1.9 - the future holds for us love

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Katherine

O abraço reconfortante de Charles fez com que eu colocasse para fora todas as lágrimas que eu vinha guardando comigo a quase 1 ano. A única vez que me permiti falar sobre o que Anthonie fez comigo foi na frente do delegado e do advogado. As memórias daquela noite doíam o suficiente para que eu não quisesse relembra-la e meu pai, Louise e alguns outros amigos (que sabiam o que tinha acontecido) sempre respeitaram a minha decisão de não falar sobre o assunto.

- Katherine, eu estou aqui - Nos desfizemos do abraço e Charles deu um beijo na minha testa enquanto segurava meu rosto com as duas mãos - Eu nem posso imaginar o quanto tudo isso deve ter sido traumático para você e não quero que se sinta obrigada a me contar. Já sei o suficiente para apenas questionar o por que esse cara não estar atrás das grades.

- Nos conhecemos no meu primeiro ano de faculdade - Respirei fundo enquanto colocava uma poltrona na frente do sofá e me sentei nela enquanto Charles se sentou no sofá a minha frente - Quando eu vim morar aqui em Paris, a minha mãe tinha acabado de morrer, então eu tinha que me apegar a algo, e me apeguei aos estudos - Ele assentiu - E isso durou 2 anos. Eu não ia para festas que uma jovem normal de 16,17 anos vai. Não viaja com os colegas da escola mas férias. Também não dava atenção para os meninos. Era apenas eu e meus livros. Eu conheci Louise assim que cheguei aqui, e como você sabe, ela é o total oposto de mim. Ela ficava revoltada por eu não estar aproveitando a minha adolescência, mas eu não me arrependo, sabe? Olhando para trás, eu sinto que valeu a pena - Deixei um sorriso escapar no meu rosto.

- Louise é toda pra frente - Charles riu - E você totalmente reservada.

- Isso mesmo - Respondi - E então eu entrei para a faculdade de medicina e ela para a de jornalismo. Já no primeiro semestre, ela queria muito sair com um menino da turma dela, e como ele tinha um amigo, ela me atormentou para que eu fosse junto, pois na cabeça dela, só assim o tal menino iria sair com ela. Eu acabei aceitando por livre e espontânea pressão - Balancei a cabeça negativamente - Saímos e ela me apresentou Anthonie, que cursava administração e era amigo do menino que ela estava afim. Não ficamos nem nada do tipo, mas trocamos contatos e ele passou 1 mês insistindo para que saíssemos apenas nós dois e eu decidi aceitar só para ele parar de me chamar. Ele me levou para um jantar na Torre Eiffel no nosso primeiro encontro. Bom, depois disso, começamos a nos falar quase sempre e vou resumir essa parte e pular para a parte que ele me pede em namoro em um dos restantes mais famosos de Paris e no caso, ele reservou o restaurante apenas para nós dois.

- Ele queria te impressionar? - Questionou Charles.

- A família dele é dona de uma fábrica de perfumes aqui na França e ele achava que fazendo esse tipo de coisa eu seria apaixonada por ele o resto da minha vida. A mãe dele me odiava porque eu era pobre. Ouvi diversas vezes ela dizer que o filho dela merecia alguém que tivesse sobrenome, e não uma pobre coitada que nasceu no meio dos bilionários de Mônaco mas que era filha do marinheiro.
No começo, apesar disso, o namoro era mil maravilhas, mas com o passar do tempo, ele se revelou ser uma pessoa totalmente diferente do que ele aparentava ser. Ele era ciumento, possessivo e começou a ser agressivo. Se ele me visse conversando com qualquer pessoa que ele não conhecesse ele surtava. Na minha formatura da faculdade, ele atirou uma garrafa de vodka na minha direção e na do meu colega só por ele estar me ajudando a tirar a sandália.
Meu pai e a Louise já não gostavam dele, e depois desse dia, passaram a odiá-la mais ainda. Eu acabei o perdoando mais uma vez, com a promessa dele de que ele mudaria.
Não mudou.
Veio a residência e os plantões de 24 horas começaram a ser frequentes. Ele começou a me cobrar atenção e isso começou a me irritar de tal forma que eu desligava o celular quando pisava no hospital e só ligava quando saía.
Certo dia, eu esqueci de ligar o celular e fui para uma lanchonete que ficava próximo ao hospital para comemorar o aniversário de um médico, que era meu professor.
Ele descobriu aonde eu estava, fez um escândalo na frente de todos e ainda disse que eu o estava traindo com esse professor.
Eu nunca senti tanta vergonha na minha vida como naquele dia. Decidi colocar um ponto final no que tínhamos e deixei claro que não teria volta - Charles ouvia tudo calado e prestava atenção em cada detalhe - Uma semana depois do término, eu tinha combinado com a Louise dela dormir aqui em casa. Eu não estava triste pelo término, mas sim por sentir que eu havia perdido mais de 5 anos da minha vida ao lado de uma pessoa horrível. A porta aqui abre com a digital - Charles virou para a porta para reparar a fechadura - Então eu estava exatamente ali no aparador - Apontei para o aparador que ficava na parede oposta a que estávamos - Quando me virei para trás, Anthonie já estava aqui dentro do meu apartamento. Ele veio com um papo de que precisávamos conversar, que ele ainda me amava, mas eu já tinha tomado a minha decisão. Não teria volta. Começamos a falar palavras péssimas um para o outro - Respirei fundo e já senti meus olhos marejarem novamente - Ele começou a se aproximar e eu fui indo para trás. Ele sabia exatamente que tinha uma enorme mesa de vidro de centro atrás de mim e quando senti o meu calcanhar encostar nela, ele me empurrou sobre ela.

