Caveira
Tiro a vagabunda de cima de mim quando sinto todo aquele prazer momentâneo se esvair pra fora de mim, fecho meus olhos e inspiro fundo tentando tirar a outra da minha cabeça. Sinto a porra de um vazio aqui dentro toda vez que me satisfaço com essas vagabundas, não consigo se quer olhar pra cara da puta tanto que elas já me conhecem e já metem o pé antes mesmo de eu pedir.
— Ou — A loira dos cabelos longos olha para trás quando chamo a sua atenção — Boca fechada, se isso aqui vazar tu sabe o que vai te acontecer. — Ela engole em seco e concorda deixando a sala.
Ela é ciente disso, todas essas vagabundas que vem me satisfazer tá ciente que se essa parada sair do controle e elas espalharem por aí e chegar no ouvido da Liz a cova de cada uma já vai tá pronta. Não aceito vacilação, tampouco mulher emocionada.
Esfrego as mãos no rosto e me sento na cama do barraco, encaro um ponto fixo na parede e o tom azul escuro faz minha mente vagar para uma memória de anos atrás.
FlashBlack on
Não é de hoje que tô vendo que Liz tá andando estranha pra o meu lado, evita até mesmo está no mesmo lugar que eu e o seu desprezo por mim passou a ficar nítido na sua cara azeda toda vez que me vê.
— Abre a tua boca. — Ordeno assim que ela chega da escola, ela para antes mesmo de entrar em casa e me encara com a mão segurando a bolsa — Qual teu problema, tá calada esses dias por que?
— Tô doente, não posso ficar doente mais? Vai controlar até isso.
Respiro fundo com o tom agressivo que ouço, avanço na sua direção e ela recua saindo pra fora da casa.
— Eu já falei ele você falar direito comigo porra, vem de agressividade tu vai levar o teu.
— Vai me bater? — ela levanta uma daquelas sobrancelhas arqueadas, percebo que isso chama a atenção dos vigia — Bate aqui na frente dos teus funcionários, assim eles descobrem o covarde que você é.
Agarro no seu braço com força e a forço a entrar na casa, ela grita e esperneia para que eu a solte mas eu não o faço, bato a porta atrás de mim e a arrasto até o sofá onde a jogo.
— Para de ficar fazendo cena na minha cara porra! — Vocifero aos nervos na sua cara, ela se encolhe no sofá quando me vê tirar o cinto da calça — Tá doente os meus ovos, meus ovos que tu tá doente sua piranha do caralho. Quando foi pra sair pra bar beber com um monte de vagamunda tu foi não foi? Agora vem dizer que tá doente?
— Se você encostar em mim de novo Daniel, eu juro..— a sua ameaça me faz sentir mais vontade ainda de colocá-la no seu lugar, e é o que eu faço, agarro o cinto e faço menção em bater nela mas ante que o cinto possa atingir sua pele ela grita. — Nao, eu tô grávida! — Ela grita em meio ao golpe que iria receber, abaixo a mão no instante que ouço.
— Como é?
Ela me olha em meio as íris avermelhadas devido ao choro.
— Eu tô grávida, não encosta e mim.
FlashBlack off
Arremesso a mão com força na lateral da cabeça na intenção de afasta todas essas lembranças do passado, porque eu sei como foi horrível superar tudo isso. Foi horrível gerar um bebê, criar expectativas em cima de uma criança que existia e em poucos meses essa vida ter sido morta, ela matou o nosso bebê porque não foi capaz de lidar com os problemas da cabeça dela.
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Infiltrado no seu coração
Roman d'amourCasada com o atual líder do Complexo do Alemão, Liz Cavalcante se vê presa em um limbo sobre aceitar a vida medíocre que anda levando ou simplesmente tentar ir embora levando consigo toda uma história de que um dia ela foi feliz e uma ameaça de que...