do quarto, me coloco de pé e me aproximo da fresta da porta para ouvir.

— Como esse filho da puta bloqueou o caminhão? — Ele está descontrolado e eu não quero nem passar perto desse homem hoje.

Abro um pouco mais a porta e coloco só a cabeça pra fora, Lola corre pra fora do quarto na direção dos gritos, tento chamá-la mas ela não retorna de jeito nenhum.

— Eu preciso da minha encomenda aqui hoje, teu funcionário foi incompetente e saiu da rota.. — ele se cala por um momento — Destrava essa porra, caralho. – Estremeço com o tom de voz usado.

Não sei o que pode está acontecendo mas não tenho nem dúvidas que diz respeito a alguma mercadoria que foi interrompida no meio do caminho, gostaria de saber o porquê já que antes algo desse tipo nunca tinha acontecido.

De repente ele fica em silêncio e eu fecho a porta atrás de mim e entro no banheiro, não vou conseguir retornar a dormir porque seja o que for que está o aborrecendo ou ele vai descontar na casa ou ele vai vir descontar em mim.

Estou escovando os meus dentes após lavar meu rosto quando ele entra na suíte, vem em direção ao banheiro e para diante do batente.

— Você vai trabalhar hoje?

– Não, vou passar o final de semana na casa da minha mãe. — Deixo claro que não tenho interesse algum em está com ele em compromisso algum que ele tenha planejado.

– Você vai no baile a noite comigo, tem gente nova na favela e precisa ficar ciente que tu já tem dono.

Jogo a cabeça pra trás com o riso que engasga na minha garganta, não consigo nem ao menos disfarçar ou tampouco evitar quando ouço ele. Ele não pode está mesmo falando sério, depois das inúmeras tentativas de assassinato que ele planejou contra mim ele deseja que eu pouse do seu lado?

— Nem fodendo

— Liz..

— Não vem com esse "Liz" — limpo a boca na toalha de rosto e olho pra ele — Você bateu em mim com a Mirella aqui.

— A Mirella apareceu aqui, eu não fazia mínima ideia disso porra

– Mas você fez, você fez e nem ao menos teve a coragem de pedir desculpas pelo o que fez ou simplesmente ficar longe

— Desculpas vai adiantar de que? Ficar longe morando na mesma casa?

– Me deixa ir embora então.

— Não. — ele é duro, inspiro fundo com isso

— Eu não sei o que você quer de mim mais Daniel, vivemos oito anos juntos e por viver durante todos esse tempo junto eu tenho total certeza que não existe mais a possibilidade da gente dar certo. Você perdeu todo o respeito por mim e eu por ti, não existe confiança nenhuma da minha parte sobre mim muito menos qualquer tipo de sentimentos que eu senti por você, desde o dia que perdi a minha filha por sua causa eu nunca mais senti nada por você. Você me destruiu de todas as formas que poderia ter feito me deixando caída naquele chão com a porra de uma barriga de sete meses, você matou o meu bebê e nada que você faça vai ser capaz de eu esquecer isso. Então me deixa ir embora, eu não quero e nem vejo mais vida ao lado de uma pessoa agressiva e descontrolada igual a você.

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