- Meu Deus - Charles colocou as suas mãos sobre as minhas - Você se cortou toda?

- Eu fiquei sem reação - Respondi - Quando tentei me levantar, ele veio para cima de mim e colocou as duas mãos no meu pescoço - Permiti deixar mais uma vez as lágrimas escorrerem - Foi horrível.

- Eu não imaginava que você tinha passado por tudo isso, mi amore - Ele me puxou para que eu sentasse ao seu lado e eu coloquei a cabeça sobre o seu peito.

- Eu não tenho muitas recordações depois disso. Me lembro que Louise chegou e começou a gritar. O meu vizinho de frente veio ajudar e eu fui para o hospital e Anthonie foi direto para a delegacia.
Para a minha sorte, apesar do vidro da mesa ter se quebrado nas minhas costas, eu tenho apenas algumas leves marcas.

- E o seu pai? - Charles questionou enquanto acariciava meu cabelo.

- Ele queria acabar com o Anthonie - Respondi - No dia seguinte, fomos a delegacia já com um advogado e prestei a queixa contra ele. Louise e meu vizinho também testemunharam ao meu favor. Mas lembra que eu te falei que a família dele é importante? Então, no final de tudo, ele não foi preso ou algo do tipo. Pagou um dinheiro para instituições que ajudam mulheres que sofreram algum tipo de agressão e tem que manter uma distância mínima sobre a minha a minha pessoa.

- E vocês não recorreram? Ele tentou te matar - Me afastei dele e nos olhamos.

- Eu não quis recorrer - Respondi desviando o olhar do dele - Não era como se eu quisesse continuar remoendo algo que eu tinha culpa.

- Olha para mim - Ele passou a mão sobre o meu rosto - Voce não teve e nem tem culpa de nada. O culpado aqui é ele.

- Eu deveria ter colocado um ponto final quando percebi o quão tóxico ele era - Respondi.

- Voce estava apaixonada - Disse Charles - O amor as vezes cega a gente.

- Eu tenho medo - Voltei novamente a atenção para Charles - Medo dele me achar em Monte Carlo. Medo dele descobrir o lugar que eu moro. Medo dele querer terminar de destruir o que ele começou.

- Me promete uma coisa? - Questionou Charles e eu assenti - Me promete que se ele aparecer e te ameaçar de novo você vai me contar? Que se você perceber qualquer coisa estranha, qualquer mesmo, você vai me contar?

- Prometo - Respondi - Eu prometo!

- Eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você, mi amore - Charles disse se aproximando - Mesmo que eu esteja do outro lado do mundo, eu sou capaz de fazer qualquer coisa se eu souber que ele te procurou e te ameaçou.

- Obrigada mi amore - Respondi o chamando da mesma forma que ele me chama - Eu...eu queria te falar uma coisa.

- O que? - Charles se afastou e me olhou assustado.

- Eu não quero mais negar o que eu sinto por você - Sorri - Eu estou apaixonada por você. E não vou dizer que é pela segunda vez, porque na verdade, eu nunca tirei você do meu coração. O que eu sentia apenas se escondeu na parte mais obscura e sombria dentro de mim, mas eu tinha... - Charles me interrompeu.

- Eu tinha certeza que um dia nós nos encontraríamos novamente e teríamos a chance de reescrever nossa história - Ele disse sorrindo - Eu posso afirmar com todas as letras que você foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida esse ano - Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha - Obrigada por deixar eu entrar na sua vida de novo. Prometo que nunca mais vou sair dela - Eu assenti e ele tratou de tirar a mínima distância que nos separava. Era um beijo calmo. Sem pressa. Como se tivéssemos esperado uma vida inteira por isso. Todos os nossos beijos me trazem essa sensação.
E esse, acima se tudo, é o beijo que marca oficialmente o nosso recomeço. Da Katherine e Charles de 10 anos atrás, a única coisa que queremos de recordações foram os momentos felizes que vivemos.

🏁
Oieee!
Posteeeei!!!
Como eu falei, a partir desse capítulo começamos a segunda fase da fic.
Espero que estejam gostando kkkkkkk como n tenho costume de ficar pedindo pra vocês comentarem, as vezes não sei se estão gostando ou não 🤧

OBS: darei uma pausa nos capítulos novos pelo menos até o final do mês, pois pretendo arrumar algumas partes que podem ter ficado meio sem contexto até aqui.
Vejo vocês em Agosto,

beijos&beijos
take care ✨❤️

je t'aime encore - Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora